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|title=Definição de SLA para Processos de Testes de Software. Um Estudo de Caso em Unidade de Teste de Integração de Sistemas
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==Definição de SLA para Processos de Testes de Software. Um Estudo de Caso em Unidade de Teste de Integração de Sistemas==
1 Definição de SLA para Processos de Testes de Software. Um Estudo de Caso em Unidade de Teste de Integração de Sistemas Rodrigo Pinheiro dos Santos, Sérgio Medeiros de Souza, Sinésio Teles de Lima, Rejane M. da Costa Figueiredo, Káthia Marçal de Oliveira, Claiton R. Knoth Resumo — As áreas de Tecnologia da Informação (TI) demandam mecanismos confiáveis para atestar e certificar a qualidade dos produtos e serviços. Apesar da grande disseminação de modelos de melhorias relacionados a processos, um compromisso maior com os resultados obtidos se faz necessário. Uma abordagem de acordo de níveis de serviços (SLA) pode ser utilizada. Para que a definição e utilização dos SLA sejam efetivas, uma metodologia de implantação e acompanhamento deve ser empregada, e o processo de gerência de níveis de serviço (SLM) deve ser usado para garantir que níveis de serviços sejam entregues a todos os usuários de TI. Neste trabalho, apresenta-se uma metodologia para definição de SLA para processo de testes de integração de sistemas. A metodologia definida foi baseada no modelo ITIL (IT Infrastructure Library) e validada num estudo de caso numa fábrica de testes de software. Foram implementadas as fases de planejamento, obtendo o plano geral de SLM, e parte da fase de execução gerando a definição do catálogo de serviços e o esboço do SLA. A abordagem baseada no ITIL demonstrou ser bem aderente, devido às poucas customizações necessárias para suportar o processo de testes. Palavras-Chave — Processo de Teste, Teste de Integração de Sistemas, SLA, SLM, ITIL. Abstract — The IT (Information Technology) areas demand trustworthy mechanisms to certify generated products quality and delivery to internal or external clients. Although the spread of improvement models related to software process like CMM, ISO- 15504, ISO-12205, IDEAL, in some cases a major commitment with results is desirable. At this way an approach to establish Service Level Agreements (SLA) can be used. So to get a effective SLA definition and utilization an methodology to implant and control SLA should be used. The service level management (SLM) process should be used too to assure that services levels will be delivered to all IT users. This work shows a methodology to SLA definition for system integration test process. The methodology was based on ITIL (IT Infrastructure Library) model and validated in a case study on a software tests factory. Was implemented planning phases, getting SLM plan and a piece of execution phase generating the service catalog and a SLA draft. The approach based on ITIL give evidence to be really adherent because of the few necessary changes to support the tests process. Index Terms — Test Process, Integration Systems Test, SLA, SLM, ITIL. —————————— —————————— 1 INTRODUÇÃO T estes de software estão se tornando uma necessidade nas grandes organizações onde há grande dinâmica na produção de aplicações complexas e integradas. As com os resultados obtidos, se faz necessário. Desta forma uma abordagem de acordo de níveis de serviços (Service Level Agreement - SLA) pode ser utilizada. Os SLA são áreas de TI (Tecnologia da Informação) demandam, cada acordos estabelecidos entre um provedor de serviços e um vez mais, mecanismos confiáveis para atestar e certificar a cliente [12] e que definem atributos, métricas e limites para qualidade dos produtos gerados e entregues aos clientes o funcionamento de um processo ou serviço. internos ou externos. Para que a definição e utilização dos SLA sejam efetivas, Apesar da grande disseminação de modelos de melhorias deve ser empregada uma metodologia de implantação e relacionados a processos