=Paper= {{Paper |id=Vol-1284/paper6 |storemode=property |title=A Evolução da Qualidade no Setor de Software Brasileiro: Quatro Biênios Medindo e Acompanhando Indicadores de Gestão |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-1284/paper6.pdf |volume=Vol-1284 |dblpUrl=https://dblp.org/rec/conf/quatic/Nascimento01 }} ==A Evolução da Qualidade no Setor de Software Brasileiro: Quatro Biênios Medindo e Acompanhando Indicadores de Gestão== https://ceur-ws.org/Vol-1284/paper6.pdf
        A Evolu5o da Qnalidade no Setor de Software
                         BrasHeiro:
     Quatro Bi8uios Medindo e Acompanhando Indicadores
                         de Gest5o

                         Clia Joseli do Nascimento (celia@mct.gov.br)
          Ministkrio da Cincia e Tecnologia - Secretaria de PoRtica de Infor][mitica

                                       http://www.mct.ov.br/sepin




                    Abstract                            estruturas poJiticas, econ6micas, sociais e culturais,
    Oprop6sito deste artigo e-apresentar uma v!sao      e verdadeiras revoJu6es nas tecnoJogias da
geral do projeto de pesquisa ..Qualidade no Setor       inforrna8o e comunica5o.
de Soare       Brasilez.ro", concebido em 1993 e            Nesta contexto, um grande desafio a laser&o
conduzido pelo governo brasilez"roem parcerz.acom       do BrasiJ na nova .economia digital", onde o setor
diferentes agentes responsdveis pela formulado e        de software desponta como agente critico da
execuVa-oda Polltica de Sothvare no pals.               participaAo em um ceno        aJtamente cornpetitivo
   Apresenta-se, az.nda, dz.agn6st!co sintetz`co da     desta economia gJobaJizada e transnacionaJ.
evoluVa-o da qualz"dadedeste setor, elaborado a             A partir de /994, o segmento de software teve
partir de !ndicadores medidos sobre gesta-o da          poJftica estruturante,      baseada     no    macio
qual!dade, gesta-o empresan"aL, gesta-o do              investimento em formao de recursos humanos e
conhec!mento e processos de sofivvare, de!xando         distribui5o de n(icleos e incubadoras peJo pafs para
explicz.tados caminhos possiveis que conduzem ao        apoio a empreendimentos nascentes.
tema a partir de diferentes pdginas na Intemet.             No ano anterior, jd havia sido instituido o
                                                        Subcomit& SetoriaJ da QuaJidade e Produtividade
                                                        em Software dentro do Programa BrasiJeiro da
1.Motivao                                               QuaJidade e Produtividade, criado em 1990 -
                                                        PBQP/SSQP-SW, com objetivo fundamental de
                                                        aJcanar     padr5es internacionais efetivos em
   O BrasiJaprovou em /984 a primeiralegisJa8o
especifica de estimuJo ao setor de Informatica,         qualidade e produtividade.
                                                            Apostando no setor de software brasileiro, fruto
conhecido internacionaJmente como setor de
                                                        da negocia&o conduzida peJo governo com o setor
Tecnologias da InformaSo - TIS, construindo ao
Jongo da exist&ncia desta poJftica um cenario           privado, a academia e demais integrantes do setor
                                                        pdblico, ha nma nova proposta de polftica ativa,
propicio a consolidao do pals como produtor
mundial de software - setor dotado de forte             onde Os pontos fundamentals sac a competitividade,
                                                        o empreendedorismo, a forrnag2o e quaJifica&o de
dinarnismo inovativo e Que Se constitui em
eJemento central no novo paradigma tecno-               recursos humanos e o marketing do software
econ6mico sendo instrumento central na redugAo          nacionaZ, com o objetivo de criar condis
                                                        dinAmicas de desenvoJvimento da produ5o e
dos riscos e dos custos nos processos de produViio
de hens e serviVos.                                     comerciaJiza5o de software no pais.
    No mundo, aos vaJores econ6micos classicos -
capital, trabalho e terra, uma nova dimensSo foi        2. O trabalho de pesquisa da qualidade
adicionada - conhecimento. Vivemos a "sociedade
da informa&o", com o quadro mundiaJpassando                 H5 quarto bi8nios a qualidade nas empresas de
por fortes e aceJeradas transforrnaJes nas              software Vern sendo medida e acompanhada no




