=Paper= {{Paper |id=Vol-1460/paper10 |storemode=property |title=Métricas e Documentação na Qualidade do Software |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-1460/paper10.pdf |volume=Vol-1460 |dblpUrl=https://dblp.org/rec/conf/quatic/FerreiraC98 }} ==Métricas e Documentação na Qualidade do Software== https://ceur-ws.org/Vol-1460/paper10.pdf
                                                 na Qualidade do Software




                                                              Pougal Telecom S.A. - DID/C



                                                              Manuel Marques C6stomo
                                                               Inito   de SIemas e Rob6tica




        O presente trabalho trata da implementao              da qualidade do soare     nas
orgarLiza6es. So apresentadas as metricas de caixa branca e mtricas de caixa preta
aplicadas ao soare.
        As m6tricas de caixa preta baseiam"se no principio de quo no 6 necesso
conhecer o programa Dem a linguagem em que est implementado, mas Sim as suas
funcionalidades.      a partir destas que Seespecificam Osprocedimentos de testes.


como esto implementados os espaOs de mem6ria, etc. Em resumo, as mrricas de
caixa branca tratam da construo        intema do programa.
        Analisase     a fundamentao          dos principios da qualidade baseados na
experimentao       pragmtica e racional de Lewis [1], como base da pratica actual da
Gesto da Qudade.
E tambm tratada a principal fonte de erros ou falhas nos programas de soare,           hem
como metodologias para os detectar e corrigir.
        Tambm Se abordam aspectos relacionados com a documentao                de soare,
nomeadamente       a elaboraVo    do piano de testes, procedimentos     e casos de testes e__
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a Qualidade nas Tecnologias de Informaq;;6o e ComunfcaC:6es                            1
Universidade do Minho
4-6 de Ncvembro 1998

                                               209
 g!fricase Documenfao

 1   QuaEidade do Software




     respectivos relat6rios. Os relat6rios de testes subdividem-se em tr8s tipos distintos
de documentos: relat6rio de gesto, relat6rio de incidentes e relat6rio final.




Qualidade e Medidas



          Os conceitos de qualidade esto baseados em princIpios de experimentao               e
possibilidade de repetio          da experincia      ou teste. Daqui se induz que todo
conhecimento que est          baseado em principios no mensurveis,              no    pode ser
entendido como cientifico [1].
          De facto, foi o filosofo da cincia Charles S. Peirce que apresentou as bases da
objectividade do conhecimento ou pragmatismo em oposio                       a uma viso      do
conhecimento holistica e espiritualista de William James.
          Embora concordando com o pragmatismo, C. I. Lewis acrescenta qua "os
dados da experincia          no   tm   significado sem a respectiva interpretao              dos
conceitos". A teoria do conhecimento de Lewis, pode ser entendida como pragmtica
e racion.
          Tendo como base qua a tomada de decis6es requer um conhecimento
fundamentado em dados tratados, hem como reconhecendo que a um sistema de
medida est associado um certo grau de incerteza tauto She\hat                   como Deming,
introduzem a utilizao         comum das ferramentas estatisticas, mtodo           sigma'-trs e
outros, como base de interpretao         e tratamento de dados, dando origem           moderna
interpretaVo da qualidade.
          Sabendo Que o conhecirnento se aprofunda com a prtica, Shewhat cria o
ciclo PDSA (plano, fazer, escudo e aco)          que pode ser considerado um modelo qua
utiliza o mtodo cientifico para realizar a experimentao,           a aprendizagem e o


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 2                                a Qualidade nas Tecnologias de Informao   e Comunicag6es
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      melhoramento. Os elementos Chane para                 esta aproxima2o,    so:      hip6tese,
      experimentao,      teste da hip6tese e aco.
              Temos pois, que Os conceitos da Gesto pela Qualidade Total assentam tanto
      no tratamento estatistico dos dados obtidos no processo de produo,          como requer
      uma avaliao      continua dos m6todos em uso, no sentido de os ir melhorando.




              Na    ea da qualidade do soare,         entende-se que devam existir vOs     passos




-             Entende-se que os testes de software, n8o devem comear com o produtc
      acabado mas Sim durante a fase de especifica5o, projecto e desenvolvimento deste.




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      3o Encontro Nacional para
      a Qualidade nas Tecnologias de Informao   e Comunica9Ses                                3
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      4-6 de Novembro 1998

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  i!tricas e Documemtao

  i Qualidade   do Softvmre




   Na prflea      os erros ou falhas do soare         podem ser considerados erros humanos,
-dado que a probabilidade da mquina falhar, em condi5es controladas de utilizao,
  extremamente baixa.
         Como pode ser visto na figura 1 a maior parte dos erros de soare,                       56%,
adv8m da especificao          dos requisitos. Isto deve-Se ao facto de Que tanto o analista de
sistemas como o cliente, quando encomenda o soare,                 tm dificuldades e por vezes
D0 conseguirem elaborar o caderno de encargos com clareza e de forma inequIvoca
transcrevendo de forma correcta as necessidades reals do cliente.
         Para diminuir esta quantidade de erros, o cliente deve realizar vas              reuni6es
com o fomecedor e apresentar os planos da empresa a curto e m6dio prazo, para que o
soare        a desenvolver no esteja ultrapassado quando estiver pronto. For outro lado,
 deve ser compativel e funcional com o soare               Que o cliente ja possua ou venha a
 adquirir.
         A lase de especificao        do projecto, 27% das falhas, corresponde passagem
dos requisitos para modelos l6gicos e matemticos de modo a serem mais tarde
codificados em qualquer linguagem. Esta fase                muito dependente da experi8ncia
profissional do analista de sistemas.
         Dado Que na valor parte dos programas 6 impossivel apresentarem-
-se modelos matemticos           demostrveis      para Que o prograrna seja implementado,
podem ocorrer falhas na especificao            do projecto Que se transmitem em cadeia at6
Que o produto final esteja concluido. ESte tipo de erro 6 bastante dificil de detectar,
mesmo na fase de testes finais ao soare"
         Os erros humanos, cometidos durante a lase de codificao,                  so geralmente
mais fceis       de detectar, dado que existem compiladores bastante completos que
 auxiliam no diagn6stico da anomalia. For outro lado tambm existem ferramentas de
teste para Se verificar a complexidade do progratna.
         Comparando os dados das falhas obtidos em [3] com os dados de [6], verifica-
 Se Que esto       coerentes e Que a fonte principal dos erros de soare                     es     na
 especificao      dos requisitos.

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  4                                 a Qualidade mas Tecnologias de Imforma(;;:&oe ComunicaC5es
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                                    4-5 de Novembro 1998

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                                                                                     Qualidade do Soare




              Se utilizarmos um modelo de Pareto, em que se deve comear o processo de
      melhoria da qualidade pelos pontos em que ocorrem mais erros devemos concluir, Que
      em termos de qualidade do soare                o processo de melhoria deve ser iniciado e
      focado na melhoria da especificao          dos requisitos dos programas de soare.




                                           ~




                            Figura 1 - Distribuio       de falhas do Soare     [6]




      M6tricas de Software


              A     quantidade     do soare           utilizado     nas   empresas     operadoras         de
      telecomunica6es         hoje muito elevada e est em constante crescimento. Por outro
^     lado    importante que a qualidade deste soare               seja funcional, fivel e robusta de
     modo a satisfazer as necessidades dos clientes [7].
              Para que a qualidade possa ser quantificada, ela tern de ser medida. Na anise
      do soare,      uma mtrica corresponde a um conjunto de procedimentos observveis e
      Que se podem repetir, sobre um programa computacional e que obtido um resultado.
              As mtricas podem ser utilizadas para a Besto de desenvolvimento e processo
      de aquisiVo e devem ser relevantes para o produto particular de soare                  que vai ser
      utilizado.
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      30 Encontro Nacional para
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      46 de Ncvembro 1998

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 6tricas e Documentaciiio

 I   Qualidade do Soare




            Para    as      organizaJes    que     no    possuem      sistemas     de   qualidade
implementados, tais como modelo SEI-CMM, ISO/IEC12207 e ISO9OO1-3ou outro,
como rninimo, algumas mtricas devem ser utilizadas.
          E como forma de motivar e despertar a utilidade das m6tricas de soare,               na
organizo,       pode ser iniciado o processo de avaliao          do soare,       pelas m6tricas de

caixa branca e m6tricas de caixa preta apresentadas a seguir.
          Sempre que se utilizem m6tricas, estas devem ser descritas e documentadas
para que os result&dos obtidos possam ser comparveis.
          Existem, 'basicamente, dois tipos de testes de soare,         testes de caixa branca e
testes do tipo caixa preta.




M6tricas de Caixa Branca


          Nos testes de caixa branca         verificada a estrutura interna do programa em
anlise.     Pode-se verificar atrav6s de testes que cada m6dulo do program& fol
verificado pelo menos uma vez.
          Um dos aspectos das mtricas          de soare,      consiste em verificar a correct&
gesto dos recursos da mem6ria a que um program& tern acesso. No ter isso em
consideraVo, gera por vezes gastos excessivos da mem6ria de um computador ou

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 6                                  a Qualidade nas Tecnologias de Inform@o   e ComunicaCSes
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                                    4-6 de Novembro 1998

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                                                                          Oualidade do Soare




    base de dados, hem como podem acarretar a nAoconveniente defmio            e inicia&o de
    um "array" on ponteiro. Uma das ferramentas de teste que executa uma boa Besto da
    mem6ria 6 o Pur        [4].                                                                      I

             Para al6m da gesto da mem6ria temos tamb6m de analisar o tempo gasto para
    Que Osciclos de um program&decorram. A ferramenta Q/             [4ldestina-Se    analise
    de funBes, mostra-nos o ntimero de vezes Que cada funo         6 chamada e dOs          urns


    rnfnimo, para que o program& seja executado. Esta aproximao             6 extremamente
    importante pois, a partir dela podemos tel uma boa aproximao         do tempo gasto por
    funo     para correr o programa
             A tj[tulo de exemplo, da verificao          de software mas caractensticas de
    funcionalidade e fiabilidade, cita-se o caso ocorrido com o fogueto Ariane lanado
    de Cauro (na Guiana Francesa) em Junho de 1996, Que transport&Va um satlite             para
    telecomunicaJes. Aquele fogneto teve Que ser destrufdo (passados 45 segundos do
    sen Ianamento) dado no se poder prever, corrigir e acompanhar a traject6ria deste,
    pol falta de mem6ria no computador de bordo. Os peritos detectaram Que no tinha
~

    sido reservado espao de mem6ria suficiente para os dados referentes s va:riveis de
    controlo horizontais das caracteristicas atmosf6ricas (velocidade, intensidade e
    direco     do vento, etc.).
             Dentro das medidas de caixa branca, temos tambm                 a m6trica de
    complexidade de um programa Quequantifica a sua complexidade l6gica do projecto,
    mede o nmero dos testes de integrao,            mostra tambm as panes do c6digo Que
    foram testadas [5]. Para McCabe a mtrica de complexidade (Cc) pode ser calculada
    DOr:
             Cc=E-N+2P
    onde,
    Cc-     Mica     de Complexidade
    E - Nmero de rOs
          de trsferncia    de cono1o
    N - Ntimero de n6s ( grupa sequencial de

    30 Encontro Mac(anal para
    a Qualidade masTecnologias de Informao   e Comunica9Ses                                 7
    Umiversidade do Minho
    4-6 de Novembro 1998

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     6trica5 e Documentao

     I   Qualidade do Soffvmre




              declarao-es contendo so`menteuma
           transfere^ncz"ade controlo).
P - Nlimero de caminhos controlveis
          do programa.


              Os resultados da mtrica      de complexidade, podem ser comparados com o
ndrnero delinhas de c6digo assim como o nmero de defeitos do program&testado.




              As medidas de soare          do tipo caixa preta obedecem a um planeamento




t




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                                      3o Encontl o NacionaL para
    8                                 a Qualidade nas TecnoLogias de Informao   e Comunicag5es
                                      Universidade do Minho
                                       46 de Novembro 1998
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                                                                          Qualidade do Somvare




          Alem dos testes       ncionais, podem Iambm      ser executados testes de stress ou
  de carga do programa. Ou seja, criar situa6es em que o programa tenha Que executar
  um ndmero de opera5es muito superior ao esperado na realidade.
          Devero tambm ser prescritos testes de Campos, on seja introduo            de valores
  ngo esperados tais como:




                                                                                                  a




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  a Qualidade mas Tecnologias de Inturnso   e Comunicaes                                     9
  Universidade do Minho
  4-6 de Novembro 1998

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g!tricase Documentao

I   Qualidade do Softvmre




                               Relat6rio DiSrio de GestSo




Eq~pa




                                                    | |
                      Fig;ura 2 - Planearnento dO processo de testes de soare




                                   30 Encontro Nacional para
10                                 a Qualidade nas Tecnologias de InformaC:5o e Comunica9Ses
                                   Universidade do Minho
                                     6 de Novembro 1998
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                                                                             M6tricas e Documentao   Ha




    Documenta{!;;6oe Qualidade


             A documentao,       para testes do soare          um dos aspectos mais importantes para
    Se deterruiDar a qualidade deste tipo de produto e deve ser relevante, dentro das
    organizaBes, como uma actividade produtiva e essencial.
             Como iremos ver mais             frente, o software possui vias     fases ou ciclos e
    desenvolvido pol grupos de pessoas distintas. Para Que todo o processo se possa manter
    sob controlo       necesso      Que haja uma concatenao           entre as pessoas Que      obtida
    atravs    da documentao         de suporte em que cada um sabe exactamente as suas




             A Norma StEEE          - 829 Standard for Soare          Test Docentaon,        apresenta
    um modelo de documentao               para testes de software Que          constituido pol oito
    documentos:
             1 - Plano de Testes,
             2 - EspecificaVo de Desenho
             de Testes,
             3 - Especificao     de Caso de
             Testes,


             mento de Testes,
             5 - Relat6rio de transmisso de
/            um item de teste,
             6 - Relat6rio do Dio      de
             Teste,


    30 Encontro Nacional para                                                                        11
    a Qualldade Has Tecnologias de Informao    e ComunicaBes
    Universidade do Minho
    46 de Novembro 1998


                                                      219
      6tricas e Documentao

      I   Qualidade do Sorfware




               7 - Relat6rio do Incidente de
               Teste,
               8 - Relat6rio Sumio         de
                Testes.


               A fira       2 representa um diaama             de causa e efeito, tipo "Ishikawa". Este
diagrama deve ser lido da esquerda para a direita e representa os diferentes recursos e
processos do mtodo de testes do software.
               A fase de especificao            de testes, corresponde a: especificao          de desenho,
especificao             de procedimento e relat6rio de transmisso de um item de teste.
               O relat6rio de incidente de teste deve ser elaborado quando ocorrer durante a
execuo            de testes algum acontecimento no previsto com o software que por exemplo,
force a interrupo            dos testes.




1




               A estrutura do Plano de Testes,         composta polos itens idenflcados abxo:


-.?

           hens de testes



 -
).         Metodologia


                                           3o Encontro NacionaZ para
      12                                   a Qualidade masTecnologias de Informao   e ComunicecHes
                                           Universidade do Minho
                                           4`6 de Novembro 1998



                                                         220
     8. Critrios para suspenso dos testes e requisitos para recomeo.
     9. Documentos de testes
     10. Tarefas de teste
     11. Necessidades de ambiente
     12. Responsabilidades




-

^,




     30 EncontTo Nacional para                                         13
     a Qualidade has Tecnologias de Informa5o   e ComunicaBes
     Universidade do Minho
       6 de Novembro 1998


                                                      221
ConclusSes




       Nesta trabalho abordou"se a origem da filosofia da qualidade total, apresentaram-'
Se os conceitos pragmficos e racionais e necessidade da experimentao               como modelo
de obteno   e tratamento de dados de modo a tomar five] a tomada de decis5es.
       Focou-Se tamb6m a qualidade do software, como modelo experimental com
enfase na eJaborao     de documentao      de teste, como base para futuras verificaJes        e
enquadrarnento dos resultados obtidos.
       Foi feito o enquadramento das medidas de teste de caixa branca e preta Que
apresentam resultados bastante fiaveis e expeditos de Se realizar.
       Em conc]uso, apresentou-Se a necessidade da documentao                 formal e rigorosa
como meio de se ter a certeza de que o pIograma em teste funciona exactamente de
acordo com os requisitos estipulados e acordados entre cliente e fomecedor.




                              30 Encontro Nacionat para
 14                           a Qualidade nas Tecnologias de Informa50   e Comunica(!;;:8es
                              Universidade do Minho
                              ~6 de Novembro 1998



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                                                                                                  `..,
                                                                                M6tricas e Documental;;8o na




        Bibliografia




        [1] - Michael R. Loviu          e New Pragmatism". Going Beyond Shewhart and Deming
"^
        (Quality Progress, April 1997)"
        [2] - Qualidade e TelecomunicaJes,         3 Conferencia da Engenharia Electrotcnica             da
        Ordem dos Engenheiros, Exponor - Matosinhos de 20 a 24 de Junho de 1997, autores
        Joaquim da Conceio        Ferreira, Manuel Marques Cris6stomo.
        [3] -Zohar Gilad Automated Soare                 Quality Solutions ( Mercury              teractive




"^.




      _______________________________________________________________________

        3o Encontro Nacional para                                                                        15
        a Qualidade masTecnologias de Informao   e ComunicagSes
        Universidade do Minho
        46 de Novembro 1998



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