tais como CMM, ISO-15504, ISO- acompanhamento dos mesmos. Segundo Sturm et al. [9], a 12205, IDEAL, em alguns casos um compromisso maior gerência de nível de serviço (Service Level Management - SLM) é um conjunto de metodologia e procedimentos ———————————————— usados para garantir que adequados níveis de serviços • R. P. Santos é dlo Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da sejam entregues a todos os usuários de TI, de acordo com as Informação da Universidade Católica de Brasília. E-mail: prioridades do negócio e a custos aceitáveis. rodpin@terra.com.br. • S. M. Souza é do MGCTI da Universidade Católica de Brasília. E-mail: Neste contexto, o artigo propõe uma metodologia para smedeirossouza@ibest.com.br. definição de SLA para processo de testes de software, mais • S. T. Lima é do MGCTI da Universidade Católica de Brasília. E-mail: especificamente para testes de integração de sistemas, sinesiolima@bol.com.br. • R. M. C. Figueiredo e da Universidade Católica de Brasília. E-mail: baseada no modelo do ITIL (IT Infrastructure Library) OGC rejane@ucb.br. [5], definindo artefatos e processos de execução das • K. M. Oliveira é da Universidade Católica de Brasília. E-mail: kathia@ atividades. ucb.br. Nas seções seguintes são descritos os principais conceitos • C. R. Knoth é da Politec informática, Brasília, Brasil. E-mail: claiton@knoth.com.br relacionados a SLA (Seção 2), SLM (Seção 3) e testes de 2 QUATIC’2004 PROCEEDINGS integração de sistemas (Seção 4). Na Seção 5 é descrita a Os objetivos de níveis de serviços devem sempre ser metodologia de SLM proposta. Na Seção 6, apresenta-se o definidos na perspectiva do cliente, focando a efetividade estudo de caso da aplicação de parte da metodologia do negócio [9], [11]. OGC [9] relata que para cada objetivo proposta. Finalizando, apresentam-se as conclusões, de níveis de serviço, deve existir uma forma de medição, ressaltando os principais problemas, as avaliações porém, no entendimento de que um serviço é algo comparativas, e a indicação de trabalhos futuros. intangível, a medição não pode ser feita diretamente. Com isso, a medição se dará em torno de algo que as duas partes (provedor e cliente) acordem representar o serviço. 2 ACORDO DE NÍVEL DE SERVIÇO - SLA Todos esses fatores chegam a criar um certo consenso [3], Acordo de Nível de Serviço é um termo proveniente do [5], [11], de que a atividade de definição de SLA não é das inglês – “Service Level Agreement”, comumente referenciado mais triviais e muitas vezes pode significar o sucesso ou pela sigla SLA. Os SLA são acordos estabelecidos entre um desastre do processo de garantia da efetividade dos provedor de serviços e um cliente [12]. serviços. Em Trienekens et al. [10] são explicitadas algumas Os SLA podem ser estabelecidos em relação a um dificuldades relacionadas à definição e execução dos SLA: produto específico ou a um processo como um todo. Alguns autores como OGC [5], Sturm et al. [9] e Walker [12] Falha no estabelecimento e comunicação dos SLA, categorizam os SLA basicamente em dois tipos: internos e devido à extensão, pouca concisão e baixo foco nas externos. Os SLA internos são os acordos estabelecidos expectativas dos clientes. entre áreas ou grupos da mesma organização, podendo ser Estabelecimento de SLA complexos, dificultando entre duas áreas de negócio ou entre as áreas de negócio e a assim alcançar os objetivos desejados; gerência. Já os externos são aqueles em que os envolvidos são de organizações distintas. Esses, por sua vez, devem ser A monitoração do cumprimento dos SLA mais rigorosos e detalhados por se tratarem de contratos previamente estabelecidos; legais entre empresas [9], [12]. Verificação e validação dos objetivos antes de Segundo o estudo em OGC [5], os SLA são classificados estabelecer os acordos; em 3 modalidades: os baseados em serviço, que dão cobertura a um serviço específico, porém estabelecido com Foco, recursos e tempo inadequados para alcançar um ou mais clientes; os baseados no cliente, que