=Paper= {{Paper |id=Vol-1667/CtrlE_2016_AR_paper_38 |storemode=property |title=Uma Proposta de Catalogação de Recursos Educacionais Digitais utilizando tablets para o Ensino de Crianças com Deficiência Intelectual |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-1667/CtrlE_2016_AR_paper_38.pdf |volume=Vol-1667 |authors=Cintia Arruda Lima,Rayssa Hitzschky,Maria Alinne de Brito,Ana Gardennya Oliveira,José Aires de Castro Filho,Márcia Duarte Medeiros }} ==Uma Proposta de Catalogação de Recursos Educacionais Digitais utilizando tablets para o Ensino de Crianças com Deficiência Intelectual== https://ceur-ws.org/Vol-1667/CtrlE_2016_AR_paper_38.pdf
 UMA PROPOSTA DE CATALOGAÇÃO DE RECURSOS
  EDUCACIONAIS DIGITAIS UTILIZANDO TABLETS
 PARA O ENSINO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
                INTELECTUAL
       Cintia Arruda Lima¹, Rayssa Hitzschky1, Maria Alinne de Brito 1,
 Ana Gardennya Oliveira¹, José Aires de Castro Filho1, Márcia Duarte Medeiros1
            1
                Instituto UFC Virtual – Universidade Federal do Ceará (UFC)

       Campus do Pici - Bloco 901 - 1º andar - CEP 60455-760 - Fortaleza – CE
           arrudacintia@gmail.com,hitzschkyrayssa@gmail.com,
 alinnefbrito@gmail.com,ana.gardennya@gmail.com, jcastroufc@gmail.com,
                         marcia@virtual.ufc.br

    Abstract: The digital educational resources (RED) have the purpose of
    assisting in teaching and learning processes for the construction of diverse
    knowledge. This paper proposes a RED cataloging, presenting possibilities of
    use with students with intellectual disabilities. Although there are many
    materials available in virtual repositories, it is clear that there is a shortage
    on the utilization of these resources for students with intellectual disabilities
    (ID). Therefore, the cataloging process for fostering RED use in the said area
    will be developed in five phases, passing the search for free repositories,
    pedagogical adaptation and tests on tablets.

    Resumo: Os recursos educacionais digitais (RED) possuem a finalidade de
    auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem para a construção de
    diversos conhecimentos. O presente trabalho propõe uma catalogação de
    RED, que apresentem possibilidades de uso junto a alunos com deficiência
    intelectual. Apesar de existirem diversos materiais disponibilizados em
    repositórios virtuais, percebe-se que existe uma carência acerca da utilização
    desses recursos para discentes com deficiência intelectual (DI). Para tanto, o
    processo de catalogação para fomento do uso de RED na citada área, será
    desenvolvido em cinco fases, perpassando a busca em repositórios livres,
    adaptação pedagógica e testes realizados em tablets.

1. Introdução

A Educação Especial é uma área da educação que vem sendo, gradativamente,
fomentada em meio à sociedade. Muitas práticas em prol de pessoas que apresentam
alguma necessidade especial vêm sendo aderidas, buscando uma promoção de
igualdades com os seus pares e um melhor convívio no meio social. Durante um tempo
expressivo, esse público foi designado a ficar à margem da sociedade, sendo
considerado como indivíduos inferiores ou que possuíam algum tipo de doença a ser
erradicada.
        O avanço das diversas tecnologias em meio à sociedade possibilitou sua
utilização no que concerne ao apoio de pessoas com necessidades especiais, fazendo


