=Paper= {{Paper |id=Vol-1877/CtrlE2017_AC_19_77 |storemode=property |title=A Inclusão Digital nas Escolas da Rede Pública no Município de Angicos-RN (Digital Inclusion in Public Schools of the City of Angicos-RN) |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-1877/CtrlE2017_AC_19_77.pdf |volume=Vol-1877 |authors=Cynthia Moreira Maia Maia,Jacimara Villar Forbeloni Forbeloni,Luara Ribeiro Viana Viana,Julio Cartier Maia Gomes }} ==A Inclusão Digital nas Escolas da Rede Pública no Município de Angicos-RN (Digital Inclusion in Public Schools of the City of Angicos-RN)== https://ceur-ws.org/Vol-1877/CtrlE2017_AC_19_77.pdf
                                             II Congresso sobre Tecnologias na Educação (Ctrl+E 2017)
                                                          Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                       Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                         18, 19 e 20 de maio de 2017




           A Inclusão Digital nas Escolas da Rede Pública no
                     Município de Angicos-RN
 Cynthia Moreira Maia¹, Jacimara Villar Forbeloni¹, Julio Cartier Maia Gomes²,
                            Luara Ribeiro Viana¹

 ¹PET Conexões Comunidade do Campo – Universidade Federal Rural do Semi-Árido
                      (UFERSA) – Angicos, RN – Brasil

 ²Departamento de Ciências Exatas, Tecnológicas e Humanas – Universidade Federal
             Rural do Semi-Árido (UFERSA) – Angicos, RN – Brasil
             cynthia-norte@hotmail.com, jacimara@ufersa.edu.br,
             juliocartier@gmail.com, luararibeiro95@outlook.com
     Abstract. The use of Information and Communication Technologies (TICs) in
     the area of education is becoming more and more present, with benefits that
     aim to contribute to the learning process. However, its use still escapes the
     reality of some schools, based on this, a research was carried out in two schools
     of the public network in the city of Angicos-RN, in order to investigate the use
     of TCI in the school environment in the process of digital inclusion. From the
     results, it can be seen that most of the students are familiar with the TICs,
     frequently using outside the school environment and in school this access is
     restricted. Schools sin in the absence of actions that induce students to use the
     technologies.
     Resumo. O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na área
     da educação está se fazendo cada vez mais presente, com benefícios que visam
     contribuir no processo de aprendizagem. Mas, a sua utilização ainda foge da
     realidade de algumas escolas, com base nisso, foi realizado uma pesquisa em
     duas escolas da rede pública no município de Angicos-RN, com intuito de
     investigar o uso das TICs no ambiente escolar no processo de inclusão digital.
     A partir dos resultados, pode-se constatar que a maioria dos alunos estão
     familiarizados com as TICs, utilizando com frequência fora do ambiente escolar
     e na escola esse acesso fica restrito. As escolas pecam na falta de ações que
     induzam os alunos na utilização das tecnologias.

1.     Introdução
Apresenta-se neste trabalho uma análise da utilização das TICs como recurso didático no
auxílio das disciplinas ministradas no ambiente escolar e na construção da autonomia dos
alunos. Refletindo sobre o acesso das tecnologias disponibilizadas nas escolas e na
maneira no qual os alunos são influenciados por estas. O processo de análise foi efetivado
por meio de um questionário de caráter qualitativo, aplicado em duas escolas da rede
pública do município de Angicos-RN, com alunos e professores do ensino fundamental
final e médio. O questionário foi composto por perguntas de múltiplas escolhas e
discursivas. Nesse sentido, apresenta-se um estudo e debate do processo de inclusão
digital nas escolas, ressaltando a relevância da utilização das TICs na educação por meio

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                                                            Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                         Mamanguape - Paraíba – Brasil
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da inclusão digital.
         Este trabalho está estruturado em cinco seções, iniciado pela introdução. Na
segunda seção, é apresentado a escola como aliado primordial no processo de inclusão
digital; na terceira, é apresentado um estudo da utilização das Tecnologias de Informação
e Comunicação na educação no processo de aprendizagem; na quarta seção, como foi
realizada a aplicação dos questionários nas escolas tem-se os resultados e discussões do
processo de inclusão digital e no final do trabalho é apresentado a conclusão.