cobrem um os SLA; ou mais serviços, porém atingindo necessidades específicas de um determinado cliente ou grupo de clientes com 3 GERÊNCIA DE NÍVEL DE SERVIÇO - SLM interesses comuns; e os multi-nível, que são uma conjunção das modalidades baseadas em serviço e no cliente, Segundo Sturm et al. [9], a gerência de nível de serviço acrescentando-se o nível de SLA corporativo que prevê a (Service Level Management - SLM) é um conjunto de cobertura a serviços genéricos que atendem a todos os metodologia e procedimentos usados para garantir que clientes da organização. adequados níveis de serviços sejam entregues a todos os A definição de um SLA é a elaboração do contrato ou usuários de TI, de acordo com as prioridades do negócio e acordo de níveis de serviços. Esse acordo deve conter em custos aceitáveis. diversas informações (Tabela 1), deixando claro para todas Diversas abordagens metodológicas de SLM foram as partes envolvidas os objetivos desejados. propostas nos últimos tempos como o ITIL (IT Infrastructure Library), Lemniscate e a definida pelo Hurwitz Group [5], [9], TABELA 1 [11]. Principais itens que compõem um acordo de SLA [9], [5], [12] A abordagem do Hurwitz Group (Figura 1) defende que os acordos devem ser especificados com três níveis de objetivos de serviço: tempo de resposta do usuário, disponibilidade da aplicação e recuperabilidade da aplicação [9]. SANTOS ET AL.: DEFINIÇÃO DE SLA PARA PROCESSOS DE TESTES DE SOFTWARE EM UNIDADE DE TESTE DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS 3 Fig. 1 – Abordagem metodológica do Hurwitz Group [9]. A abordagem Lemnniscate (Figura 2) exibe o papel e a Fig. 3 – Abordagem metodológica do ITIL[9]. importância do SLA, que serve de ponte entre o usuário e o provedor de serviço. O processo também realça a abordagem de aprendizado evolutivo, tanto para o ser conduzidas como [5]: processo de serviço, quanto para o SLA. Apontamento ou denominação para o SLM de todos os recursos de suporte necessários. Definir os objetivos e escopo da função de uma campanha de conscientização para conseguir o suporte e esclarecer as pessoas como e quando elas serão afetadas. Definir papéis, tarefas e responsabilidades. Quantificação de atividades, recursos, fundos e critérios de qualidade. Identificação dos riscos. Planejamento de um catálogo de serviços e a estrutura de SLA. 2 – Abordagem metodológica Lemniscate [11]. Esboçar um piloto do formato do SLA. Já a abordagem do ITIL (Figura 3) prevê um processo Identificação de ferramentas de suporte, baseado em boas práticas para identificação dos serviços de particularmente para a monitoração do SLA. TI a serem providos, bem como bases contratuais e acordos Atribuir e acordar níveis de prioridades para internos necessários a um SLA. incidentes e caminhos para escalar, com clientes e Todavia, essas abordagens possuem diversos pontos em provedores internos e externos (em conjunto com o comum, como por exemplo: abordagem cíclica e evolutiva Service Desk e Gerenciamento de Problema). para definição dos SLA; identificação dos serviços (catálogo de serviços) e controle e monitoração dos SLA. 3.2 Fase de implementação O SLM genericamente engloba as fases de planejamento, A fase de implementação é a mais extensa e trabalhosa implementação e monitoração e acompanhamento dos SLA, dentro do gerenciamento do SLA. É nessa fase que boa detalhadas a seguir. parte do planejamento feito deverá ser efetivamente 3.1 Fase de planejamento executado. O catálogo de serviço é elaborado, atributos e A Fase de planejamento prevê o estabelecimento das medições são definidos e então, as partes envolvidas medidas iniciais que devem ser tomadas para a buscam o acordo em relação aos valores limites estabelecidos. implementação do processo. É importante, neste ponto, que a função e seus objetivos sejam levados ao conhecimento da Notadamente as atividades mais importantes dessa etapa são a elaboração do catálogo de serviços e a negociação do organização, de forma a facilitar as futuras ações