=Paper= {{Paper |id=Vol-1877/CtrlE2017_AR_06_48 |storemode=property |title=A Sala de Aula On-Line: O Ambiente Virtual de Aprendizagem e a Cultura Docente (The Online Classroom: The Virtual Learning Environment and the Teaching Culture) |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-1877/CtrlE2017_AR_06_48.pdf |volume=Vol-1877 |authors=Patricia Martins Bühler Tozzi,Isabel Cristina Auler Pereira,David Nadler Prata,Danilo de Queiroz }} ==A Sala de Aula On-Line: O Ambiente Virtual de Aprendizagem e a Cultura Docente (The Online Classroom: The Virtual Learning Environment and the Teaching Culture)== https://ceur-ws.org/Vol-1877/CtrlE2017_AR_06_48.pdf
                                               II Congresso sobre Tecnologias na Educação (Ctrl+E 2017)
                                                            Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                         Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                           18, 19 e 20 de maio de 2017



         A Sala de Aula On-Line: O Ambiente Virtual de
               Aprendizagem e a Cultura Docente
Patricia Martins Bühler Tozzi, Isabel Cristina Auler Pereira, David Nadler Prata,
                             Danilo O. de Queiroz

   Mestrado em Modelagem Computacional de Sistemas - Universidade Federal do
 Tocantins (UFT). CEP: 77.001-090 – Campus de Palmas - Bala 1 - Sala 1 – Palmas –
                                   TO – Brasil
          {patriciambtozzi,isabel,ddnprata,danilouft}@uft.edu.br
    Abstract. The article presents results of the research: The Online Classroom-
    AVA: the impact of the Virtual Learning Environment on the Teaching Culture
    of the EaD/University X System. The education mediated by digital
    technologies grew with support for teaching virtual learning environments
    (AVAs) that enable increasingly interactive communication, requiring the
    teacher to continue training, realigning the practice and (re) building
    knowledge and skills, from the functioning of the AVAs to the integration of
    the media. The data indicate a direct dependence of student learning on the
    profile and teaching practice in AVA and decentralization of the Institution's
    teaching model.
    Resumo. O artigo apresenta resultados da pesquisa: A Sala de Aula On-Line-
    AVA: O Impacto do Ambiente Virtual de Aprendizagem na Cultura Docente
    do Sistema EaD/UNIVERSIDADE X. A educação mediada pelas tecnologias
    digitais cresceu tendo como suporte para o ensino os ambientes virtuais de
    aprendizagem (AVAs) que possibilitam uma comunicação cada vez mais
    interativa, exigindo do professor formação contínua, realinhamento da
    prática e (re) construção de saberes e competências, desde o funcionamento
    dos AVAs à integração das mídias. Os dados indicam dependência direta da
    aprendizagem do aluno quanto ao perfil e prática docente no AVA e
    descentralização do modelo de ensino da Instituição.

1. Introdução
As transformações que têm ocorrido nas áreas de comunicação e informação
apresentam novos elementos e características que configuram as tecnologias digitais da
informação e comunicação (TDICs) e, refletem na relação entre tecnologia e sociedade,
pois: “a tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser entendida ou representada
sem suas ferramentas tecnológicas” [Castells1999].
        Entender as transformações que ocorrem e nos afetam significa, ao menos,
saber: aprender de forma autônoma e colaborativa, buscar a informação no emaranhado
da rede e transformá-la em conhecimento, ser competente na articulação das linguagens
do mundo digital, especialmente, nas Instituições de Ensino Superior (IES), que vem
constituindo-se em uma proposta viável de educação, na qual
                       O aprendizado baseado na Internet não é apenas uma questão de competência
                       tecnológica: um novo tipo de educação é exigido tanto para se trabalhar com
                                                                                                   556
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                                                           Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                        Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                          18, 19 e 20 de maio de 2017

                       a Internet quanto para se desenvolver a capacidade de aprendizado numa
                       economia e numa sociedade baseadas nela [Castells 2003].
       De acordo [Santos 2003], "rede é a palavra de ordem do ciberespaço, entendida
como todo fluxo e feixe de relações entre seres humanos e objetos técnicos"; e desta
"híbrida relação, todo e qualquer signo pode ser produzido e socializado no e pelo
ciberespaço, compondo assim o processo de comunicação em rede próprio do conceito
de ambiente virtual de aprendizagem"-AVA, importante suporte para o processo de
ensino e aprendizagem, na era digital.
                       Ambientes virtuais de aprendizagem são cenários porque habitam o
                       ciberespaço e envolvem interfaces que favorecem a interação de aprendizes.
                       Inclui ferramentas para atuação autônoma, oferecendo recursos para
                       aprendizagem coletiva e individual [Almeida, Vieira e Luciano apud Barbosa
                       2005].
        Fruto do ciberespaço surge a cibercultura [Lévy 1999], constituída pelas
relações e interações entre os sujeitos: "(...) quaisquer meios de comunicações ou mídias
são inseparáveis das suas formas de socialização e cultura que são capazes de criar, de
modo que o advento de cada novo meio de comunicação traz consigo um ciclo cultural
que lhe é próprio" [Santaella 2002]. À medida que o professor se familiariza com as
tecnologias digitais, passa a se apropriar delas, aplicando-as em sua prática, discernindo
sobre a necessidade e modo de utilização. Portanto, para o professor incorporar as
tecnologias digitais em sua prática pedagógica, dependerá das possibilidades,
intencionalidades, expectativas, linguagens, valores e a forma como se relaciona e
interage com os alunos. O conceito de apropriação aqui apresentado define um processo
mais amplo (veja Tabela 1), no qual a apropriação é vista como uma etapa.
       Tabela 1. Habilidades docentes para o trabalho com as novas tecnologias
                                   [KENSKI, 2003]
     ESTÁGIO                                       DESCRIÇÃO
     ENTRADA            O professor tenta dominar a tecnologia e o novo ambiente de
                        aprendizagem, mas não tem a experiência necessária.
     ADOÇÃO             O professor realiza treinamento bem-sucedido e domina o uso básico
                        da tecnologia.
   ADAPTAÇÃO            O professor sai do uso básico para descobrir uma variedade de
                        aplicações para o uso da tecnologia. O professor tem conhecimento
                        operacional do hardware e pode detectar falhas básicas do
                        equipamento.
  APROPRIAÇÃO           O professor tem domínio sobre a tecnologia e pode utilizá-la para
                        alcançar vários objetivos instrucionais ou para gerenciar a sala de
                        aula. Tem boa noção do hardware e das redes.
    INVENÇÃO            O professor desenvolve novas habilidades de ensino e utiliza a
                        tecnologia como uma ferramenta flexível.
       O professor tem vivenciado as mudanças culturais (nas rotinas, na adoção de
metodologia etc.) e cabe a ele interpretar e ressignificar as práticas e os conceitos.
Whitesel [apud Pallof e Pratt 2002] destaca:". A tecnologia não ensina os alunos; os
professores eficientes, sim. Um espaço virtual criado de maneira eficiente por um
professor bem preparado pode cumprir as promessas que os educadores fazem a seus
alunos".


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                                                                         Mamanguape - Paraíba – Brasil
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2. Caso Universidade X: A Sala de Aula On-line-AVA
A sala de aula on-line oua sala de aula virtual [Souza 2004] foi pensada para adequar ao
modelo de ensino da IES. A questão inicial era qualificar o professor e proporcionar um
ambiente para a aprendizagem, com intervenções e mediações junto ao aluno e
gerenciamento de conteúdos e objetos de aprendizagem. Outra questão que emergia da
equipe ‘pedagógica-interdisciplinar’e do Departamento de Tecnologia de Informação e
Comunicação (DTIC), é que precisavam amadurecer os novos conceitos que tomavam
força e tornavam possível a criação, mesmo que embrionária de significados, pois
caracterizavam as discussões, mais profundas e outras mais informais, e serviam de
motivação para a implantação do AVA.
        Para evitar a descontinuidade pedagógica e assegurar ao professor um
entendimento da nova proposta, aliada à prática e não como mais uma atividade a ser
desempenhada, foram considerados os parâmetros institucionais, articulando a tríade
midiática: TV, material impresso e AVA. Uma vez mudada a dinâmica de interação
entre professores e alunos, há uma ruptura com o modelo anterior.
        A Instituição sai do locus somente da operatividade tecnológica; sem dúvida, um
novo locus promoveu o processo de transição efetivo da sala de aula para o ciberespaço.
“Os ambientes virtuais de aprendizagem podem ser pensados como sendo uma das
propostas que tentam responder às demandas dos novos espaços pedagógicos” [Barbosa
2005]. Um marco para a história da IES, agregando mudanças de cunho cultural
significativas, principalmente, para os professores.

2.1 Descrição do AVA
A Instituição incorporou com o novo modelo de ensino um conceito mais amplo de
educação, abrangendo todos os envolvidos do processo educacional,desenvolvendo o
ambiente em três grandes áreas: acadêmica (ferramentas pessoais de organização),
pedagógica (ferramentas de ensino e aprendizagem) e de gerenciamento de conteúdos
(informações realizadas por parte do corpo docente e administrativo). Assim:
                       [...] o projeto AVA consiste no desenvolvimento de um ambiente Web que
                       integra as áreas acadêmica e pedagógica, de forma que se possa fornecer à
                       comunidade acadêmica (i.e.: docentes, discentes e técnico-administrativos)
                       da UNIVERSIDADE X as ferramentas necessárias para o desenvolvimento
                       das atividades relacionadas a estas áreas [Membro da Equipe Técnica Projeto
                       AVA 2007].
        A metodologia propõe: a teleaula gravada ao vivo em estúdios, quinzenalmente,
agrupando presencialmente os alunos na telessala, nos Polos de Apoio Presencial. A
teleaula é integrada, por meio da tecnologia (computador e internet) com web-tutor,
constituindo a rede de comunicação. Os alunos recebem o material impresso, e parte do
conteúdo é disponibilizado no ambiente, de acordo o desenvolvimento das teleaulas.
        Para os gestores do projeto, os atores e suas ações básicas no contexto do
sistema AVA são: o coordenador de curso, responsável pelas ações de gerenciamento da
estrutura do curso e do suporte técnico e acadêmico; o professor, responsável pelas
ações de gerenciamento da estrutura das disciplinas, às quais está vinculado, do suporte
técnico e acadêmico, da biblioteca de mídias e das ferramentas de ensino e


                                                                                                   558
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                                                           Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                        Mamanguape - Paraíba – Brasil
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aprendizagem; e, o aluno que acessa os conteúdos de cada disciplina, além de
possibilitar a comunicação com colegas e professores dentro do contexto pedagógico.
       A missão do DTIC, idealizador do AVA, foi conceber um ambiente acessível
que promovesse interação entre alunos e professores, alunos e alunos, permitindo ao
professor ativar/desativar as funcionalidades desejadas conforme a prática pedagógica.
                      A área acadêmica consiste em um espaço personalizado dentro do AVA [no
                      qual] o estudante terá acesso às ferramentas de organização pessoal e
                      comunicação com colegas, professores e setores administrativos da
                      instituição. Na área pedagógica, espaço destinado à aprendizagem, os
                      acadêmicos terão disponíveis ferramentas que permitam acessar os conteúdos
                      das disciplina, além de possibilitar a comunicação com colegas e professores
                      dentro do contexto pedagógico. As áreas de gerenciamento de conteúdos são
                      ferramentas auxiliares que têm sua necessidade explicitada à medida que as
                      áreas acadêmicas e pedagógicas vão sendo desenhadas. [Membro da Equipe
                      Técnica do Projeto AVA 2007].
        As áreas: acadêmica, pedagógica e de gerenciamento de conteúdos, integradas
(veja Figura 1), configuram o ambiente e lhe dão uma identidade:


                                    AMBIENTE
                                   VIRTUAL DE
                                 APRENDIZAGEM




                                                                         ÁREA DE
 ÁREA ACADÊMICA                ÁREA PEDAGÓGICA
                                                                      GERENCIAMENTO


                          COORDENADOR DO CURSO



   ESTUDANTES                                                          DOCENTES



                            CICLO DE ESTUDOS
                         (Material Impresso, Televisão e Web)
    Figura 1. Arquitetura do ambiente virtual de aprendizagem da UNIVERSIDADE X
                       Fonte: Adaptado do PROJETO AVA, 2007
        O AVAfundamenta-se no conceito denominado “ciclo de estudos” (veja Figura
2). O início do ciclo (A) corresponde ao período de adequação do planejamento macro
realizado pelas equipes dos cursos e, na sequência, ocorrerão as demais fases:
autoestudo (AVA e materiais impressos) (B), análise das interatividades (C), adequação
                                                                                                  559
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                                                         Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                      Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                        18, 19 e 20 de maio de 2017


do planejamento (D), Teleaulas (E), autoestudo (AVA e materiais impressos) (F) e
análise das interatividades (G).
        Nesse planejamento, o professor indica quais são os objetivos que pretende
atingir com cada mídia (material impresso, AVA e TV), e posteriormente, como serão
integrados. Dessa forma, o meio de comunicação televisivo se torna parte de um
processo midiático maior que já incluía a mídia impressa, potencializado, agora, pelo
AVA, possibilitando a aprendizagem colaborativa e autônoma.


                                              Adequação do
                                              Planejamento
                  Análise das
                Interatividades




     Autoestudo                                                                         Autoestudo
      e AVA                                                                              e AVA




                    Teleaula                                             Análise das
                                                                       Interatividades
                                        Adequação do
                                        Planejamento


                               Figura 2. Ciclo de Estudos
                            Fonte: SOUZA e RINCON, 2008
        Na análise do movimento do ciclo de estudos, cada fase representa um conjunto
de atividades que dinamiza o ciclo e deve ser compreendido com o auxílio das
interfaces digitais. A forma em espiral dá a ideia de retroalimentação; a cada fase, o
professor tem condições de avaliar o processo de ensino e aprendizagem e dar sequência
aos conteúdos por intermédio do planejamento e análise dos feedbacks dos alunos. O
aluno, gradativamente, obtém domínio da aprendizagem, à medida que ocorrem as fases
de interatividade o que permite ao docente uma avaliação durante todo o processo.
        Várias interfaces compõem o ambiente e dão sentido à operacionalização do
ciclo, intermediadas pelo professor e aluno: árvore de conteúdos (ponto-chave para
                                                                                                560
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                                                                Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                             Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                               18, 19 e 20 de maio de 2017


integração das mídias); fichas de conteúdos ou storyboards (permitem inserção de
objetos de aprendizagem); biblioteca de arquivos ou mídias; fóruns de discussão; testes-
eletrônicos; ferramenta wiki; questionários de análise de ciclo. Quanto à metodologia da
IES, afirmam os gestores, “é o fato de integrar essas ferramentas dentro de um processo
que orienta o estudo do aluno”. Quanto mais o professor conhecer e atuar sobre/com as
mídias, melhor desempenho diante das tecnologias e novas possibilidades surgirão,
promovendo um exercício mais eficiente da docência.

3. Contexto da Pesquisa
A fim de ampliar o escopo e aprofundar a investigação, utilizou-se duas técnicas de
observação direta, a extensiva e a intensiva, respectivamente: os questionários; e, a
entrevista semiestruturada, o grupo de foco e a observação participante. Além de obter
os registros dos grupos, com características diferentes, compondo ao todo, vinte e seis
professores; entrevistou-se três alunos, a título de perceber a recepção; um dos gestores-
colaboradores do projeto AVA e um membro da equipe técnica, participante da
elaboração e implantação do AVA, do DTIC. Completou-se com o grupo de foco,
composto por três professores, gravado em estúdio para arquivo histórico da Instituição;
e com a estratégia da observação participante pelo pesquisador, como web-tutor.Assim,
por meio da análise de conteúdo, verificando os diferentes discursos apresentados nas
técnicas aplicadas, realizaram-se os extratos dos questionários individuais dos
professores e dos alunos.
                      Tabela 2. Relação docente-AVA e docente-aluno

           Relação Docente-AVA                                   Relação Docente-Aluno
                                                       (Postura em relação ao processo de produção de
   (Postura docente ao manusear as ferramentas)
                                                                       conhecimento)
Dinamismo/agilidade (rapidez)                          Colaborador/orientador/facilitador
Necessidade de capacitação (falta                 de
                                                       Aprendiz dedicado
domínio) e imaturidade
Curiosidade/surpresa/esperança                         Construtivo
Aprender a aprender (vontade)                          Aquisição de novos conhecimentos
Segurança X inquietude                                 Empolgação em face das perspectivas
Flexibilidade                                          Diálogo/moderador
Responsabilidade/critério/empenho/
                                                       Pesquisador/inovador
Compromisso

4. Considerações Finais
Neste artigo, sintetizamos os resultados obtidos a partir da representação do impacto na
cultura docente; pois, segundo [Geller 2004], o impacto que o AVA gera nos docentes,
a mudança de cultura, [...] torna-se importante para promover a adaptação e adequação
de um AVA que seja mais propício à aprendizagem.
       As questões da representação consideraram as culturas diferentes, caracterizadas
pelo tempo dos professores na IES, o que representa a experiência, rotina de trabalho e
vivência histórica das gerações tecnológicas pelas quais passou; o que pode significar
que alguns professores não trazem vícios originados do modelo pedagógico e, assim, o
novo pode ser um incentivo. Com a inserção do AVA, os professores foram levados a

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                                            II Congresso sobre Tecnologias na Educação (Ctrl+E 2017)
                                                         Universidade Federal da Paraíba - Campus IV
                                                                      Mamanguape - Paraíba – Brasil
                                                                        18, 19 e 20 de maio de 2017


repensar a prática pedagógica que perpassa o planejamento e o trabalho na IES: “o
professor, com sua formação, suas crenças, sua metodologia, seu planejamento dos
objetivos e conteúdo, tem papel fundamental e divide com seus alunos a
responsabilidade do aprender” [Barbosa 2005].
        Alunos e professores concordam que: o ambiente virtual é tão importante quanto
as mídias televisiva e impressa; a aprendizagem é caracterizada pelo desenvolvimento
de interações, elaboração e socialização de objetos de aprendizagem e pelos feedbacks e
estímulos ao auto-aprendizado; há uma dependência direta da aprendizagem do aluno
com relação à postura e práticas do professor no AVA. O fato de o professor refletir
sobre a mídia e buscar alternativas são indícios de mudança de cultura e prática
pedagógica; e confirmam que a presença do AVA implica em ruptura de paradigma
quanto à integração das mídias e organização da metodologia a ser utilizada pelos
professores da IES, buscando novas práticas didático-pedagógicas.
        Para concluir, registram-se recomendações dos entrevistados: fomentar
encontros interdisciplinares periódicos para estudo; incorporar novas ferramentas que
permitam mais interação entre professores e alunos; reaproveitar os materiais
produzidos e arquivados na biblioteca de mídias e recuperar os feedbacks promovidos
pelos alunos e direcionar para a produção de textos colaborativos.

Referências
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   Editora, 2005.
Castells, M.. A Sociedade em Rede. SP: Paz e Terra, 1999.
_________________. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a
   sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
Geller, M. Educação a Distância e Estilos Cognitivos: construindo um novo olhar sobre
   os ambientes virtuais. Tese, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.
Kenski, V. M. Tecnologia e as alterações no espaço e tempo de ensinar e aprender.
   Campinas, SP: Papirus, 2003
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   Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
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Souza, M. C. S. de. Compondo: uma metodologia para produção do conhecimento em
   rede colaborativa para educação a distância. Salvador, 2004. 194 f.
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   metodologia de Educação a Distância: um estudo de caso. In: George França; Maria
   Ritade Cássia P.Labanca (Org.). Práticas em EaD: temas emergentes. 1 ed. Palmas:
   Fundação Universidade do Tocantins - UNITINS, 2008, v. 1, p. -.

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