2.     A Escola e o processo de Inclusão Digital
De acordo com dados da pesquisa TIC Domicílios de 2015, conduzida pelo Centro
Regional de Estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informação Cetic (2016),
retrataram que uma parcela significativa das classes economicamente menos favorecidas
da população ainda se encontra digitalmente excluída, em função de barreiras, como custo
do acesso, falta de cobertura e de habilidades. Aproximadamente 30 milhões de
domicílios das Classes C, D e E estão desconectados no Brasil, representando quase a
metade do total de domicílios brasileiros. A partir dessas pesquisas percebe-se que a
exclusão digital está diretamente ligada à condição social. Assim, a tecnologia está
proporcionando um ambiente de desigualdade, ao contrário de ocasionar uma sociedade
igualitária. Uma das instituições que utiliza as TICs, que deveria oportunizar um ambiente
igualitário e democrático, é a escola, porém na realidade isso não acontece.
        Nessa perspectiva, a inclusão é, como afirma Sarrinandia (2009, p. 381) “Um
processo de melhoria e inovação interminável, pois deve acompanhar a constante
mudança social que supõe contínuos esforços, sempre susceptíveis de aperfeiçoamento”.
Portanto, todos os cidadãos têm direito ao acesso e apropriação de instrumentos
simbólicos e artefatos que constituem a cultura digital como “autores e produtores de
ideias, conhecimentos, proposições e intervenções que provoquem efetivas
transformações em seu contexto de vida” Bonilla and Pretto (2011, p. 10). O acesso aos
instrumentos que formam a cultura digital é um direito de todos, a inclusão está se
inovando e melhorando e sempre deve estar atrelada às mudanças sociais.
       De acordo com Filho (2003):
                        A exclusão socioeconômica desencadeia a exclusão digital, ao mesmo
                        tempo que a exclusão digital aprofunda a exclusão socioeconômica. A
                        inclusão digital deveria ser fruto de uma política pública com
                        destinação orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e
                        equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é
                        preciso levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda,
                        com limitações físicas e idosos. Uma ação prioritária deveria ser voltada
                        às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração. Um parceiro
                        importante à inclusão digital é a educação. A inclusão digital deve ser
                        parte do processo de ensino de forma a promover a educação
                        continuada. A educação é um processo e a inclusão digital é elemento
                        essencial deste processo. Embora a ação governamental seja de suma
                        importância, ela deve ter a participação de toda sociedade face a
                        necessidade premente que se tem de acesso à educação e redistribuição
                        de renda permitindo assim acesso as TICs.
       A parte da população mais afetada com a exclusão digital são indivíduos com
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                                                                       Mamanguape - Paraíba – Brasil
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baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos. A inclusão deve ser feita
por meio de políticas públicas, e com uma ação prioritária para crianças e jovens. Um
aliado primordial na inclusão digital é a educação.
        Para demonstrar a situação da inclusão digital na educação, exposta nas pesquisas
citadas, duas escolas do município de Angicos-RN de ensino fundamental final e médio,
foram analisadas. Com o objetivo principal de avaliar o uso das TICs no processo de
inclusão digital no ambiente escolar, examinando se elas possuem atividades que
desenvolvam a exploração da mesma.