para SLA. O catálogo de serviços é o artefato que define o escopo estabelecimento dos SLA [5], [9]. e fornece aos clientes uma visão clara dos serviços Caso o processo de SLM não esteja implementado em providos. Com o catálogo elaborado, inicia-se a atividade nenhum nível na organização, diversas atividades devem 4 QUATIC’2004 PROCEEDINGS de negociação. Essa atividade pode ser feita linearmente, ou Hohpe e Instivanick [2], citam que esta complexidade seja, prepara-se o documento de SLA e os valores são traz aos testes de EAI alguns desafios extras se comparado acordados com as áreas clientes em uma única iteração [9], aos testes de aplicações de negócio, dentre eles: ou de forma iterativa, onde várias versões evolutivas do O Ambiente de EAI quase que por definição um documento de SLA são preparadas e negociadas com as ambiente heterogêneo; áreas clientes em ciclos [5], [11], [12]. As soluções tipicamente integram pacotes fechados 3.3 Fase de monitoração e/ou soluções customizadas; Imediatamente após assinatura do SLA, a monitoração do desempenho desse deve ser iniciada, os relatórios dos Devido à complexidade do ambiente, em alguns serviços planejados devem ser produzidos e casos não é possível criar ambientes de testes periodicamente enviados aos clientes. dedicados; O gerente de níveis de serviço deve conduzir As soluções tipicamente trafegam mensagens periodicamente reuniões de avaliação do acompanhamento assíncronas, que podem não responder do SLA. O objetivo dessas reuniões é discutir com os imediatamente a um processo. envolvidos os principais indicadores, causas de quebra de metas, possíveis melhorias e outros aspectos relevantes na A característica assíncrona também facilita problemas prestação de serviços [5], [9]. de concorrência e condições temporais, que são O acompanhamento do desempenho dos SLA, através muito difíceis de diagnosticar nos testes. dos indicadores de níveis de serviço, pode sugerir o Vários processos de negócio dependem de evento de estabelecimento de planos de ação para melhoria dos tempo; serviços. As melhorias geralmente são apontadas ou solicitadas como decorrência do processo de Um teste unitário de uma solução de EAI tende a ser acompanhamento do SLA. Cabe, portanto, ao gerente de maior do que um teste completo no desenvolvimento níveis de serviço o estabelecimento de programas de de uma aplicação isolada; melhoria de serviços [5], em conjunto com outras áreas ou As ferramentas de teste não são adequadas ao EAI; provedores de serviços, no sentido de atingir as metas acordadas ou fortalecer os SLA vigentes. O crescimento da complexidade das soluções de Integração. 3.4 Fase de revisão Ainda segundo Hohpe e Instivanick [2], os testes Ao final do período de vigência dos SLA, o gerente de funcionais de EAI devem ser executados em camadas, das níveis de serviço deverá iniciar a renegociação e renovação camadas mais baixas até as mais altas seguindo uma dos SLA. Isso consiste em reformular, se for o caso, o abordagem de teste bottom-up. Os tipos de testes que podem contrato vigente com base nos resultados do período, ser conduzidos para as camadas são: testes das aplicações e incluir ou excluir serviços e metas, sempre tendo em vista a adaptadores, testes das transformações, testes dos negociação com as partes envolvidas. processos de negócio e testes das interfaces externas / portais. 4 ESTRATÉGIA DE TESTES DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS 5 ABORDAGEM METODOLÓGICA PARA DEFINIÇÃO DE Uma solução de Integração de Aplicações Empresarias SLA DE PROCESSOS DE TESTES DE SOFTWARE (Enterprise Application Integration - EAI) pode ser composta Para definição e implantação de SLA para processos de de vários componentes, sistemas e processos de negócio testes de software é necessário um correto gerenciamento (Figura 4). Toda essa heterogeneidade faz com que os testes desse processo (SLM). O processo de SLM escolhido foi um sejam desenvolvidos e executados visando detectar modelo adaptado do modelo