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surgir, assim, uma área relacionada a essa necessidade e que é denominada de
“tecnologias assistivas”. As tecnologias assistivas podem ser entendidas como “todos os
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços, que possam promover a
funcionabilidade, relacionada à participação de pessoas com deficiências, incapacidade
ou mobilidade, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
social”, conforme a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência (CORDE).
        A importância das tecnologias assistivas está na constatação de que essas
ferramentas auxiliam na comunicação, no aprendizado e em tarefas diárias de pessoas
com diferentes necessidades especiais, podendo ser divididas entre altas tecnologias,
compreendendo livros falados, softwares, teclados e mouses diferenciados e, as baixas
tecnologias, que são adaptações simples, como tesouras, lápis ou colher [Cavalcante
2006].
        Tendo em vista a utilização de recursos digitais para o uso como tecnologias
assistivas, verifica-se que existem inúmeros instrumentos que podem ser utilizados na
dinâmica escolar como forma de melhorar e aperfeiçoar o ensino de crianças que
necessitem de um maior acompanhamento, especialmente, no que tange à deficiência
intelectual e, dentre eles, pode-se destacar os recursos educacionais digitais (RED).
        Os recursos educacionais digitais (RED) são produtos em suporte digital
destinados aos contextos de aprendizagem e serviços de apoio à sua utilização
[Carneiro, 2010, p. 71], podendo estes serem utilizados como ferramenta de ensino para
apoiar o aprendizado. Dependendo da metodologia a ser aplicada pelo professor, o RED
pode ser classificado também, além de suas classificações, como objeto de
aprendizagem.
        Pensando nas possibilidades que podem ser proporcionadas ao professor
referentes ao acesso a distintos RED disponíveis na Internet e a partir de uma avaliação
apropriada destes, entende-se que essas ferramentas podem ser usadas como
instrumentos de suporte ao processo do ensinar e do aprender. Desse modo, o presente
trabalho busca apresentar uma proposta de seleção e catalogação de RED para o ensino
de crianças com deficiência intelectual e busca refletir acerca da necessidade de ampliar
os conhecimentos concernentes a essa área da educação, concomitantemente, a uma
forma diversificada em prol do trabalho em sala de aula com o público em foco.
        O trabalho será organizado nas seguintes seções: a) aporte teórico que embasará
as reflexões sobre a Educação Especial, a Deficiência Intelectual (DI) e RED que
podem ser considerados para o objetivo do trabalho; b) metodologia que será utilizada
para a realização da pesquisa em campo, com análise de três recursos que podem ser
utilizados para alunos com DI e por fim, d) ponderações acerca da relevância do
trabalho e como este poderá contribuir para o ensino e aprendizagem e para a educação,
de forma mais ampla.

2. Referencial Teórico
Antes de iniciar uma discussão mais aprofundada sobre o uso de recursos educacionais
digitais no apoio à educação de alunos com deficiência intelectual, faz-se necessário
compreender, primeiramente, o que é Educação Especial e o Atendimento Educacional
Especializado (AEE), além da legislação que embasa a sua atuação. Desse modo,
compreendendo com um olhar crítico e reflexivo esse ramo da educação, torna-se
possível concretizar trabalhos no intuito de fundamentar em aportes teóricos e em


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experiências contextualizadas. Após essa discussão, será feita a relação com recursos
educacionais digitais.

2.1 A Educação Especial e o AEE: reflexões acerca das práticas estabelecidas

A Educação Especial constitui-se como a modalidade de ensino oferecida na educação
escolar, preferencialmente, na rede regular de ensino, e que visa promover o
desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais.
O Decreto nº 3.298/99 regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, permeando
transversalmente todos os níveis e modalidades de ensino e estabelecendo a oferta
obrigatória e gratuita da educação especial em estabelecimentos públicos de ensino,
dentre outras medidas.
        O conceito de inclusão é debatido em vários âmbitos da sociedade,
principalmente, após a presença da interlocução dos sujeitos por meio de uma rede de
computadores e a diminuição das desigualdades de patamares. A inclusão, em sua
essência, trata-se de uma reestruturação cultural, onde o convívio é diretamente ligado
às diversidades, de uma forma humana e democrática, tendo o respeito aos sujeitos e
suas singularidades como o seu começo e fim.
        As chamadas salas de aulas regulares recebem centenas de alunos, dentre eles,
discentes com e sem necessidades especiais. Os alunos que precisam de um
acompanhamento mais específico e que atenda às suas particularidades, participam de
um serviço de atendimento educacional especializado (AEE). As escolas regulares
devem ter em suas dependências, uma equipe multidisciplinar, para que possam
identificar, elaborar e organizar estratégias pedagógicas que eliminem as barreiras para
a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. Assim
sendo, o AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno com vistas à
autonomia e independência.
        A mera inserção de crianças portadoras de necessidades educativas especiais em
turmas/escolas regulares não garante a inclusão, de fato, destas crianças no processo
educacional. É necessário que não se paralise frente às diferenças, mas também torna-se
fundamental que se redesenhe o papel da escola. Inserir todos estes aspectos na prática
pedagógica demandará do educador uma postura crítica frente a inclusão destas
crianças, assim como exigirá do educador a intencionalidade de sua prática. [Silva
2002].
        Outrora, professores que possuem discentes como algum tipo de deficiência,
necessitam de recursos diferenciados em relação à dinâmica em sala de aula e ao
desenvolvimento dos educandos ao longo do ano letivo, fazendo assim, uso de
instrumentos concretos, paralelamente, ao trabalho de aspectos abstratos, buscando,
dessa forma, estímulos que são essenciais para uma boa evolução cognitiva e social dos
discentes em questão. Desse modo, é imprescindível que professores e toda a
comunidade escolar revejam as posturas adotadas frente à inclusão, partindo da reflexão
de que o processo de ensino e aprendizagem de discentes com necessidades especiais
seja aperfeiçoado, de forma que estes estejam inseridos na escola e fora dela de forma
ampla.
        Nesse sentindo, objetivando o processo de ensino e aprendizagem de crianças
com necessidades educativas especiais, em especial com deficiência intelectual, seja
potencializado, surge a possibilidade de uso dos recursos educacionais digitais, como



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uma forma de diversificar as práticas pedagógicas em curso quanto à deficiência
intelectual.
        Na próxima seção, será explanada uma discussão sobre a relevância da
utilização de RED voltados para a deficiência intelectual.

2.2 O uso de recursos educacionais digitais para Deficiência Intelectual

Os recursos educacionais digitais estão cada vez mais presentes no contexto escolar e,
nos dias atuais, são encontrados com grande expressividade os objetos de aprendizagem
(OA), ferramentas que auxiliam de forma significativa a ação de ensinar e de aprender.
Esses instrumentos possibilitam abordagens distintas de outras utilizadas, por meio do
uso de animações, simulações ou hipertextos, por exemplo, que trabalham
conhecimentos específicos e que podem ser manuseados diversas vezes, a depender das
diferentes abordagens e com outro olhar.
        Rodrigues e Teixeira [2007] afirmam que as Tecnologias Digitais da Informação
e da Comunicação (TDIC) tornam-se suportes, conteúdos e formas potencializadoras
dos processos de inclusão dos diferentes, nas formas de sociabilidade e além disso, as
ajudas técnicas, seja na dimensão assistiva, adaptativa ou educativa, são imprescindíveis
para o uso das potencialidades dessas tecnologias por essas pessoas, na plenitude de
seres humanos.
        Em vista desse cenário, é substancial que os professores tenham acesso a
diferentes artefatos que propiciem práticas, metodologias e abordagens, visando a um
adequado desdobramento do processo de ensino e aprendizagem. Para isso, faz-se
necessário que professores e a comunidade escolar como um todo utilizem as
tecnologias de forma reflexiva, buscando conhecer as singularidades de cada deficiência
e não somente isso, mas procurar conhecer as especificidades de cada aluno como
indivíduo em meio à dinâmica social. Possuindo esse conhecimento, é possível inferir
quais implicações poderão ser observadas posteriormente, em cada sujeito, de forma
individual.
        No que concerne à deficiência intelectual, crianças que apresentam DI possuem
déficits cognitivos concomitantes ao funcionamento adaptativo, em pelo menos duas
dessas áreas: comunicação, cuidados pessoais, vida doméstica, habilidades
sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, independência, habilidades
acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança, podendo estas características serem
apresentadas antes dos dezoito anos de idade.
        Para Nuemberg [2008] apud Vygotsky [1997], existe potencialidade e
capacidade nas pessoas com deficiência, mas entende que, para estas poderem
desenvolvê-las, devem ser lhes oferecidas condições materiais e instrumentais
adequadas. Com isso, deve-se oferecer a tais pessoas uma educação que lhes oportunize
a apropriação da cultura histórica e socialmente construída, para melhores
possibilidades de desenvolvimento.
        Em contrapartida, diversos aspectos dificultam um bom desenvolvimento de
alunos com deficiência intelectual na sociedade, sobretudo, em sala de aula, podendo-se
elencar, a falta de estrutura nas escolas públicas e privadas brasileiras, a escassez de
recursos pedagógicos e inadequada estrutura física para lidar com os tipos de deficiência
intelectual, além da má formação de muitos profissionais no que consta à Educação
Especial. Outro ponto que deve ser ressaltado é o de que a implementação das diversas
tecnologias existentes que podem ser utilizadas para discentes com DI no ambiente



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educacional, por si só não realizarão uma plena inclusão dos educandos com
necessidades especiais, sendo relevante e indispensável considerar as abordagens e as
práticas pedagógicas em vigor.
        Partindo das dificuldades referidas, depreendemos a importância de buscar
recursos educacionais digitais que possam ser utilizados por crianças com deficiência
intelectual, visando contribuir para uma adequada e propícia aprendizagem destes
alunos.