3.     As Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação
As TICs estão em constante desenvolvimento, essa evolução tecnológica se torna cada
vez mais intensa em diversos setores seja na saúde, indústria e política. Na educação não
seria diferente, por exemplo, as TICs possibilitam criar materiais interativos que possam
contribuir na aprendizagem dos conteúdos ministrados no ambiente escolar, com
mecanismos que possibilitem dinamizar as aulas, promovendo o acesso a uma gama de
informações.
       Segundo Peña and Allegretti (2012, p. 99):
                        A comunicação realizada pelo professor durante décadas basicamente
                        se restringiu ao quadro negro, caderno, lápis, livro e oralidade do
                        professor. Hoje, com a evolução das tecnologias, estes recursos foram
                        ressignificados: quadro negro em lousa eletrônica; caderno em tablet;
                        lápis em teclado/touch screen; livro papel em e-books; oralidade do
                        professor em podcaste vídeos.
       No Brasil, especialmente nos municípios pequenos, esses recursos ainda são
pouco utilizados ou até inexistentes, devido a sua inserção implicar desafios e custos.
Visto que o processo de inserção interfere diretamente na política de gestão escolar.
       A proposta com as TICs na educação visa a promoção do direito de aprender e a
inclusão. Na educação o uso das interfaces das TICs avança no sentido da produção
compartilhada de saberes, favorecida pela resolução de problemas. O desenvolvimento
pessoal e coletivo é favorecido pela troca de experiências, resolução de problemas do
contexto e construção de saberes e é na escola onde se tem essas possibilidades
Vasconcelos et al. (2010).
       Ribeiro (2002, p.91) defende que a tecnologia é parte do processo educativo:
                        Tem-se, assim, pois, que a tecnologia não pode estar dissociada da
                        educação: ela é parte integrante do processo educativo e não deve ser
                        tratada isoladamente. Além disso, a tecnologia deverá estar presente
                        não como apêndice, mas como realidade que não pode ser ignorada ou
                        desconhecida, da forma mais humana possível. Logo, um projeto de
                        educação tecnológica precisa ter intencionalidade e respaldo teórico.
        As propostas educacionais precisam ser diferenciadas, nesse contexto as TICs são
vistas como instrumento de construção de conhecimento, facilitando a construção de
ambientes de aprendizagem, nos quais os alunos se desenvolvem através de projetos
interessantes e significativos Souza (2006).


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4.     Resultados e Discussões
A pesquisa de caráter qualitativa, analisa o processo de inclusão digital em duas escolas
da rede pública do município de Angicos-RN, existindo ao todo na zona urbana e zona
rural da cidade vinte escolas, na zona urbana conta com sete escolas e na zona rural conta
com treze escolas. Os critérios considerados para a escolha das duas escolas, foram:
acesso à zona urbana para aplicação dos questionários e pela pretensão de analisar
exclusivamente as modalidades do ensino fundamental final e médio. Nesse sentido, as
únicas escolas na zona urbana que oferecem essas modalidades foram as duas escolas
analisadas. As escolas escolhidas representam 10% do total do município em todas as
modalidades, em relação às modalidades escolhidas a escola de ensino médio representa
100% e a do ensino fundamental final também representa 100% do total no município na
parte da zona urbana. Uma das escolas oferecem apenas a modalidade de ensino médio e
a outra oferece apenas fundamental final. Realizou-se um levantamento com 4 (quatro)
professores e 52 alunos do ensino fundamental final e 6 (seis) professores e 113 alunos
do ensino médio.
        O instrumento de pesquisa se deu por meio de um questionário, aplicado com os
professores e alunos. O questionário foi elaborado com 8 (oito) perguntas de múltiplas
escolhas e 3 (três) perguntas discursivas. Realizou-se, também entrevistas com os
gestores das escolas. Todas as entrevistas seguiram o padrão semiestruturado com um
roteiro pré-definido, visando o entendimento geral das TICs na escola, como o número
de computadores por laboratório, a frequência do uso dos laboratórios como auxílio nas
disciplinas e se receberam investimento para capacitar os professores no uso da
informática.
        O gestor da escola de ensino fundamental final, respondeu que o laboratório é
composto por 7 computadores, a frequência no uso é realizada de maneira regular e
enfatizaram que não receberam nenhum investimento em equipamentos direto do governo
do estado. Para capacitar os professores no uso da informática, recebeu apoio de cursos
oferecidos pela Diretoria Regional de Educação e da Cultura (DIRED) do município de
Angicos-RN. Já o gestor da escola do ensino médio, respondeu que o laboratório é
composto por 18 computadores, com baixa frequência de uso, enfatizando apenas que os
cursos de capacitação dos professores no uso das tecnologias foram aplicados também
pela DIRED-Angicos.
        O questionário com os professores teve por objetivo entender o uso concreto das
tecnologias em sala de aula. Já o questionário com os alunos buscou saber o entendimento
destes em relação às TICs e o apoio que a escola propicia na utilização das tecnologias.
        Em relação aos resultados dos questionários aplicados aos docentes, a escola de
ensino fundamental final, em sua maioria, ressaltou que os computadores da escola não
atendem à demanda dos alunos, apenas um docente utiliza como recurso didático nas
disciplinas ministradas no âmbito escolar e todos responderam que não recebem incentivo
da escola para uso da informática. Já na escola de ensino médio, todos responderam que
os computadores da escola não atendem à demanda dos alunos, já quanto à utilização
como recurso didático nas disciplinas ministradas no âmbito escolar a maioria respondeu
que utiliza e também responderam que não recebe incentivo da escola para uso da
informática, como mostra na Tabela 1.


