Recursos Digitais para a Gestão do Tempo e Hábitos de
          Estudos: a experiência de um Plantão Pedagógico
             Ana Carolina Sales1, Edilene da Silva1, Paula Rafaela da Silva1
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     Instituto Metrópole Digital - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
                           Caixa Postal 1424 Natal – RN – Brasil
             carolmsales@imd.ufrn.br, edilene.candido@imd.ufrn.br,
                         paula_rafaela18@yahoo.com.br
       Abstract. Pedagogical Support is a service offered to students of the IMD to
       help them in their time organization and study strategies. This short course
       presents the activities developed by the Pedagogical Support, focusing on
       digital tools that are suggested to the students. The theoretical basis of this
       content will be addressed by providing contact with informational tools such as
       mind maps and flashcards that can contribute to the teaching-learning
       processes. Presenting them to the public is a way to enable the exchange of
       knowledge and expansion of the information technology use in the educational
       environment, contributing to teaching and learning processes.

       Resumo. O Plantão Pedagógico é um serviço oferecido aos alunos do IMD
       para ajudá-los na organização do tempo e no desenvolvimento de estratégias
       eficazes de estudo. Este minicurso busca apresentar as atividades
       desenvolvidas pelo Plantão Pedagógico, focando nas ferramentas digitais que
       são sugeridas aos alunos. Serão abordadas as bases teóricas destes conteúdos,
       proporcionando contato com ferramentas informacionais, como mapas mentais
       e flashcards, que podem contribuir para os processos de ensino-aprendizagem.
       Apresentá-los ao público é uma forma de possibilitar a troca de conhecimentos
       e a ampliação do uso da informática no ambiente educacional, contribuindo
       para os processos de ensino e aprendizagem.

1. Introdução
O Plantão Pedagógico é uma prática comum em escolas de educação básica e ultimamente
vem sendo utilizado também em instituições de ensino superior. Geralmente é um termo
utilizado para caracterizar atendimentos, feito por professores, de alunos que necessitam
de apoio em seus estudos, plantão de dúvidas, ou ainda reunião com pais, nas quais estes
têm a oportunidade de conversar com os professores sobre o comportamento e
desempenho de seus filhos [Menestrina e Godard 2003; Goedert, Wagner e Gonçalves
2003; Gomes 2011]. O que se observa é que não há uma definição clara sobre o conceito
e as práticas do Plantão, apesar de todas elas buscarem contribuir para um melhor
desempenho dos alunos, seja através de atendimentos a estes ou aos pais.
       Este artigo objetiva apresentar as atividades que serão desenvolvidas em um
minicurso cujo foco será as ações praticadas pelo Plantão Pedagógico do Instituto
Metrópole Digital (IMD), serviço criado a partir da práxis mencionada e das necessidades
específicas dos alunos do Instituto. Durante o minicurso, focaremos nos recursos digitais
que são utilizados durante a realização do serviço.



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       O IMD unidade suplementar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) forma pessoal de nível técnico, superior e de pós-graduação, com foco na
inclusão social e digital. Desenvolve ações de pesquisa, inovação tecnológica e incentivo
à cultura do empreendedorismo, e conta com uma incubadora de empresas de base
tecnológica, a INOVA Metrópole. A meta do instituto é fomentar a criação de um polo
tecnológico no Rio Grande do Norte, abarcando iniciativas do setor público, privado e
acadêmico, que permita dinamizar a economia do estado do RN, e se tornar um centro de
excelência em Tecnologia da Informação (TI).
       Os cursos técnicos ofertados pelo IMD são semipresenciais, voltados à formação
de jovens com potencial talento em informática, visando a qualificação profissional para
a área de TI. Já o Bacharelado em Tecnologia da Informação (BTI) é um curso de
graduação interdisciplinar com foco em TI, que se caracteriza pela flexibilidade da
organização curricular e objetiva maior participação do aluno em seu processo de
aprendizagem, buscando a formação de profissionais com perfis mais adequados às
competências e habilidades exigidas na área de atuação [disponível em www.imd.ufrn.br].
O IMD conta com 2202 alunos nos cursos técnicos, distribuídos em 4 polos de ensino,
Natal, Angicos, Caicó e Mossoró, e 872 alunos no curso de graduação.
        A organização do trabalho evoluiu e atualmente é exigido dos profissionais novas
formas de pensar e agir, já que o mundo, devido as tecnologias da informação, está em
constante fluidez e mudança [Castells 2010]. A sociedade cobra que o jovem entre e
obtenha sucesso no mercado de trabalho, ao passo que crescem as exigências de
qualificações e especializações. Trata-se de um mercado que exige conhecimentos
técnicos, de informação, de experiência e de práticas no trabalho [Schuster 2008]. Além
dessas exigências, os alunos precisam lidar com as demandas inerentes ao processo de
aprendizagem, e os que fazem parte dos cursos técnicos do IMD necessitam ainda
adaptar-se à modalidade de ensino à distância, que exige maior autonomia e disciplina
visto que o centro do processo de aprendizagem é o aluno [Mungnol 2009]. Existe ainda
o alto índice de evasão em cursos de ciência e tecnologia, dificuldade também observada
no Instituto.
        Nesse cenário, gerenciar bem o próprio tempo se torna extremamente importante
e para o autor Christian Barbosa (2011), considerado um dos maiores especialistas
brasileiros em gestão do tempo, gerenciar o tempo é a habilidade de fazer escolhas. Para
atender as demandas da sociedade atual, que exige ritmos cada vez mais acelerados e
resultados mais produtivos, em meio a um volume imenso de informações, os estudantes
acabam se descuidando da saúde física e psíquica. E tais escolhas podem interferir no
desempenho acadêmico e profissional destes.
        Tal panorama é comum em diversas instituições de ensino. Estar sempre ocupado
e não ter tempo disponível para hábitos saudáveis de lazer e estudos passa a ser desejável
e visto como algo normal. Apesar disso, tais hábitos podem implicar no aumento do
estresse, desmotivação e uma série de problemas emocionais que podem impedi-los de
alcançarem suas metas pessoais e profissionais.
       Pensando nessas questões, o Setor Pedagógico do IMD criou o Plantão
Pedagógico, projeto que visa acolher as demandas acadêmicas individuais e coletivas dos
alunos dos cursos técnicos e superior, ajudando-os a gerirem seu tempo de forma mais
produtiva e desenvolverem melhores hábitos de estudos. É um projeto interdisciplinar,


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que conta com profissionais da pedagogia e da psicologia, e oferece atendimentos
individuais e oficinas para os alunos do Instituto. Os atendimentos individuais são
realizados sob demanda em no máximo 5 encontros semanais, nos quais são promovidas
reflexões acerca da atual organização do tempo dos alunos e sugerida a construção de
novas possibilidades mais produtivas a partir de orientações das profissionais envolvidas.
Estas orientações são pensadas e discutidas de acordo com a realidade e atividades
desempenhadas por cada aluno.
       Após esta etapa de organização do tempo e das atividades, são apresentadas
diferentes técnicas de estudos que podem ser utilizadas pelos alunos para tornar o
processo de aprendizagem mais produtivo. Já as oficinas são desenvolvidas anualmente
para todas as turmas ingressantes dos cursos técnicos e sob demanda para as turmas do
BTI. São duas horas de oficina, na qual são trabalhados aspectos gerais sobre a gestão do
tempo e hábitos de estudos. Caso as oficinas não consigam trabalhar as dificuldades dos
discentes em sua totalidade, estes podem procurar o Plantão Pedagógico para a marcação
de encontros individuais.
       Entre as ferramentas sugeridas aos alunos durante os atendimentos individuais e
nas oficinas, estão aplicativos e sites que ajudam a definir metas, gerenciar o tempo e
atividades, criar mapas mentais e flashcards. Os mapas mentais são esquemas nos quais
são representados conteúdos/informações, que permitem demonstrar facilmente relações
de significado e de hierarquia entre ideias, conceitos, fatos ou ações. Para a criação destes
mapas são utilizadas técnicas que buscam reproduzir o método utilizado pelo nosso
cérebro para processar informações, ou seja, ideias interligadas, vinculadas ao uso de
formas gráficas contextuais, cores e imagens, permitindo uma visão geral sobre o
conjunto do conteúdo [Marques 2008].
       Já os flashcards são cartões ou fichas nos quais pode-se associar palavras,
conteúdos ou conceitos a figuras, definições ou tópicos. Seu uso é mais comum em cursos
de línguas estrangeiras, mas também tem sido utilizado em outros ambientes. Os
flashcards são considerados elementos facilitadores da aprendizagem e propulsores de
discussões acerca de determinado tema [Gil e Ghedin 2012]. Tais ferramentas podem
ajudar os alunos a desenvolverem formas mais produtivas de apreender os elementos
estudados, além de facilitarem as retomadas de conteúdo e as revisões, quando
necessários.
        Inicialmente estas ferramentas eram desenvolvidas de forma artesanal, com o uso
de cartolina, recortes e canetas coloridas. Com o advento das tecnologias da informação,
tais recursos passaram a ser digitais e hoje encontramos aplicativos de celular e sites que
nos permitem colocá-los em prática. No site https://www.examtime.com/pt-BR, por
exemplo, é possível criar e disponibilizar mapas mentais e flashcards sobre assuntos
diversos, bem como ter acesso ao material produzido por outros estudantes. Da mesma
forma, inúmeros aplicativos foram criados com o mesmo intuito, entre eles
Mindmesenter, Mindnote e Flashcards Application.

2. Metodologia
O minicurso terá duração de 4 horas, sendo uma oportunidade para alunos, educadores e
pesquisadores atualizarem-se, refletirem e construírem conhecimento acerca do uso da
informática na educação e de recursos digitais que favoreçam a construção da


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aprendizagem individual e colaborativa. Durante as duas primeiras horas será apresentado
o IMD, o Plantão Pedagógico, as bases teóricas, Gestão do Tempo e Hábitos de Estudos
e as atividades que são desenvolvidas pelas psicólogas e pedagogas que compõem o
serviço, a partir da exposição do trabalho desenvolvido e de exemplos reais que fizeram
parte do Plantão Pedagógico. Em respeito aos alunos não serão divulgadas as identidades
destes na exposição.
        Nas duas horas subsequentes serão apresentados os recursos digitais que são
sugeridos aos estudantes durante os atendimentos do Plantão, como aplicativos e sites
para gestão do tempo (Todoist e Isotimer), elaboração de mapas mentais (Mindmesenter
e Mindnote, https://www.examtime.com/pt-BR) e flash cards (Flashcards Application,
https://www.examtime.com/pt-BR), entre outros. Alguns desses recursos serão
selecionados para serem utilizados durante uma atividade prática, na qual os participantes
terão a oportunidade de testar as ferramentas informacionais sugeridas. Ao fim, será
proposto um relato/discussão/reflexão acerca da experiência vivenciada e de como essas
ferramentas podem contribuir para a prática de educadores nos processos de ensino-
aprendizagem.

3. Resultados Esperados
Apresentar os fundamentos e o trabalho desenvolvido a partir do Plantão Pedagógico no
IMD ao público é uma forma de possibilitar a troca/construção de conhecimentos e
permitir que as atividades sejam replicadas em outros ambientes educacionais. Busca-se
ainda a divulgação do uso da informática na educação, que tem se mostrado bastante
efetiva nos processos de ensino-aprendizagem dentro do Instituto.
        Após a execução do minicurso, das vivências, discussões e reflexões, esperamos
que os participantes possam conhecer/utilizar os fundamentos e ferramentas apresentadas,
utilizando o conhecimento adquirido para serem multiplicadores e orientadores de outros
alunos e profissionais. Almejamos ainda que consigam organizar melhor o próprio tempo
e possam desenvolver novos e mais produtivos hábitos de estudos.

4. Referências

Barbosa, Christian (2011). A Tríade do Tempo, Rio de Janeiro: Sextante.
Castells, M. (1999), A Sociedade em Rede, São Paulo, 5ª edição.
Goedert, L., Wagner, F. e Gonçalves, C. (2003) “Atualização E Revisão Pedagógica De
  Cálculo E Álgebra: Concepções E Atitudes Inovadoras”, In: XXXI Congresso
  Brasileiro de Educação em Engenharia, COBENGE 2003., Brasil.
Gomes, M. G. C. (2014). Gestão Democrática: Há participação da comunidade escolar
  nas escolas públicas da rede municipal de Maceio-AL? EDUCTE, 1, n. 2, p. 60-77.
Gil, A. X., e Ghedin, E. (2012) “A Epistemologia do Ensino com Flashcards Temáticos
   e Pesquisa Participativa para o Aprendizado de Física”, In: XVI Encontro Nacional de
   Didática e Práticas de Ensino, ENDIPE 2012, Campinas, Brasil.
Marques, A. M. M. (2008) “Utilização Pedagógica de Mapas Mentais e Mapas
  Conceituais”, 153 f. Dissertação (Mestrado em Expressão Gráfica, Cor e Imagem) –
  Universidade Aberta.


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Menestrina, T. e Godard, F. (2003) “Atualização E Revisão Pedagógica De Cálculo E
  Álgebra: Concepções E Atitudes Inovadoras”, In: XXXI Congresso Brasileiro de
  Educação em Engenharia, COBENGE 2003., Brasil.
Mungnol, M. (2009). A Educação a Distância no Brasil: conceitos e fundamentos. Revista
  Diálogo Educacional: Curitiba, 9, n. 27, p. 335-349.
Schuster, M. (2008) “Mercado de trabalho de Tecnologia da Informação: O perfil dos
  profissionais demandado”, Monografia de Conclusão de Curso, UFRGS, Porto Alegre,
  Brasil.




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