3. Metodologia
Quanto à metodologia que será realizada referente à catalogação de RED para crianças
com deficiência intelectual, esta constará de uma análise qualitativa dos materiais
encontrados e selecionados, além de um processo de desenvolvimento de banco de
dados, relacionados à busca e catalogação dessas ferramentas. É pertinente ressaltar
que, com o intuito de um melhor aprofundamento sobre o estudo, serão delimitados os
tipos de deficiência que constarão na seleção dos RED, concernentes, portanto, ao
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Síndrome de Down.

3.1 Processo de seleção e catalogação de recursos educacionais digitais

Buscando uma análise fundamentada dos recursos, a proposta de busca, seleção e
catalogação de recursos educacionais digitais para crianças com deficiência intelectual
compreenderá cinco fases. A seleção ocorrerá visando o público escolhido, procurando
compreender as suas particularidades essenciais. Para facilitar esse processo de
exemplificação, iremos referenciar apenas dois tipos de deficiência intelectual, sendo
estes o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a Síndrome de Down.
        Quanto ao processo de catalogação, a primeira fase constará da busca e seleção
de recursos, que terá início com a seleção de alguns repositórios digitais de livre acesso,
isto é, que possuam Licença Creative Commons1, que permitem o uso de seus recursos
de acordo com as licenças selecionadas. Exemplos desses repositórios são o Portal do
Professor2 e Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE)3, ambos repositórios
livres do Ministério da Educação (MEC). Essa busca inicial objetivará selecionar os
materiais que podem ser usados para fins educacionais e que atendam as especificidades
do público pensado.
        A segunda fase será composta da seleção propriamente dita de recursos,
utilizando como aporte as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação
Básica4 (2001), que compreende diretrizes e ações que reorganizam a Educação
Especial na Educação Básica, além de Oliveira et al [2001], que discorre sobre critérios
de escolha e utilização de RED, que perpassam aspectos técnicos e pedagógicos, desde
critérios de usabilidade até intencionalidades pedagógicas.
        Seguindo os Parâmetros das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica [2001], foram elencados critérios para uma seleção mais específica do

1
  A Licença Creative Commons compreende diversos tipos de licenças que permite a cópia e
compartilhamento com menos restrições que outras existentes. Para saber mais:
https://creativecommons.org/about/
2
  http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html
3
  http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
4
    http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf



                                                                                       514
público com os tipos de deficiência intelectual referendados, que serão: a) classificação
pelo tipo de deficiência; b) observação do grau de dificuldade e limitações específicas,
como a psicomotricidade e aprendizagem cognitiva; c) disciplina a ser trabalhada no
recurso digital; d) contribuições do recurso para os dois tipos de DI.
        Concomitantemente, outros critérios mais abrangentes da busca e seleção dos
RED, relacionados à parte técnica e pedagógica, também serão considerados, que serão:
a) Facilidade de uso; b) Recursos motivacionais; c) Adequação das atividades
pedagógicas; d) Adequação dos recursos de mídia; e, por fim, e) Interatividade social
[Oliveira 2001]. Os critérios em questão visam uma melhor adequação dos RED aos
alunos que apresentem algum dos tipos de deficiência intelectual em estudo.
        A terceira fase será composta de testes realizados em tablets, visando que os
recursos escolhidos sejam adequados ao instrumento selecionado, no que diz respeito à
adequação de aspectos técnicos. A utilização do tablet como ferramenta para a
aplicação dos recursos educacionais tem como objetivo facilitar a aprendizagem
individual, fornecendo retorno e avaliação imediata, além do desenvolvimento sensório-
motor de crianças com deficiência intelectual.
        A quarta fase constará da catalogação propriamente dita, que será feita a partir
dos recursos escolhidos previamente. Essa catalogação será desenvolvida com uma
organização de recursos a partir dos dois tipos de DI, por meio da criação de uma tabela,
com respectivo nome do recurso, área de conhecimento, ano no qual este pode ser
apropriado, tipo de deficiência, local de origem, localização online onde este por ser
encontrado e data de visualização.
        A quinta e última fase será realizada com a aplicação dos recursos escolhidos
com o público em questão e será feita a observação de como esses materiais podem
contribuir de forma positiva para o desenvolvimento de crianças com TEA e DI,
levando em consideração as especificidades de cada sujeito.
        Tendo em vista a importância de uma busca prévia anterior à aplicação de uma
pesquisa em campo, buscou-se conhecer alguns RED que poderiam ser aplicados com
discentes com TEA e DI, exemplificados posteriormente na Tabela 1 presente na
subseção posterior e que surgiu como uma pesquisa inicial, no qual transcorreram os
objetivos desse trabalho.


3.2 Recursos educacionais digitais para Deficiência Intelectual

Alguns exemplos de recursos educacionais digitais podem ser mencionados em caráter
de exemplificação para utilização com crianças que apresentem Transtorno do Espectro
Autista (TEA) e Síndrome de Down. Para tanto, foi realizada uma busca inicial de três
recursos que apresentassem possibilidades no que tange à Deficiência Intelectual e,
posteriormente, feita a sua análise.
        Os recursos selecionados são da área de Matemática, podendo ser encontrados
no Portal do Professor e BIOE e foi verificado que estes podem ser utilizados para
discentes com TEA e DI. Os recursos foram: a) Formas geométricas; b) Ferramentas; c)
Imagem Incompleta. Estes apresentam potencial para serem utilizados em variadas
práticas pedagógicas, com o uso de tablets, a depender das objetivos e intencionalidades
do docente e, principalmente, do tipo de deficiência, conforme especificações
constantes na Tabela 1.




                                                                                     515
    Tabela 1. Análise de recursos educacionais digitais (RED) para TEA e Síndrome
                                      de Down


     Nome do        Área de     Conteúdo          TEA              Síndrome de
      RED           estudo                                            Down
      Formas      Matemática     Formas          Percepção,      Psicomotricidade e
    geométricas                geométricas     memorização,         identificação.
                                 e cores.    psicomotricidade
                                              e identificação.

    Ferramentas   Matemática     Formas e       Percepção,          Percepção,
                                 imagens.      identificação,      identificação,
                                              memorização e       memorização e
                                             psicomotricidade.   psicomotricidade.

       Imagem     Matemática     Espaço e     Memorização,       Psicomotricidade e
     Incompleta                   forma.      coordenação            percepção.
                                                motora e
                                               observação.


        Apesar da realização de uma análise prévia dos recursos exemplificados na
Tabela 1, pode ser verificado que existem distintos recursos digitais que podem ser
utilizados para fins educacionais e, sobretudo, para crianças com Transtorno do
Espectro Autista e Síndrome de Down.
        Na seção posterior, serão feitas algumas ponderações acerca do trabalho de
busca, seleção e catalogação de recursos educacionais digitais para discentes com os
tipos de deficiência intelectual especificados e para as suas respectivas aprendizagens.

4. Considerações Gerais
A catalogação de recursos para alunos com deficiência intelectual configura-se como
um relevante suporte no que concerne ao ensino e aprendizagem do público em estudo.
A Educação Especial que, durante muito tempo, encontrou-se como uma área à margem
da sociedade, hoje, obtém subsídios mais expressivos para abordagens mais qualitativas,
apesar de ainda serem insuficientes.
        A evolução tecnológica instaurou novas possibilidades no âmbito educacional,
permitindo grandes avanços pedagógicos com o uso de materiais digitais para o ensino,
sobretudo, no que tange ao público de crianças com deficiência intelectual. É sabido
que, alunos que apresentam algum tipo de DI necessitam de abordagens diferenciadas e
que façam uso de recursos que estimulem aspectos como, a coordenação motora, além
de aspectos cognitivos, como a atenção, memória, raciocínio e correspondência, por
exemplo.
        Frente ao constante progresso das tecnologias no contexto escolar, docentes
deparam-se com a carência de metodologias com o uso destes recursos digitais
aplicados aos alunos com DI e, não obstante, o papel do professor com o auxílio desses
recursos vem como principal objetivo de buscar meios eficazes de inserir as tecnologias
também ao processo de ensino e aprendizagem desse público, buscando práticas que se
adequem às singularidades de cada aluno.


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        Com a referida proposta de catalogação de recursos educacionais digitais para o
ensino de crianças com DI, busca-se oportunizar a inclusão digital destas e potencializar
as suas habilidades cognitivas. Além disso, o processo de catalogação para este público
específico objetiva direcionar docentes, contribuindo, desse modo, com uma melhor
forma de inserção de diferentes recursos educacionais na dinâmica de ensino e
aprendizagem de alunos com necessidades especiais, complementando o processo como
um todo e proporcionando uma maior autonomia destes discentes.
        Dessa forma, a tecnologia emergiu no meio educacional para romper fronteiras e
abrir novos caminhos para a educação, proporcionando um ensino diversificado e
participativo, salientando os sentidos atribuídos ao aprender. Os RED possibilitam a
inclusão desses educandos portadores de DI, caracterizando-se por meio de práticas
distintas das socialmente utilizadas, oportunizando a construção de uma aprendizagem
significativa, através da interação, socialização e de uma relação colaborativa entre
aluno-aluno e professor e aluno.

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