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                                                                          Mamanguape - Paraíba – Brasil
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       Todos eles destacaram que os alunos se sentem motivados ao utilizar os
computadores como processo de construção do conhecimento, auxiliando no processo de
aprendizagem, mas existem barreiras na sua utilização como má qualidade da Internet.
As escolas não possuem Rede WI-FI (do inglês, Wireless Fidelity) aberta e poucos
computadores que abrange as escolas estão em estado de uso.
       Tabela 1. Algumas das perguntas aplicadas com os docentes das escolas.

                                     Professores da escola de            Professores da escola
                                     ensino fundamental final              de ensino médio
                                          (4 professores)                   (6 professores)
            Perguntas                     Sim               Não             Sim             Não
   Os computadores recebidos
                                            1                 3               0               6
      atendem à demanda?
  Você o utiliza como recurso
                                            1                 3               5               1
           didático?
  Recebem incentivo da escola
                                            0                 4               1               5
   para uso da informática?
       Nessa perspectiva, de acordo com Peña and Allegretti (2012):
                        Até o presente, a sala de aula da maioria das escolas não possui acesso
                        à internet e quando é possível acessar, apenas ao professor lhe é
                        concedido o direito. Normalmente, o acesso e a pesquisa na internet são
                        realizados pelo aluno no laboratório de informática. Os conteúdos
                        midiáticos disponíveis na aula são selecionados pelo professor e
                        projetados para os alunos através do datashow na tela. Os alunos apenas
                        observam, são espectadores e, como tal, limitam-se a visualizar e a
                        discutir com o professor o conteúdo projetado. Esta condição restrita de
                        acesso dos alunos aos ambientes virtuais e conteúdos midiáticos apenas
                        no laboratório de informática, se deve ao alto custo dos computadores,
                        à falta de conexão à internet e à cultura escolar, distante da presença das
                        TIC na sala de aula.
        Em relação ao questionário aplicado com os estudantes, a escola de ensino
fundamental final, cerca de 43,1% responderam que têm computador em casa, como
mostra no Gráfico 1. No Gráfico 2, apresenta-se que 82,7% têm acesso à Internet em sua
residência. Cerca de 84,6% dos estudantes explanaram que nunca tiveram acesso ao
laboratório da escola, o processo de inclusão digital poderia ser amplo se a escola fosse
um ambiente que propicia-se o uso dos recursos tecnológicos que estão inseridos na
escola, como observa no Gráfico 3. Os estudantes responderam que não recebem
incentivo da escola para uso da informática, não sendo aberto para os alunos como
ambiente de estudo, sendo utilizado apenas para os professores ministrarem suas aulas,
cerca de 92,3% como é exposto no Gráfico 4.
       Cerca de 30,2% responderam que sentem dificuldades em utilizar as
funcionalidades do computador, podendo ter ações de inclusão digital efetiva para esses
alunos, lhes permitindo autonomia frente ao equipamento. Destacando que as maiores
dificuldades que sentem, seria em manusear alguns programas, como: Microsoft Word,

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                                                         Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                      Mamanguape - Paraíba – Brasil
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PowerPoint e funcionalidades básicas, como apresenta no Gráfico 5. Todos os estudantes
enfatizaram que gostariam que as aulas tivessem auxílio de recursos tecnológicos.