proposto pelo ITIL, publicado possíveis erros em todas as partes que compõem a solução. em OGC [5], exemplificado na Figura 5. Fig. 4 – Anatomia de uma Solução de EAI [2]. SANTOS ET AL.: DEFINIÇÃO DE SLA PARA PROCESSOS DE TESTES DE SOFTWARE EM UNIDADE DE TESTE DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS 5 5.2.1 Catalogar Serviços A identificação dos serviços, que serão providos e fazem parte do SLA, define o escopo e norteia o usuário para elaboração dos níveis de serviço. Essa é uma das principais atividades do processo de implementação porque serve de guia para as demais, por isso tanto em OGC [5], como em Trienekens et al. [11] essa atividade é conduzida nas fases iniciais do processo. Conforme apresentado na seção 2, existem várias abordagens para definição de serviços para um SLA, como baseado no cliente, no serviço, etc. Neste trabalho foi escolhida a abordagem baseada em serviço, uma vez que o foco é a unidade de teste e os seus processos. O catálogo de serviços deve conter uma lista de todos os serviços a serem providos, um sumário de suas características e detalhes de clientes e mantenedores de cada um [5]. Para a elaboração desse catálogo foi definida uma tabela a ser preenchida com as informações de: processo; descrição; atributos; métricas e; envolvidos. Fig. 5 – Processo de SLM baseado em OGC [5]. 5.2.2 Preparar Esboço e Negociar Apesar do modelo ITIL ter sido desenvolvido para Após a definição e entendimento dos serviços, um esboço definição de acordos níveis de serviços de produtos, do SLA deve ser definido. Esse esboço será uma primeira entendendo produtos como quaisquer tipos de versão do documento de SLA e conterá os requisitos de equipamentos, observou-se que também poderia ser níveis de serviço almejados [5]. utilizado para uma definição em nível de processos e É desejável a participação do cliente ou usuário na acordos em relação ao cumprimento de atividades. elaboração do documento pois assim as duas atividades de Assim, as mudanças propostas no novo modelo são mais esboço e negociação podem se realizar em ciclos até chegar relacionadas ao detalhamento e execução das atividades, do em uma versão estável para fechamento dos acordos [5], que alterações do fluxo principal do processo do ITIL. A [11], [12]. Cabe salientar que as partes não podem firmar maior e mais significativa mudança realizada no fluxo SLA, que não sejam sustentados pelos seus provedores de principal do processo foi a remoção da atividade de serviços primários como infra-estrutura, logística, etc. definição de acordos internos, uma vez que todo o processo No detalhamento das atividades do serviço será utilizada ia ser utilizado para definição de SLA internos, não sendo uma modelagem de fluxo de trabalho, como proposto por necessário manter um passo do processo. Além da pouca Sgmidt [3], porém o padrão de representação será a UML, customização, outro fator motivador para o uso do ITIL foi mais especificamente o definido para digramas de o fato de já ser utilizado na organização do estudo de caso. atividade [1], isto facilita a compreensão do funcionamento O processo do ITIL é cíclico e possui 4 grandes fases: do processo e responsabilidades por parte dos Estabelecendo Funções; Implementando SLA; clientes/usuários. Acompanhando o Processo e; Revisando SLA. 5.2.3 Acordar SLA 5.1 Estabelecendo funções O estabelecimento de acordos de níveis de serviço Nessa fase são definidas e planejadas as ações iniciais do pressupõe a execução de um conjunto de atividades que processo, bem como identificação de atores, vão desde a definição de pré-requisitos e compilação dos responsabilidades e tarefas. indicadores que serão acordados, até o aceite formal dos A atividade de planejamento do processo de SLM deve SLA estabelecidos pelas partes envolvidas. Essa etapa prevê contemplar a elaboração do documento de plano geral de a coleta dos aceites formais dos SLA e uma ampla gerenciamento de níveis de serviço. Esse plano deverá divulgação para que seja de conhecimento