                                                                                          QuaTIC 2001 / 53
Brasil a partir de pesquisas amostrais diretas          mdtodos, ferramentas e procedimentos para a
realizadas a cada dois anos desde 1993, sob a           qualidade dos produtos de software, de modo a
condo5o da Secretaria de Polftica de Inforrnatica       reforar a5es dos varios agentes interessados.
do Minist6rio da Ci6ncia e Tecnologia -                     Em 1999, a pesquisa "Qualidade no Setor de
MCT/SEPIN, no kmbito do SubcornitSSetorial da           Software Brasileiro"fol ampliada para "Qualidade
Qualidade e Produtividade em Software do                e Produtividade no Setor de Software Brasileiro
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade        com a inclus5o de quest6es sobre mdtodos
- PBQP/SSQP-SW, em parceria com entidades               utilizadospara medir a produtividade dos processos
privadas representativas do setor - Sociedade           de software, baseados em mdtricas - Rubes de
SOFTEX (consulte www.sojiebr), ABEP (consulte           c6digo (LOO e pornos de funo          nction poz"nt)
www.abep.sp,gov.br),      ABES          (consuLte       de modo a possibilitar a obteno          de novos
www.abes.org.br),       ABINEE          (consulte       indicadores.
www,abinee.org.br),    ASSESPRO         (consulte           Adicionalmente      expansAo do escopo da
ww\ v.assespro.org. br) e   SUCESU      (consulte       pesquisa, naquele mesmo ano de 1999, realizou-se
www.sucesu.org.br), Que distribuem e captarn os         em parceriacom o Instituto Brasileiro de Qualidade
formulios de seus associados, convidados a              e Produtividade do Paran;i - IBQP-PR (consulte
participarespontaneamente.                              www.ibqppr.org.hr) a pesquisa "Produtividade
    A metodologia de pesquisa utilizada tern sido a     Sistmica no Setor de Software Brasileiro",
amostragem, com popula980 alvo constitufda por          obtendose indicadores in6ditos de produtividade
empresas que desenvolvem software pacote -              sistemica paraum setor da economia, envolvendo a
pacged     soare;      software sob encomenda -         analise da riqueza gerada e no somente as vendas
custom soare;     software embarcado- embedded          da empresa~
or bundled soare;       e software para Internet -
/nternet-enabLe soare,        al6m de empresas          3. As empresas de software e sens
distribuidorasou editoras de software de terceiros.     produtos
    Para uma popula5o anual estimada em 2.500
empresas ativas, considerando um nine} de                   O mercado interno brasileiro de software 6
confiabilidade de 95% sobre os resultados das           projetado em USS 3,2 bilh6es para o ano 2000
pesquisas,, Os erros maximos alcanados com as           provenientes de empresas instaladas no pais, ap6s
amostras obtidas oscilaram entre 3,590 e 5,5%,          crescimento medio annal de 19% registrado na
permitindo compara6es hist6ricas e ana1ise de           d6cada de 1990. Se considerado em conjunto com
tend&ncias.                                             os serviVos tecnicos de informdtica a participaV5o
    Ao longo do periodo de realizao           destas    relativa sobre o setor de Tecnologias da Informa50
pesquisas, mantida a periodicidade bienal proposta,     como um todo passou de 42% para 51% ao longo
o numero de empresas participantes mais Que             do mesmo penodo.
dobrou, passando de 282 em 1993 para 589 em
1997, indicando crescente motivaAo sobre o tema
por parte das empresas e refletindo o esforo
conjunto dos agentes envolvidos. Atd sua quarta
edi80, em 1999, quase 1.800 empresas haviam            Categorias                PrWdpais Hens
sido ouvidas.
                                                                       Atividades em Tecnologia           da
    0 instrumento de coleta aplicado 6 do tipo
                                                                       InformaAo
formuldrio estruturado n2o disfarado, composto
por quest6es fechadas de oko dnica, quest6es                           Atividades no tratamento de software
fechadas de op9o mOltipla, quest6es escalates e                     Origem do capital majoriuirio
algumas poucas quest6es nominals abertas,              Caracteriza5oLocalizaAo geografica
utilizadas para perrnitir a especifica9iio de          da Organiza80
                                                                    Idade da empresa
categoriasniio explicitadas.
    Um conjunto amplo e abrangente de quests                        Porte Segundo a fora de trabalho
(veja o quadro "Estrutura e Conteddo da Pesquisa                    Porte Segundo a comercializa80
da Quaildade") permite acornpanhara evoluV5odo                      Tipos de produtos desenvolvidos
setor no que diz respeito ao planejamento
                                                        Gest5o do   QualificaAo profissional da fora de
estrat6gico nas empresas, sistemas da qualidade e      Conhecimento trabalho
certificaBo, qualidade dos processos e dos
produtos de software, gasriio da for de trabalho,                   PromoVBoda atualiza&o profissional
relacionamento das empresas com seus clientes,                      Capacitao da fora de trabalho




 54 / QuaTJC'2OOI
                 eas de atuaBo                       para 33%, quando apuradosOs resultadosde receita
                                                     provenientes da comercializaBo de outros produtos
               Gest&oda fora de trabalho
                M6todos paraapolara participao       e servios de inforrnaticaou nAo.
                AvaliaVo de desempenho
                Pesquisas de satisfa5o
                                                        Porte das empresas, segurtdo
                                                       nerciali7aC&o bruta annal- 1999
               Planejamentoestrategico
               Metas ou diretrizespara a qualidade
               Indicadores e custos da qualidade
               Programase sistemas da qualidade
               Qualidadede processos
                 Certifica&o ISO 9000
                 CMM, SPICE, ISO/IEC 12207
               Qualidadede produtos
  Cast-ao        ISO/IEC 9126, ISO/IEC 12119
Empresarial      Avaliaiio baseada em Normas                   Micro    Pequena        M(ii!dia   Grande

               Relacionamentocom os clientes
                 Pesquisas de expectativa               Considerando a fora de trabalho efetiva das
                 Pesquisas de satisfaVAo             empresas, confirma-se a predominAnciade micro
                 Estruturasde atendimento            (de I a 10 pessoas) e pequenas empresas (de II a
                 Uso de dados na revis&o ou          50 pessoas) com percentuais superiores a 70%
                 especificaAo de novos produtos e    desde 1995.
                 servi9os                               Sabendo Que as empresas contam com um
               Terceirizao de serviOs                contingente de pessoas terceirizadas, que se somam
               Engenhariade Software                 aos colaboradores efetivos, p6de-Se redistribui-las
                                                     considerandoa forVade trabalho total. Com o Forte
                 Metodos para preven&o de defeitos
                                                     calculado desta forma, ocorre forte innerso na
Processo de      M6todospara detec8o de defeitos
                                                     participaAo das micro e pequenas empresas com o
 Software      Ferramentasde desenvolvimento         percentual de rnicroempresas caindo de 43% para
               Uso de mgtricas                       28% e o de pequenas empresas aumentandode 30%
               Documents&o                           para 40%.

    Quase 60% das empresas pesquisadas iniciaram        Porte das empresas, Segundo a fora de trabalho
nos anos 90 suas atividades em Tis, sem se
restringirema atividades ligadas ao software. Um      1999 %
conjunto diverso amplia a atua9Aodas empresas -
servios de automa50 comercial, automa80
industrial e processamento de dados, que se
mantSm estdveis; consultoria e projetos, com
percentuais crescentes; e serviOs de treinamento,
manuten50 e assistncia tnica. e distribuiBo ou
revenda de produtos de hardware com queda na
participa20.
                                                           % Mtaro      p e q no6d          ia    Gra nd~
    fId predominncia de rnicro (valor at6 USS 65
mil de comercializa50 bruta anual proveniente de
software) e pequenas empresas (acima de USS 65
mil a USS 390 mil) que juntas representavam67%
na pesquisa de 1997 e 6390, em 1999, observando-        Software financeiro (35% das empresas),
se urn incrementosignificativo no grupo de grandes   produtos voltados     ea de adrninistraAo (31%),
empresas (acima de USS 1,4 milh6es), que passou      automaBo comercial (26%), contabilidade(25%) e
de 14%para21% no mesmo biSnio.                       administraiio de recursos humanos(20%) foram as
    Tal distribui50 ahem-se com o percentual de      categorias de software rnais apontadasna pesquisa
microempresas caindo de 29% para 17% com um          de 1997 e mantiveram-se no grupo principal em
aumento equivalente de grandes empresas, de 21%      1999.




                                                                                     QuaTIC'2001 / 55
                                                                   4. A rela50     das empresas com os
                                                                   profxssiomxisdo setor

                                                                         0 capitalhumana das arganizal;6es6 a fora
    mstcibuiQAo das empFesas, setm:l:ldo                              motriz capaz de promavermajor produtividade,
                                                                    criernovos valores e, cansequentemente,aumentar
principals tipos de soHware desenvolvido
                                                                                    a competitividade.
                          1995          1997              1999         As empresas v8m senda questionadas quanto k
Categorias                                                         qualificaV2o,atualiza80 e capacitaVAaprofissianal;
                     No      90     N       96       No      QQ
                                                                   atividades desenvolvidas para caracterizaras dreas
Financeira           151 3399 228 38,7               148 34,8      de atuaRo; e gesl:iiodessa fora de trabalbo, a partir
                                                                   do levantamento das farmas adatadas para apoiar
AdministraAo          22     4,9    209 35,5         132 31,I      sua participa50 na saluqAo de prablemas, da
geral                                                              realizaBa de avaliaJes de desempenha e de
Autamao              191 42,9       159 27.0         I IO 25.9     pesquisas de satisfaVSa e da Gretta de baro
comercial                                                          flexfvel para as equipes de profissionais de
                                                                   desenvolvimenta de software.
Cantabilidad                        172 29,2         107 252           Mais de 130 mil calaboradares efetivos, entre
Administr3o    de                   150 25,5          86 20,2      empregados/funciomirias,s6cias e dirigentes, atem
recursos burn&nos                                                  de quase 34 mil terceiros prestadores de serviOs,
                                                                   bolsistas au estagiias, atuavam nas empresas
Pdgina Web                                            SI 19,1      pesquisadas aa final de 1998.
Gest5o   integrada                                    80    18,8       A terceirizao de servias de desenvalvimenta
-ERP                                                               e rnanuten50 de software era praticada em 47%
                                                                   das empresas, enquanta 31% terceirizavam sens
Administrao           17      3,8   70     1199       70 16,5
                                                                   serviOs de marketinge vendas.
pdblica                                                                Em mats de 40% das empresas havia pelo
Administra9&ode                     20         3,4    69 16,2      menos um prafissional p6s-graduado. Em 1997,
serviOs                                                            771 mestres e 106 doutares atuavam nas empresas
Autorna92o      d    135 30,3        89 15,1          63 14,8      pesquisadas, chegando a 1.128 mestres e 180
                                                                   dautores em 1999, e mais de 17 mil profissionais
escrit6rios
                                                                   cam cursa superior em CiSncia da Camputa50,
AutornaVRa           110 24,7       93     1598       63 14.8      Pracessamenta de Dados, Arui}ise de Sistemas,
industrial                                                         Engenhariada Camputa950au Infarrruitica.
                                                                       Desde 1995, ha em apraximadamenteum quarto
Base                 445     100    89     100       445     100
                                                                   das empresas pelo menos um profissional
                                                                   certificado em qualidade, considerando-se para
      Em 1999, coma anteriormente, p6de se                         efeito da pesquisa a certificaVa aferecida pela
  observer que, al6m do enquadramenta dos pradutas                 Amen.can Socie for Qua[          - ASQ, entidade
  na categaria geral de administraa,            faram              norte-americana que congrega profissianais
  assinaladas categarias mais especificas Nesta area -             interessadasna engenhariada qualidade e na geso
  administra50     de recursos humanas (20%),                      da qualidade e        representada no Brasil pela
  administra&o pdblica (16,5%), adrninistra5o de                   AssociaBo Brasileira de Controle da Qualidade -
  serviOs (16%) e adrninistraAo escolar (13%),                     ABCQ; e ad Assessor (auditor qualificada para
  integrantes do conjunto de principals tipos                      atuar na avaliaVo de empresas Segundo as normas
  desenvolvidos; e, ainda, administraAa juridic&                   ISO 9000) ou p6s-graduado/ato sensu ou stricto
  (7%) e autros tipos rldo especificadas (6%), com                 sensu em yestiia da qualidade, num total de 823
  menar representatividade.                                        prafissionais certificadosem 1999.
                                                                       Face a ve}ocidade das transformaV5es que
     Aparecem, tamb6m em 1999, autras categorias                   afetam o setar, especialmente, as tecnol6gicas no
  de automaa, com major ou menar participaiio -                     campo da inform&50 e da comunicaVAa,pragramas
  automaAo de escrit6rias e automaAa industrial                    de capacita50 com a oferta de treinarnentas
  (15%), autama9&a bancaria (10%), automa5a                         internos ou externos $50 promovidas coma pratica
  predial (4%) e autras (7%).                                      importantepara a atualizao prafissianal.




   56 ! QuaTIC2001
    Em 1998, 72% das empresas promoveram a
capacita20 de sens gerentes e 86%, de sens
colaboradores. Metade das empresas investiram em
treinamento para melhoria da qualidade ou
Engenharia/Tecno2ogia de Software,
    Ao final de 1998, 19 mil profissionais estavam
envolvidos em atividades de pesquisa e
desenvolvirnento, nOmero mais qua dobrado sobre
1996, e mais de 20 mil cuidavam do
desenvolvimento e manuteno          de software (a
terceiriza&o em anduse e prograrnaAo foi                                   AtualinGSo sistsmafica     RsvisSo sem fledodicidade fixa
praticada em 47% das empresas)"
    S8o disponiveis, ainda, indicadores para formas                      Os custos da qualidade - gerenciamento Os
de participa5o e de promo            da atualiza8o,                  custos de prevenAo, avaliao, falhas interflas e
avaliao do desempenho, realizao de pesquisas                         externas cram apropriados de forrfla sistemtica ou
de satisfaBo junto aos empregados e suas jornadas                    em projetos especfficos em 10% das empresas em
de trabalho.                                                          1995, passando a 27% em 1999.
                                                                         Grande ndmero de empresariOs reconhece Que
                                                                     investimentos em qualidade produzem resultados
                                                                     extremamente positivos; nAorazer Dada 6 Que custa
     A cease   a lute rn e t                                         Caro, de tal modo qua Os prejm"zos causados pela
                                                                     imagem de uma empresa associada it md qualidade
                                                                     podem set incalculvets.
                                                                         Embora os resultados indiquem uma situao
                                                                     ainda incipiente quanto ao tratamento formal e
                                                                     sistemdtico da qnalidade, o ndmero de empresas de
                                                                     software com programa da qualidade total, sistema
                                                                     da qualidade on similar implantado no Brasil 6
                               C on   g re sso   s   c   a fin   s   crescente, de 11% para 26% no peri'odo 1995/99, de
                                                                     tal modo que mais de metade dos programas
                                                                     indicados, em 1999, foram impiantados a partir de
                                                                      /997.

                                                                        Prograrna da      qualidade     total,   sistema   da
                                                                     qualidade ou~m



5. Sistemas da qualidade

   O percentual de empresas que elaboravam
pianos estratdgicos, pianos de neg6cios ou pianos
de metes, depots de wanter-se estabilizado em
torno de 57% no bi8nio 1995/97. elevou-Se para
68% em 1999. Dentre as empresas que, em 1999,                                   ~plantadm                        estudo         %
elaboravam ou se encontravam em processo de
implantaV8ode sens pianos 69% incim-ammetas ou
diretrizespara a qualidade em sens pianos.
                                                                         P^ode-se observer que este processo de
   Elabora9o de pianos estrat6gicos, pianos
                                                                     implants50 nas empresas acelera-se a cada ano, de
de neg6cios ou pianos de metas
                                                                     tal modo que mats de metade dos prograrnas
                                                                     indicados, em 1999, por mais de 100 empresas
                                                                     foramimplantadosa partirde 1997.
6. Qualidade     dos processos              e   dos          As principaismdtricas utilizadas no Brasil para
produtos de software                                     medir a qualidade dos processos de software s50:
                                                         (i) linhas de c6digo (LOC), m6trica mais aplicada
                                                         no passado quando o c6digo era dominante nas
    Apenas 1% do conjunfo de empresas regisfrou
Que seus sistemas da qualidade cram cerfificados         estifffativasde custo, usada por 13% das empresas e
                                                         (ii) pontos de funV&o(function poinf), baseada na
Segundo as Normas Infernacionais ISO 9001 ou
                                                         medig&o do valor das fun6es execufadas polos
ISO 9002 em 1993, passando a 2% em 1995, 8%
em 1997 e alcanando 17% em 1999.                         programas e Que fem metodologia de contagem
                                                         descritaem Counting Pracrices Manual vers5o 4.1,
    Os agentes de software brasileiros, responsziveis
pela formula&o e execu&o da Politica de Software         publicada por International Function Point Users
                                                         Group- IFf UG [2], usadapor 19%.
no Pais, vSm disserninando a cultura da qualidade
nas empresas e jd promoveram treinamento para                 A qualidade dos produtos de software,
miZhares de profissionais.                               propriamentedita, rlho 6 medida no Ambito das
                                                         pesquisas aqui analisadas. Quanto a este aspecto,
    0 nivel de conhecimento do CMM - Capability
Maturity          Model        [1]           (consulte   em 1997, 26% das empresas conheciam as Normas
                                                         ISOC 9126 - /nformarion technology - Soare
www.sei.cmu. edu/cmnf/cmm.html), modelo para
avalia&o da maturidade dos processes de software         quality caracteristics and metrics ou ISOIIEC
de urna organizao        e para idenfificaiio das         12119       Information rechnology        So-fi`ware
praficas-chave Que so requeridas para aumentar a         packages - Quality requz"rementsand restz.ng,sendo
maturidade desses processos, mais Que triplicou          que 7% as utilizavam sisfematicamente cu estavam
                                                         comeando a uslas. Em 1999, o percentual de
passando de 14% em 1995 para 47% em 1999.
    O resultado de 43% alcanado em 1999 para             conbecimento da ISO/IEC 9126 elevou-se para
conhecimento da Norma ISO/IEC                  12207:    36% e da ISO/IEC 12119 para32%.
/nformation rechnology        Soare        Ie cycLe           A norxnaNBR 13596 e a ve/o brasileira da
                                                         ISO/IEC 9126: Tecnologia de informa98o -
process foi significativamente superior ao de 25%
obtido na primeifa medio       deste indicador em        AvaliaV5ode produto de software - Caracten"sticas
                                                         de qualidade e diretrizes para o seu uso e a norrna
 1997. Esta norma, aprovada em 1995, esta
publicada no Brasil come NBR ISO|IEC 12207:              NBR ISO/IEC 12119: Tecnologia de inforrfxaAo-
                                                         Pacctes de software - Testes e requisitos de
Tecnologia da informaAo - Processos de ciclo de
vida de software.                                        qualidade esfabelece os requisitos de qualidade para
                                                         pacotes de software e inscru6es de como testar um
    Taxnb6m foram apurados ganhos hist6ricos
significativos de 18% em 1997 para 31% em 1999           pacote de software com rela5o aos requisitos
                                                         esfabelecidos.
quafxto ao conhecimento do SPICE - Soare
Process       Improvement       and        Capability
dEterminarion. projeto estabelecido em junbo de            7. A rela5o das empresas com os
 1993 pela ISO/IEC JTCIISC7 (Subcomit de                 cRentes
Engenharia de Software), visando produzir a futur,a
norma ISO/IEC 15504: Information technoLogy                  Qualidade come9a e finda com o clienfe de
Soare       process assessment (Tecnologia da            mode Que uma organiza&o o pode progredir
informs50 - Avalia3o de processos de soffware),          qualitativamentea menos que faa do cliente sua
publicada em 1998 na forrfxade Relat6rio Tmica           fora motriz~
                                                             A prdtica de realizaAo de pesquisas junco aos
   Conhecimento do modelo CMM,Norma                      clientes parece consolidada com o percentual de
ISO/IEC 12207 e Projeto SPICE                            empresas Que as realizam, sisteradcica ou
                                                         eventualmente,rnais aquelas que ufilizam dados de
                                                         terceiros estabilizado em tomo de 70%, podendo-se
                                                         observer ms duas dItimas pesquisas, quando
                                                         ocorreu       questionamento     em      separado,
                                                         predominAnciadas pesquisas de satisfa9Aoem tomo
                                                         de 72% sobre as pesquisas de expectativa (68% e
                                                         65%, em 1997 e 1999).
                                                             Os resultados de realizaV2o de pesquisas de
                                                         expectativas (21%) e de pesquisas de satisfagAo
                                                         (25% para 29%) de maneira formal e sistemdcica
                                                         refletem a forte parficipa8o de micro e pequenas
                                                         empresas na composiAo da amosfra e, por outro




 58 / QuaTIC'2001
  lado, s8o indicatinos da informalidade na relaAo            Estruturas de atendimento e resolugo             de
  das empresascom o mercado.                              reclamaJes


Realizao de pesquisas de expectativa ou de satisfaAo
dos clientes - 1999
                             Expectativa    Sat:isfaAo
        Categorias
                              No     %      N      %

Sistematica                    96   21,5    131   29,4
Eventual                      165   37,0    181   40,6
Utiliza dados de terceiros     31     7,0    12    2,7
                                                               Suporte    visits      Hot-line   Internet    Carnal de
Em estudo                      68    15,2    58    13,0        tecnico   peri6dicas                         etendimento

N-aorealiza                    86    19,3    64    14.3
Base                          446    100    446    100
                                                                         8. O processo de software

      Ouvir o mercado por interm6dio de pesquisas e           Dados hist6ricos relativos ao uso de metodos de
  do registro e acompanhamentodas reclamaJes dos           Engenhariade Software encontram-Seorganizados
  clientes reveste-Se de importiinciait medida em que       em subconjuntosdistintos de tecnologias para a
  os dados, assim coletados, forum utilizados por          melhoria da qualidadede software, de acordo com
  aproximadamente 80% das empresas no perfodo              classificao propostapor Capers Jones: m6todos
  1993/99 na revis&o de seus projetos ou na                    paraprevenSo de defeitos e m6todos para
  especifica2o de novos produtosou serviVos.                     detec5o/remo50 de defeitos [3] e [4].
                                                              Os resultadosmais atualizadosindicam quo, em
                                                          termos m6dios globais, as empresas utilizavam 3.9
       so de dados de pesq_uisas ou de                    diferentes metodos para prevenSo de defeitos, 5,3
  reclamaJes na reviso de projetos                        m6todos para detecAo de defeitos, 35 outras
                                                          prticas de Engenharia de Software e 42
                                                          ferramentasautomatizadasde desenvolvimento.
                                                              O ndmero m6dio de metodos para preven&o de
                                                          defeitos adotados em           1999 n&o difere
                                                          significativamenteda mia de 4,O obtida em 1997.
                                                          No entanto, aumentou a diversifica5o quanto ao
                                                          uso de m6todos para detecAo de defeitos e
                                                          ferramentas automatizadas de desenvolvimento,
                                                          anteriormentecom 4,4 e 3,7 indica6es mgdias por
                                                          empresa,respectivamente.
     Em 1993, para stander aos clientes e resolver            Os principals metodos para preven2o de
  suas reclama96es, mais de 70% das empresas              defeitos apontados na I:iltima pesquisa foram:
  mantinhamestrutura convencional de suporte com          adAo      de normas e padr8es da empresa,
  equipes de tdcnicos formadas. Esta percentual           prototipao, anlise critica conjuntae ger8ncia de
  evoluiu ate atingir a marca de 75% em 1997,             projetos, assinalados por mais de 40% das
  regredindoem 1999 para64%.                              empresas.
     O percentual de empresas quo no bi8nio                   Deane os m6todos paraprenen50 classificados
  1997/99, independentemente do surgimento de             como "avangados" para o               processo de
  problemas e consequente chamado do cliente,             desenvolvimento de software, encontram-Se a
  agendavamvisitas peri6dicas permaneceu em 60%,          prototipa50 (44%), o reuso (24%) e as auditorias
  valor cinco vezes superiorao obtido em 1993.            (21%), alm da gestilo de configura80, ad20 de
     Adicionalmente,novas estruturasVernsurgindo:         medi5es      da qualidade (mdtricas) e Joz.nt
  serviOs hot line e he/p desk despontam em 1999          Application Design         JAD com percentuais
  com 66% contra II% em 1993, al6m de suporte             inferiores a 15%-
  remoto via Internet (47%) e as centrals de                  Os mtodos para detec20 de defeitos cram
  atendimento(Ca// Center com 27%).                       utilizados mais intensivamente do quo os mdtodos




                                                                                            QuaTIC'2OOI/ 59
de preven8o, incluindo diferentes categories de        [IO} e [Ill, com a distribui50 gratu.ita de
testes, especialmente, testes funcionais, testes de    publicaq6es com tiragem de 7.500 exemplares a
campo, testes de aceitaSo, testes do sistema           cada ano, el6m de palestrasproferidas sobre o tema
integradoe testes de integraBo, e Validailo.           em diferentes eventos dentro e fora do Pais. No ano
    M6todos para detec9&o "avanados" citados           2000, uma segunda tiragem de 1.000 exemplares
com destaque foram Os testes de aceitaVo (48%) e       foi providenciadapara atendera demandareprirnida
a ValidaBo (45%). InspJes formais (20%) e              (consulte hnp:/w.met" gov.brlsepirz).
revis6es estruturadas (15%) integram este                  Todo o piano de divulgao dos resultados das
subgrupo.                                              pesquisas esni fundamentado no princCpio onde
    Um importante indicador incorporado k              compartilhamento, acesso it informao              e
pesquisa em 1999 mostra que 43% das empresas           conseq"dentes estrat6gias traadas representam
faz, de forma sistemdtica, planejamento e registro     pontos essenciais para o desenvolvimento
dos testes de software realizados seja com equipes     competitivo dos diferentes setores econ6micos
distintas para o desenvolvimento e para os testes      brasileiros.
(21%), seja com uma mesma equipe para as duas              Os agentes de software, responsdveis pela
etapas (22%).                                          formula5o e execuAo da Politica de Software no
    Adicionalmente,      outras prticas       foram    Brasi2, v8m disserninandoa cultura da qualidade
assinaladas: controles de versiio (72%), modelagem     nas empresas e procurando reforVar pontos
de dados (61%) e projeto da interface com o            positivos on reverterpontos no favorveis a partir
ustuirio (50%), seguidas de dicion;iirio de dados      de resultadosapontadospelas pesquisas.
(49%) e m6todos orientados a objetos (44%).                J:i foram promovidos eventos e treinamento
Projeto da interface com o usuario, metodos            pararnilharesde profissionais dentro de programas
orientados a objetos, m6todos estruturadose gesto      de atualiza2o e capacita50 profissional (planos de
de madama 'encontram-seno grupo "avanVado".            neg6cios, Normas ISO, CMM, ferramentas,etc...) e
     O uso de ferramentas automatizadas de             cerca de 150 certifica5es ISO 9000 com escopo no
 desenvolvimento mostrou-se bastantediversificado,     setor de software cram esperadas para o final de
 de tal modo que apenas os geradores de relat6rios e   2000.
 os geradores de telas superaram a fra&o de um             Otis Port relata na revista Business Week que:
tero      dos   respondentes. As         ferramentas   "A {ndia e o Brasil esmo montando campanhas
classificadas como "avanadas", foram assinaladas       intensivas para desenvolver uma inddstria de
 de forma bastante diferenciada, com percentuais       software classe mundial. A sua vantagem
 que variaram de 34% a 14% gerador de telas,           competitivaserd a qualidade".
 geradorde c6digo-fonte, Computer At.iled Soare
Engineering      CASE, gerenciador de projetos,        ReferSnchu bibRogrtifiCasi
gerenciador de bibliotecas de m6dulos, prototipador           [I]    Humplncy,W. S. Characterizing the
 e gerenciadorde configura50.                               Soare      Process.` A CapabiLiryFramework. IEEE
     Os documentos elaborados predominantemente             Software,Mar 1988.
foram manual do usmirio (70%), elabora80 de                     [2]       IFPUG - InternationalFunction Point
 contratos e acordos (66%) e uso de he/p on-Izne            Users Group. Counting Practz.ces Manual. Vers5o
                                                            4.1, Janeiro 1999.
 (62%), seguidos de perto por documenta8o no
                                                                [3}       Jones, C. Global Soliware Quality in
c6digo,     documentaiio      de     programas e            1995. Proceedings 5th InternationalConference on
 especificao de sistema assinalados por mais da             Software Quality (5 ICSQ), Austin/TX, EUA, Oct
metade das empresas.                                        1995.
                                                                [4]       Jones,      C.  Applied       Soare
9. A divufgao                                               Measurement.' Assuring Productivity and QuaLz.
                                                            2nded. McGraw-fIiIl,1997-
                                                                [5]       Weber, K. C., Millet. P, B. e Bran,
    fId bases de dados nacionais disponiveis sobre a
                                                            D. Jr. Quolidade e Produtivz"dadeem Sojiware -
evolu     da gestSo da qualidade para o setor de            Termo de Relere^nciado Subprogroma Seto -rzoL     do
software brasileiro, que apontam tend8ncia de               Quaildade e Produt"widade em Soare,               do
melhoria continua.                                          Programa        Brasileiro   do     Qualidade      e
    Diagn6sticos mais completos, que este Ora               Produtz.vz`dade, I edi5o. QA&T, Brasilia/DF,
apresentado, integrarn quarto edi6es do livro               Brasil, 1994.
"Qnalidade e Produtividade em Software" [5), [6),               [6]        Weber, K. C., Rocha A. R. C. e De
[7] e [8] e resultados vam sendo amplamente                 Luca J. C. M. QuaLidade e Produtz`vz`dodeem
divulgados pelo MCT/SEPIN utilizando sua p;igina            Solhvare,      edio revisada e arnpliada- Malu.on
na Internet on em vers6es impressas pr6prias [9),




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Books, So        Paulo/SP, Brasil, 1997. [ISBN        [9]     MCT/SEPIN. Qua/idade no Setor de
85.346.06749]                                     Sofiware Brasilez-ro."1995. Brasnia/DF Brasil,
    [7]       Weber, K. C. e Rocha A. R. C        1996. [ISSN I413-506X]
Qual-zdadee Produtiv.zdadeem SojclWare,3a Edi50       [10]     MCT/SEPIN. QuaLidade no Setor de
revisada e ampliada. Makron Books, So PauIo/SP,   Soare     Brasile!ro." 1997. Brasilia/DP, Brasil,
Brasil, 1999. [ISBN 85-346-1007-X]                1998. [ISSN 1413-506X]
    [8]       Weber, K. C., Rocha A. R. C. e          [II]     MCT/SFPIN.          Qualidnde       e
Nascimento, C. J. Qualidade e Produtividnde em    Produtivz"dadeno Setor de Soare        Brasilez.ro..
So-lhvare,4 edi9o renovada Makron Books, S&o      1999. BrasnialDF, Brasil, 2000- [ISSN 1518-112X]
Paulo/SP, Brasil, 2001. [ISBN 85.346.1322-21




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