                      Gráfico 1: Você tem computador em casa?




                                              Não; 43,1
                              Sim; 56,9




                    Gráfico 2: Você tem acesso à Internet em casa?

                                                    Não; 17,3



                               Sim; 82,7




        Gráfico 3: Qual o período de tempo que acessa o laboratório da escola?

                                                  Nunca;
                                                   15,4

                                Raramente
                                  ; 84,6




           Gráfico 4: Recebem incentivo da escola para uso da informática?

                                            Não; 7,7



                                  Sim; 92,3




                                                                                                224
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                                                           Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                        Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                          18, 19 e 20 de maio de 2017




      Gráfico 5: Senti dificuldades em utilizar as funcionalidades do computador?




                                                 Não; 30,2

                               Sim; 69,8




Já na escola de ensino médio, cerca de 72,6% responderam que têm computador em casa,
como observa-se no Gráfico 6. Já 94,7% dos estudantes responderam que possuem acesso
à Internet na sua residência, como mostra no Gráfico 7. A maioria explanou que de vez
em quando acessa o laboratório da escola para realizar atividades referentes às disciplinas
ministradas pelos professores, cerca de 61,9%, apresentado no Gráfico 8. Cerca de 40,7%
responderam que recebem incentivo para uso da informática, exposto no Gráfico 9. Cerca
de 20,4% responderam que sentem dificuldades em utilizar as funcionalidades do
computador, como mostra no Gráfico 10. Enfatizando que as maiores dificuldades seria:
em manusear alguns programas, como: Microsoft Word, PowerPoint e funcionalidades
básicas no uso do computador. Todos os estudantes destacaram que gostariam que as
aulas tivessem auxílio de recursos tecnológicos.

                       Gráfico 6: Você tem computador em casa?




                                  Sim; 27,4

                                                   Não; 72,6




                                                                                                  225
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              Gráfico 7: Você tem acesso à Internet em casa?

                                       Não; 5,3




                             Sim; 94,7




  Gráfico 8: Qual o período de tempo que acessa o laboratório da escola?

                             De vez em
                             quando; 1,8
                                                          Raramente;
                                                             36,3
                        Nunca;
                         61,9




     Gráfico 9: Recebem incentivo da escola para uso da informática?




                           Sim; 40,7
                                             Não; 59,3




Gráfico 10: Senti dificuldades em utilizar as funcionalidades do computador?



                                         Não; 20,4

                         Sim; 79,6




                                                                                             226
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                                                                         18, 19 e 20 de maio de 2017



        Como analisado, a maioria dos alunos tem acesso às tecnologias fora do ambiente
escolar, já na escola esse acesso fica restrito, não proporcionando condicionamento aos
alunos nos benefícios que a tecnologia pode proporcionar na qualificação destes.
       Nessa perspectiva, Buckingham (2010, p.44) destaca para o divisor digital:
                        Os alunos com Internet em casa têm a tendência, como usuários dessa
                        tecnologia, de desenvolver um forte senso de autonomia e autoridade,
                        e é exatamente isso que lhes é negado na escola. Este novo divisor
                        digital poderia ser visto como sintoma de um fenômeno ainda mais
                        amplo – um abismo ainda maior entre o mundo da criança fora da escola
                        e as ênfases de muitos sistemas educacionais.