de toda possuir a definição de objetivos, escopo, papéis, organização. responsabilidades, identificação dos riscos e metas de alto- nível. Nessa etapa também é definido um esboço do 5.3 Acompanhando o processo formato do documento de SLA. Para que um SLA seja cumprido com sucesso, a sua monitoração e divulgação devem ser efetivas, ou seja, o 5.2 Implementando SLA monitoramento se dará a partir das métricas definidas no A atividade de implementação foi decomposta em várias documento de SLA e quaisquer valores obtidos que sejam partes para uma melhor evolução da definição do SLA. destoantes dos limites estabelecidos devem ser reportados Apesar dos diversos passos da atividade, o objetivo maior é como incidentes. elaborar um único artefato, o documento de SLA. Para cada serviço deve existir um dispositivo de monitoração, seja ele baseado em programas de computador ou em informações encontradas em outros 6 QUATIC’2004 PROCEEDINGS registros. É importante que esses dispositivos estejam aceitação, estabelecendo responsabilidades de cada área claramente especificados bem como as responsabilidades (Figura 6). de extração e produção dos relatórios. Tão logo o SLA tenha sido assinado o gestor de níveis de serviço deve providenciar um resumo e distribuir aos principais pontos de prestação e controle de serviços. 5.4 Revisando SLA Para a implantação de um SLA, principalmente de novos, é necessário uma revisão periódica com os clientes ou seus representantes. Essa revisão deve tratar itens como: melhorias para as principais causas ofensoras das metas e; tratamento de sazonalidades que possam influir nas metas para o próximo período [5]. O próprio processo de SLM pode ser analisado e ações de melhoria propostas, como, por exemplo, modificações nas reuniões e/ou questionários de avaliação da necessidade do cliente. Fig. 6 – Metodologia adotada na Fábrica de Testes. 6 ESTUDO DE CASO: UNIDADE DE TESTES DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS No estudo de caso foram implementadas as fases de 6.2 Execução da metodologia de SLM planejamento e parte da fase de execução previstas na A execução da metodologia incluiu as etapas de metodologia para o processo de testes de integração. A fase planejamento e implementação, sendo essa última apenas de planejamento previu como resultado o plano geral de parcialmente, com a produção do esboço do documento de gerenciamento de níveis de serviços. Por outro lado, a fase SLA. de execução previu a definição do catálogo de serviços e o Para a execução da atividade de planejamento, esboço do SLA referente a um dos macro-processos inicialmente foi desenvolvido o documento para suportar o identificados, neste caso, o processo de depuração dos plano geral de gerenciamento de níveis de serviço. O plano incidentes detectados e suas métricas. contempla informações genéricas dos SLA, tais como, responsabilidades, estimativa de custos, serviços 6.1 Descrição do ambiente envolvidos e riscos. Um esboço do plano é apresentado na A organização alvo deste trabalho inclui em seu portfolio de Figura 7. serviços o provimento de soluções tecnológicas de transmissão de voz, dados e soluções para a Internet, além da hospedagem de aplicações de clientes externos dos diversos segmentos do mercado. A área de TI da organização em questão iniciou há dois anos um projeto em âmbito corporativo para implantação de uma unidade de testes, hoje conhecida como fábrica de testes. Essa unidade visa, principalmente, a melhoria da qualidade dos produtos entregues pela área de TI, assim o foco da fábrica de testes possui uma forte abordagem funcional para se atingir os níveis de qualidade requeridos. Devido à grande dinâmica da organização e à crescente produção de novas aplicações, a empresa adotou um bus de integração (Integration Broker ou Message Bus) que permitiu a construção de um workflow das regras de integração corporativas. O bus de integração permitiu a troca de informações entre as diversas aplicações, que residem em plataformas heterogêneas. A metodologia de testes adotada na organização prevê o refinamento sucessivo de atividades. A fase de Fig. 7 – Plano Geral de Gerenciamento de Acordos de Níveis de planejamento tem como insumos os requisitos funcionais e Serviço. especificações de interfaces entre sistemas e, como produtos, os casos de testes, fluxos de eventos lógicos e Para se mitigar tais riscos e reduzir futuras dificuldades scripts de testes. As atividades de gestão de ambientes no cumprimento e acompanhamento dos SLA, atributos e também são conduzidas nessa fase. A fase de execução e métricas foram definidos de forma a gerar insumos como, controle prevê a interação das equipes de testes, projetos e por exemplo: usuários nas modalidades de testes de módulo, integração e SANTOS ET AL.: DEFINIÇÃO DE SLA PARA PROCESSOS DE TESTES DE SOFTWARE EM UNIDADE DE TESTE DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS 7 A grande quantidade de mudanças nos requisitos e já customizados para a realidade da organização que geram impacto nos testes; pesquisada. O macro-processo escolhido foi o que engloba a depuração dos incidentes de testes por representar o O tempo de correção dos defeitos; principal esforço por parte dos provedores (áreas de TI) em A taxa de recorrência. corrigir incidentes de testes (Tabela 3). Os valores apresentados foram inicialmente baseados nas necessidades da gerência de negócio da organização. Por outro lado, a execução da fase de implementação propiciou a identificação dos processos para definição de TABELA 3 SLA, considerando-se as áreas produtora e consumidora de SLA para depuração de incidentes detectados serviços. Os processos foram identificados por três recursos: o idealizador inicial da fábrica de testes, atual coordenador da unidade de testes e um consultor externo. Baseando-se na experiência adquirida pela fábrica de testes, foram levantados seis macro-processos, e decompostos em atributos e métricas usualmente incluídos no processo de testes e mostrados na Tabela 2. A fábrica de testes posiciona-se ora como cliente ora como provedora de serviços. Os macro-processos em questão representam o catálogo de serviços previsto na metodologia apresentada. Essa fase também produziu como resultado o primeiro TABELA 2 Catálogo de serviços para a unidade de testes de integração de sistemas 7 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS Esse trabalho apresentou uma metodologia para definição de acordos de nível de serviços voltados para processos de testes de software, contemplando no estudo de caso e a execução das fases de planejamento e parte da fase de implementação da metodologia proposta. Um dos principais problemas enfrentados foi o fato de que há pouca referência literária que dê ênfase aos SLA para processos. Esse fato motivou o desenvolvimento de uma metodologia específica a partir do modelo ITIL. Essa abordagem demonstrou ser bem aderente, devido às poucas customizações necessárias para suportar o processo de testes na organização pesquisada. Apesar de o foco ser em uma unidade de teste de integração de sistemas, observou-se que a metodologia é genérica o suficiente para se adequar à definição de SLA para outros processos não relativos apenas ao âmbito dos testes integrados de software. O principal item desenvolvido na fase de implementação da metodologia foi o catálogo de serviços, parte constante do plano geral de gerenciamento de níveis de serviços, no qual foram levantados os processos, atributos e métricas oriundos da unidade de testes, artefatos tais que suportassem as limitações e necessidades específicas da organização abordada no estudo de caso. A continuação futura deste trabalho prevê o encadeamento das atividades de planejamento com o pleno desenvolvimento das fases de implementação, monitoração e revisão dos SLA. A fase de implementação deverá ser esboço do documento de SLA para um dos macro- explorada devido à riqueza de artefatos que poderão ser processos elencados. Essa atividade foi baseada na fusão de gerados e à dinâmica existente nas atividades de modelos de documentos de SLA indicados na metodologia negociação para se chegar ao SLA acordado. A monitoração 8 QUATIC’2004 PROCEEDINGS e revisão serão também atividades importantes a serem Carlos – USP, em engenharia mecânica, na área de Qualidade de Serviços de Outsourcing de Tecnologia da Informação. É professora exploradas futuramente, para garantir a aplicabilidade da da UCB - desde 2002. Os interesses de pesquisa dela incluem: metodologia e sua validação junto às áreas envolvidas. Qualidade de Software, Qualidade de Serviços de TI, Outsourcing de TI e SLA e, Gestão do Conhecimento. REFERENCES Káthia Marçal Oliveira é mestre e doutora pela Universidade Federal [1] G. Booch, J. Rumbaugh, I. Jacobson, UML, Guia do Usuário, Rio de do Rio de Janeiro em ciência da computação. Ela é professora na Janeiro, Campus, pp 255-271, 2000. UCB desde 2001. A Professora tem mais de 50 publicações em congressos internacionais ou nacionais ou em jornais científicos. Ela [2] G. Hohpe, W. Instivanick; “Test-Driven Development in organizou o "Workshop on Quality" no ICSE' 02 ("International Enterprise Integration Projects”, ThoughtWorks, Conference on Software Engineering") e o "Workshop on Ontology in http://www.enterpriseintegrationpatterns.com/articles.html, 2004. Action" no SEKE' 04 ("Software Engineering and Knowledge [3] H. Schmidt, “Service Level Agreements based on Business Engineering Conference"). Os interesses de pesquisa dela incluem: th Qualidade de Software, Gestão do Conhecimento em Engenharia de Process Modeling”, HP-OVUA 7 Plenary Workshop, 2000. Software, Ontologias, e Manutenção de Software. [4] A. C. Stylianou, R. L. Kumar, “An Integrative Framework for IS Quality Management “, ACM, Vol. 43 No. 9, Sep. 2000. Claiton R. Knoth é executivo em tecnologia da Informação (pós- [5] “Office for Government Commerce, ITIL – The Key to Manage IT graduação) pela UNESA com tese em gerência de projetos (PMI X RUP), Administrador, pela Universidade de Brasília – UnB. É aluno Services: Service Delivery “, Version 1.2, Crow, 2001. especial do Mestrado MGCTI na UCB e aluno da faculdade de [6] T. C. Staab, “Using The SW-TMM to Improve The Testing Engenharia da Computação do Centro de Ensino Universitário de Process”,http://www.windridgeinternational.com/Articles%20Cross Brasília - UniCEUB. talk%202002.html, 2004. [7] T. C. Staab, “Can a Testing Maturity Model Help Improve My Testing Process?”, The Journal of The Quality Assurance Institute, Jul. 2002. [8] T. C. Staab, “Improving The Test Process - Looking at the Test Process – Conducting the Assement”, The Journal of Software Testing Professionals, Sep. 2003. [9] R. Sturm, W. Morris, M. Jander, Fundations of Service Level Management, Indianapolis, Sams, 2000. [10] J. 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Sérgio Medeiros de Souza é graduado pela Universidade do Centro de Ensino Unificado de Brasília em Matemática e Pós-Graduado em DataBase System Design pela JICA – Japonese International Corporation Agency, Okinawa/Japão. Ele é consultor em tecnologia da Informação na BrasilTelecom – Operadora de Telecomunicações desde 2000. É aluno especial do Mestrado MGCTI na UCB. Os interesses de pesquisa dele incluem: Qualidade de Software, Qualidade de Serviços de TI e Gestão do Conhecimento em Engenharia de Software. Sinésio Teles de Lima é graduado pela Universidade Católica de Brasília em tecnologia em processamento de dados. Ele é consultor em tecnologia da Informação na BrasilTelecom – Operadora de Telecomunicações desde 2002. É aluno especial do Mestrado MGCTI na UCB. Os interesses de pesquisa dele incluem: Qualidade de Serviços de TI, Qualidade de Software e Knowledge Discovery in Databases. Rejane Maria da Costa Figueiredo é mestre pela Universidade de São Paulo - USP - Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação de São Carlos, em ciência da computação, na área de qualidade de software. É doutora pela Escola de Engenharia de São