5.     Conclusão
As tecnologias vêm desempenhando papel importante na educação, ao propiciar aos
jovens e crianças um ambiente de acesso à informação diversificado. A Internet, como
exemplo, proporciona ferramentas para que o processo de aprendizagem ultrapasse os
limites das salas de aula, ocasionando mudanças na forma de ensino, como enfatiza
Kenski (2007, p. 44):
                        A presença de uma determinada tecnologia pode induzir profundas
                        mudanças na maneira de organizar o ensino existe uma relação direta
                        entre educação e tecnologia. Usamos muitos tipos de tecnologias para
                        aprender e saber mais e precisamos da educação para aprender e saber
                        mais sobre as tecnologias.
        Mas, o acesso às tecnologias na educação não é um cenário atual para algumas
escolas. De acordo com os resultados da pesquisa não é possível inferir que seja uma
realidade de todas as escolas que abrangem o município de Angicos-RN, mas nas duas
escolas analisadas da rede pública de ensino do município na zona urbana esta realidade
está presente, pôde-se observar que a maioria dos alunos estão familiarizados com as
tecnologias de comunicação e informação, dispõem de meios para acessá-las e o fazem
com crescente frequência fora do ambiente escolar, mas na escola esse acesso fica restrito,
já que não dispõe de Redes WI-FI, o acesso ao uso da Internet é apenas aos gestores da
escola, limitando os alunos na utilização e mal estado dos computadores também
influência.
        Os professores explanaram sobre a importância do computador na construção do
saber, não sentindo dificuldades na sua utilização, já que a maioria dispõe de
computadores e de acesso à Internet fora do ambiente escolar. Enfatizando que as maiores
dificuldades seriam dos recursos que a escola oferece, já que dispõe de poucos recursos
que estejam em funcionamento e o acesso oferecido pela escola da Internet ser de má
qualidade.
        A escola que por princípio deveria proporcionar um ambiente de inclusão digital,
com participação e colaboração de todos os envolvidos, sejam professores, alunos,
diretores, com objetivo central de melhorar a educação proporcionando oportunidades de
acesso à todos, peca em ações de inclusão digital, não colabora para a construção da
autonomia do uso das TICs.
       Mas, para que a inclusão digital prevaleça traz à tona considerações importantes

                                                                                                 227
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                                                                      Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                        18, 19 e 20 de maio de 2017



que precisam ser levantadas, questões a serem resolvidas, como uma maior participação
do governo na aquisição de equipamentos e serviços para que sejam efetivadas as ações
de inclusão digital e uso das TICs nas escolas da rede pública. O entendimento dos
conhecimentos, dificuldades dos estudantes, para que se garantam condições necessárias
para que os professores proporcionem os recursos pedagógicos essenciais à altura das
dificuldades, desejos dos alunos. É “Contribuir positivamente para que o educando vá
sendo artífice de sua formação com a ajuda necessária do educador” Freire (2005, p. 70).
         Como também assegurar aos professores as possibilidades necessárias para estes
possam desenvolver suas práticas de ensino com auxílio dos recursos tecnológicos,
estimulando-os, já que estes têm papel importante no processo de unificação das
tecnologias em prol da construção de uma escola na qual prevaleça o direito à inclusão
digital. Oferecendo todo o suporte, como apoio pedagógico, formação continuada, para
que a tecnologia vá se tornando cada vez mais familiar e os professores percebem os
ganhos oferecidos pelas tecnologias, tanto na aprendizagem de seus alunos, como na sua
carreira profissional.

Referências
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  Salvador:            Edufba.            v.         2.          Disponível           em:
  . Acesso em: 03 jan. 2017.
Buckingham, D. (2010) “Cultura Digital, Educação Midiática e o Lugar da Escolarização.
  Educação e Realidade”, Porto Alegre, v. 35, n. 3, p. 37-58, set/dez. Disponível em:
  . Acesso em: 05 jan.
  2017.
Cetic. Disponível em: . Acesso em 15.
  dez.2016.
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   . Acesso em: 2 jan. 2017.
Freire, P. (2005) “Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa”, 31.
   ed. São Paulo: Paz e Terra.
Kenski, V. M. (2007) “Educação e Tecnologias: O Novo Ritmo da Informação”,
  Campinas: Papirus.
Peña, M. D. J. and Allegretti, S. M. M. (2012) “Escola Híbrida: Aprendizes Imersivos”,
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  . Acesso em: 9 jan. 2017.
Ribeiro, J. O. (2002) “Nos Bosques da Educação e das Novas Tecnologias: Um Olhar
  Para Além da Técnica”, Florianópolis.
Sarrinandia, E. G. (2009) “Los dilemas de las diferencias en la educación escolar”, VII
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                                                                                                228
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Souza, R. R. R. de (2006) “O Alcance das TICs na Prática Pedagógica”, In: Congresso
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  Educação”, Disponível em: