=Paper= {{Paper |id=Vol-2039/paper07 |storemode=property |title=Diretrizes de Acessibilidade na Web e Redes Sociais: Uma Revisão Sistemática da Literatura (Web Accessibility Guidelines and Social Networks: A Systematic Literature Review) |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-2039/paper07.pdf |volume=Vol-2039 |authors=Tiago Nogueira,Jackelline Santos,Ana Vitória Barros,Franciely Santos,Deller Ferreira |dblpUrl=https://dblp.org/rec/conf/ihc/NogueiraSBSF17 }} ==Diretrizes de Acessibilidade na Web e Redes Sociais: Uma Revisão Sistemática da Literatura (Web Accessibility Guidelines and Social Networks: A Systematic Literature Review)== https://ceur-ws.org/Vol-2039/paper07.pdf
  Diretrizes de Acessibilidade na Web e Redes
 Sociais: Uma Revisão Sistemática da Literatura

 Tiago Nogueira1 , Jackelline Santos1 , Ana Vitória Barros1 , Franciely Santos1 ,
                              and Deller Ferreira2
     1
         Departamento de Informática, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)
                           tiago.nogueira@bag.ifmt.edu.br
           2
             Instituto de Informática, Universidade Federal de Goiás (UFG)
                                  deller@inf.ufg.br


         Abstract. The online social networks develop a great role on relation-
         ship visual representation, impacting on people’s interaction. Thus, it
         is essential that social network is accessible, so that every person with
         disability has access to the contents and interactivity in a equal way. Nev-
         ertheless, current researches only focus on measuring the benefits during
         the interaction, leaving aside the identification and mitigation of acces-
         sibility problems. Therefore, this article identifies, through a systematic
         review, the existing correlation among the Web Content Accessibility
         Guidelines (WCAG) and social network, identifying the main difficulties
         faced by disabled people. The review results prove that the difficulties are
         related to content, loss of identity, navigability and accessibility. How-
         ever, there is a lack of works that correlate to the guidelines applicability
         in the social network constructions.

         Keywords: Social Networking, Web Accessibility, Usability, User Ex-
         perience


1   Introdução
Com o aumento significativo de informações compartilhadas na web, especial-
mente pelas redes sociais, gigantescas massas de dados são geradas, desorien-
tando frequentemente os usuários. Além disso, várias barreiras são exponencial-
mente geradas, impossibilitando assim, as interações entre pessoas com deficiências.
    Para Wu e Adamic [1], atualmente, existem várias barreiras que impossibili-
tam os deficientes visuais a desenvolverem suas habilidades com as redes sociais,
especificamente, o Facebook. Assim, utilizar-se de elementos como Java script,
por exemplo, jQuery para a geração de páginas dinâmicas, causam barreiras na
navegabilidade, impossibilitando sua leitura pelas tecnologias assistivas.
    Dessa forma, essas barreiras de acessibilidade tornam mais difı́ceis de ser
capturadas e tratadas, uma vez que os usuários da web constituem entidades
altamente heterogêneas com diferentes deficiências e exigências [2].
    Neste sentido, vários trabalhos na literatura correlacionam os impactos das
diretrizes de acessibilidade do conteúdo na web (WCAG) nas redes sociais. Se-
gundo Shpigelman e Gill [3], a participação de pessoas com deficiência intelectual




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em redes sociais on-line possui a capacidade de qualificá-las, retirando-as do iso-
lamento social do mundo real. Entretanto, este viés de investigação não tem sido
explorado pelas pesquisas na área da Interação Humano-Computador (IHC) [4].
     Realizando-se uma investigação on-line de como se comportam as pessoas
com deficiências nas interações em redes sociais, utilizando-se de estatı́sticas
descritivas, comparando as atividades relacionadas a grupos deficientes e não
deficientes, pode-se estabelecer padrões comportamentais, os quais corroboram
na construção de redes sociais mais inclusivas [4] [3]. Essas descobertas tornam
as redes sociais on-line mais acessı́veis a essa população [4].
     Por meio da utilização das melhores técnicas das interações adaptativas, en-
tre usuários e espaço informacional na web, explorando os principais métodos e
técnicas de acessibilidade adaptativa para cegos e deficientes visuais, as possi-
bilidades da aplicação da acessibilidade adaptativa podem ser exploradas para
avaliar a acessibilidade de acordo com a WCAG [2].
     Assim, para Raufi et al. [2], estudos indicam que mesmo quando as diretrizes
são aplicadas em sistemas web, há pouca indicação sobre se essas aplicações serão
realmente acessı́veis às pessoas com deficiências. Para solucionar estes problemas,
abordagens visuais e auditivas tornam-se essenciais para o entendimento das
principais técnicas adaptativas para cegos e deficientes visuais.
     Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é identificar, por meio da literatura,
quais são as correlações existentes entre a WCAG e as redes sociais e as prin-
cipais barreiras enfrentadas por usuários, verificando o impacto da aplicação
das diretrizes de acessibilidade. Para tal, na seção 2 é apresentado o referencial
teórico com os trabalhos relacionados às diretrizes de acessibilidade na web e
redes sociais; na seção 3 é realizado uma Revisão Sistemática da Literatura; na
seção 4 são apresentados os resultados e discussões; e na seção 5 as conclusões.


2     Referencial Teórico

Nesta seção são apresentados trabalhos relacionados às diretrizes de acessibili-
dade na web (subseção 2.1) e trabalhos que tratam de redes sociais sob a per-
spectiva da acessibilidade na web (subseção 2.2).


2.1    Diretrizes de Acessibilidade na Web

A web desempenha um papel importante em diversas áreas da sociedade, e
impacta em uma infinidade de coisas relacionadas à vida e ao cotidiano das
pessoas. De acordo com o Consórcio da Rede Mundial de Computadores (W3C),
é essencial que a web seja acessı́vel, de modo que todas as pessoas com algum tipo
de deficiência, sejam elas fı́sicas ou psicológicas, tenham acesso aos conteúdos e
as oportunidades de forma igualitária [5]. As Diretrizes de Acessibilidade do
Conteúdo na Web (WCAG), desenvolvidas pela W3C por meio da Iniciativa de
Acessibilidade da Web (WAI), são um conjunto de diretrizes que pormenorizam
as formas de tornar um conteúdo web acessı́vel a todas as pessoas com algum
tipo de deficiência, ou não, para que sejam capazes de perceber, compreender,




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navegar e interagir com conteúdo web, ou até mesmo contribuı́rem na produção
de conteúdo [5]. Assim, a WCAG é dividida em quatro princı́pios:

 – Percebı́vel – os critérios permitem que o produto seja perceptı́vel por pessoas,
   independentemente da sua deficiência;
 – Operável – os componentes da interface do usuário e a navegação devem ser
   operáveis;
 – Compreensı́vel – as informações e a operação da interface do usuário devem
   ser compreensı́veis;
 – Robusto – o conteúdo deve ser robusto o suficiente para que possa ser inter-
   pretado de forma confiável por uma ampla variedade de agente de usuário,
   incluindo tecnologias de apoio.

   Tais recomendações incluem critérios de sucesso, cada critério tem um nı́vel
de adequação de conformidade que pode indicar o impacto da acessibilidade
(Tabela 1).


            Tabela 1. Nı́veis de acessibilidade de acordo com a WCAG

               Prioridade Nı́veis              Descrição
                    1        A    Nı́vel mı́nimo.
                    2      AA Nı́vel médio, onde o site deve aten-
                                  der a todos os critérios sob nı́veis A
                                  e AA.
                    3     AAA Nı́vel mais alto, neste nı́vel o site
                                  deve atender a todos os critérios sob
                                  nı́veis A, AA e AAA.


    Para aderir aos critérios, são disponibilizadas técnicas documentadas para
desenvolver e avaliar o conteúdo da web, sendo divididas em técnicas suficientes,
técnicas recomendadas e falhas comuns.
    Um dos exemplos da aplicabilidade da WCAG é proposto por Calle et al.
[6], apresentando um estudo alternativo para o desenvolvimento e melhoria dos
mapas geográficos para facilitar a acessibilidade, em conformidade com a WCAG
e testado por usuários cegos, em diferentes navegadores. Também há estudos
sobre o desempenho de métricas baseadas na web para avaliar a confiabilidade e a
manutenção de aplicações hipermı́dia, que recomendam a aplicação de algoritmos
de substituição de páginas da web para aumentar a usabilidade, a manutenção,
a confiabilidade e a classificação do website [6].
    Como já foi levantado anteriormente, a acessibilidade serve para todas as
pessoas com algum tipo de deficiência, ou não. Mas, além dessas pessoas, observa-
se que os idosos também se beneficiam seguindo estas diretrizes de acessibilidade.
De acordo [7], os designers devem levar em consideração todos os tipos diferentes
de deficiências, como visuais, auditivas, problemas de fala e de aprendizagem,
etc., quando o acesso a todos é um aspecto essencial e o poder da web está em
sua universalidade. Além disso, seja qual for o hardware, software, linguagem,




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cultura, localização ou capacidade fı́sica ou mental, a web é fundamentalmente
concebida para funcionar para todas as pessoas, cujo elemento crı́tico para o
mundo web é a acessibilidade.
    A maioria das ferramentas de avaliação automatizada baseia-se nas diretrizes
de acessibilidade da WCAG 2.0. Isso implica que a plataforma vem se ampliando
cada vez mais, com resultados significantes para a sociedade, pois as ferramentas
de avaliação são fortemente empregadas, uma vez que ajudam a reduzir a carga
de identificar barreiras de acessibilidade [8].
    De uma perspectiva ampla, para que websites sejam considerados acessı́veis,
devem obedecer aos regulamentos e diretrizes existentes. Portanto, a acessibili-
dade de websites é um dos critérios importantes para disseminação da informação
para um grupo mais amplo de pessoas [9].
    Portanto, de um modo geral, pode-se afirmar que a WCAG, é o padrão
universalmente adotado para projetar ou tornar um site totalmente acessı́vel
que ajuda a reduzir os problemas com acessibilidade na web, tornando-a um
instrumento auxiliador nas construções de interfaces acessı́veis e corroborando
para um design universal, isto é, acessı́vel por todos.

2.2   Redes Sociais e à Acessibilidade na Web
Para Shpigelman e Gill [3], a participação em redes sociais on-line por pessoas
com deficiências tem o objetivo de realizar a capacitação dos indivı́duos, por
exemplo, pessoas com déficit intelectual que possam ter isolamento no mundo
real. Pessoas com deficiências acessam estes recursos computacionais com auxı́lio
de outras pessoas, se comunicando com amigos e familiares.
    No entanto, pesquisas em redes sociais on-line se concentram em mensurar
apenas seus benefı́cios durante as interações, deixando de lado a identificação
e a mitigação dos problemas de acessibilidade [3]. Dessa forma, redes sociais
on-line tornaram-se um meio integral de comunicação, fomentando as relações
interpessoais, por exemplo, pessoas do mesmo grupo familiar [10]. Neste sentido,
as redes sociais foram desenvolvidas para fornecer uma representação visual e os
resultados dependem da abstração da rede, sendo definido pela capacidade de
ou iteratividade dos usuários [11].
    Segundo Fox e Moreland [10], o Facebook é avaliado como a rede social
mais popular, por colocar vários recursos aos usuários, tais como a habilidade
de conectar-se à sua rede off-line ou on-line, bem como fazer novas conexões
on-line, permitindo que usuários se comuniquem facilmente com membros da
rede, por meio das funções de publicações e compartilhamento e distribuindo
facilmente as informações armazenadas entre seus membros.
    Entretanto, as redes sociais podem ser classificadas como redes sociais claras e
escuras. Assim, o Facebook, classificando o seu lado claro, oferece a capacidade
de fortalecer laços entre amigos e familiares, mantendo relacionamentos exis-
tentes. No seu lado escuro, o Facebook apresenta aos usuários uma redução da
autoestima, sobrecarga cognitiva e sentimentos de angústia e inveja. Conclui-se,
portanto, que as redes sociais exploram a profundidade das experiências emo-
cionais e negativas que os usuários podem ter usando-as [10].




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    Sob perspectivas emocionais, Fox e Moreland [10], identificou, por meio de
narrativas dos usuários, as experiências psicológicas e os impactos negativos nas
pessoas causados por redes sociais inacessı́veis, avaliando a conectividade, a vis-
ibilidade, a acessibilidade e o feedback social. Com essas avaliações, as redes
sociais tornam-se um potencial significativo para a capacitação de pessoas defi-
cientes, permitindo-lhes expandir seus canais de comunicações e cı́rculos sociais
[3] [4].
    Percebe-se que as participações beneficiam pessoas com deficiências que pos-
sam experimentar o isolamento social no mundo real [12], mas apesar disso,
usuários ainda enfrentam barreiras que os privam de se comunicar adequada-
mente. Um dos desafios são as deficiências de habilidades, por exemplo, pessoas
com deficiência intelectual ou de aprendizagem, uma vez que as comunicações
em redes sociais acontecem por meio de mecanismos textuais [3] [4].
    No entanto, segundo [10], embora os usuários do Facebook enfrentam emoções
negativas durante as interações, os mesmos se sentem pressionados a acessar
a aplicação com frequência devido ao medo de perder os vı́nculos sociais de
amizades, mantendo, assim, as suas relações. Outros sentimentos que podem ser
avaliados e correlacionados com a acessibilidade em redes sociais são emoções de
ansiedade, ciúmes, estresse e a experiência do usuário (UX).
    Portanto, faz-se necessário uma investigação profunda, sob a perspectiva da
acessibilidade e experiência do usuário em redes sociais on-line, especificamente,
pessoas com deficiências e as principais barreiras enfrentadas durante as in-
terações.


3     Revisão Sistemática da Literatura

Nesta seção, será apresentado o planejamento da revisão sistemática da literatura
(subseção 3.1) e a fase de execução desta pesquisa (subseção 3.2). Esta revisão
sistemática da literatura incidiu sobre as publicações indexadas entre janeiro de
2010 a dezembro de 2016, utilizando-se a abordagem proposta por Keele et al.
[13] nos processos de planejamento e execução desta pesquisa.


3.1    Planejamento da Revisão Sistemática da Literatura

No processo de realização da revisão sistemática, é fundamental, a partir da
identificação de possı́veis problemas, construir indagações as quais possam ser
respondidas durante o processo de sumarização dos resultados [14]. Dessa forma,
elencam-se as seguintes indagações:

 – Q01 – Existem correlações entre as Diretrizes de Acessibilidade do Conteúdo
   na web e as redes sociais?
 – Q02 – É possı́vel identificar, por meio da literatura, as principais barreiras
   de acessibilidade na web enfrentadas por usuários em redes sociais?
 – Q03 – Qual é o impacto da aplicação das Diretrizes de Acessibilidade do
   Conteúdo na web em redes sociais?




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   Para realização desta revisão sistemática da literatura, foram selecionadas
as bases Google Scholar, IEEE Digital Library, ACM Digital Library, Springer
Link e Science Direct.
   A construção da string de busca se deu por meio da extração das palavras-
chaves das questões de pesquisas Q01, Q02 e Q03. Assim, as principais palavras-
chaves e sinônimos extraı́dos foram: “acessibilidade”, “redes sociais”, “WCAG”,
“comunidade virtual”. Por se tratar de pesquisas que endereçam a acessibilidade
na web, o sinônimo mais próximo e adequado foi a palavra/sigla “WCAG”.
Conseguintemente, geraram-se os seguintes protocolos de pesquisa:

    – P01 (“WCAG” AND (“redes sociais” OR “comunidades virtuais”));
    – P02 (“WCAG” AND (“social network ” OR “virtual communities”)).

    Para testar a eficácia dos protocolos de pesquisa (P01 e P02), foram submeti-
dos a uma pesquisa primária na base Google Scholar. Desse modo, retornaram
324 artigos cientı́ficos, os quais endereçam as Diretrizes de Acessibilidade do
Conteúdo na Web (WCAG) e redes sociais.
    Após a construção dos protocolos de pesquisa P01 e P02, deu-se inı́cio a
construção dos critérios de inclusão e exclusão, isto é, critérios para a aceitação
e rejeição dos artigos mapeados por esta pesquisa. A Tabela 2 apresenta os
critérios de inclusão e exclusão adotados por esta pesquisa.


Tabela 2. Critérios de inclusão e exclusão adotados para a revisão sistemática da
literatura

              Critérios de Inclusão                     Critérios de Exclusão
     a) Artigos em Inglês e Português a) Artigos que não contemplem as di-
     (Brasil);                                    retrizes de acessibilidades aplicadas nas
                                                  construções de redes sociais;
     b) Artigos que abordam a correlação en- b) Estudos que apresentam apenas re-
     tre as diretrizes de acessibilidades apli- latos de experiências;
     cadas nas construções de redes sociais;
     c) Artigos referentes às principais bar- c) Artigos que apresentem as diretrizes
     reiras de acessibilidades enfrentadas pe- de acessibilidades, mas não abordam as
     los usuários em redes sociais;              redes sociais;
     d) Artigos que discutem o principal im- d) Artigos duplicados.
     pacto da aplicação das diretrizes de aces-
     sibilidades nas construções de redes soci-
     ais.




3.2     Execução da Pesquisa

Por meio da execução dos protocolos P01 e P02, identificando artigos que cor-
relacionam as Diretrizes de Acessibilidade do Conteúdo na Web e redes sociais,




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Tabela 3. Quantitativo de artigos identificados por meio da execução dos protocolos
P01 e P02

                   Bases               Perı́odo/Ano             Total
                             2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
                   IEEE        2   5     4    3   53    5   11    83
                  Springer    14 15 13 16 24 14 19 115
                   ACM        41 32 26 16 13            9    5   142
                   Google     30 28 46 68 67 56 31 326
               Science Direct 5    3    11 15     8     5    5    52
                   Total                                         718



foram identificados 718 artigos cientı́ficos. A Tabela 3 apresenta o quantitativo
de publicações por base e por perı́odo/ano.
    Percebe-se que, por meio da Tabela 2, foram identificados 718 artigos que
endereçavam diretrizes de acessibilidade aplicadas nas construções de redes so-
ciais. Dessa forma, 83 artigos foram identificados na base IEEE Digital Library,
115 artigos na base Springer Link, 142 artigos na base ACM Digital Library, 326
artigos na base Google Scholar e por fim, 52 artigos na base Science Direct.
    O processo de seleção dos artigos, isto é, o procedimento de decisão de
aceitação ou rejeição dos artigos, por meio da aplicação dos critérios de inclusão
e exclusão, deu-se pela leitura exaustiva dos tı́tulos, resumos e palavras-chaves
identificadas nos artigos. A leitura foi realizada por pares de revisores, dividida
em três rodadas, supervisionada pelo orientador pesquisador. Logo, por meio
desta análise, na primeira fase foram identificados 175 artigos que estavam du-
plicados, sendo rejeitados por esta revisão. Assim, restaram 457 artigos para
serem selecionados, aplicando os critérios de inclusão e exclusão.
    Na segunda fase, aplicando-se apenas os critérios de exclusão, foi possı́vel
rejeitar 528 artigos. A Figura 1 apresenta o quantitativo de artigos rejeitados
por perı́odo.


                                          140
                                                                                            2014; 124
                                          120

                                                                                 2013; 96
                    Quan!dade de Ar!gos




                                          100

                                                                                                        2015; 78
                                           80
                                                                                                                   2016; 67
                                                                      2012; 61
                                           60   2010; 56
                                                           2011; 46
                                           40


                                           20


                                            0



             Figura 1. Quantitativo de artigos rejeitados por perı́odo/ano




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8

    A Figura 1 descreve a quantidade de artigos rejeitados por perı́odo. Assim,
percebe-se que em 2010 foram rejeitados 56 artigos, em 2011 foram rejeitados 46
artigos, em 2012 foram rejeitados 61 artigos, em 2013 foram rejeitados 96 artigos,
em 2014 foram rejeitados 124 artigos, em 2015 foram rejeitados 78 artigos e, em
2016 foram rejeitados 67 artigos. Desta forma, obteve-se como resultado um total
de 528 artigos rejeitados por meio da aplicação dos critérios de exclusão.
    Na terceira fase, aplicando-se os critérios de inclusão, foi possı́vel aceitar
todos os 15 artigos restantes. A Figura 2 apresenta o quantitativo de artigos
aceitos por perı́odo.


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                                                                                      2014; 8
                                          8

                                          7
                    Quan!dade de Ar!gos




                                          6
                                                                            2013; 5
                                          5

                                          4

                                          3

                                          2
                                                        2011; 1                                           2016; 1
                                          1
                                              2010; 0             2012; 0                       2015; 0
                                          0



              Figura 2. Quantitativo de artigos aceitos por perı́odo/ano




    A Figura 2 descreve a quantidade de artigos aceitos por perı́odo/ano. Assim,
percebe-se que, em 2011 foi aceito 1 artigo, em 2013 foram aceitos 5 artigos,
em 2014 foram aceitos 8 artigos e, em 2016 foi aceito 1 artigo. Desta forma,
obteve-se como resultado um total de 15 artigos aceitos por meio da aplicação
dos critérios de inclusão [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22] [23] [24] [25] [26] [27]
[28], os quais endereçavam a aplicação das Diretrizes de Acessibilidade em redes
sociais.


4    Resultados e Discussões

Por meio da revisão sistemática da literatura, foi possı́vel responder à questão
de pesquisa (Q02), identificando, por meio da literatura, as principais barreiras
de acessibilidade na web enfrentadas por usuários em redes sociais.
    Neste sentido, as barreiras enfrentadas por usuários durante a navegação na
web são classificadas em quatro categorias: a) barreiras de acessibilidade; b)
barreiras de conteúdo; c) perda de identidade; e d) barreiras de navegabilidade
[26] [24] [25] [28]. Assim, é possı́vel por meio da leitura criteriosa dos artigos
aceitos, classificá-los de acordo com as suas respectivas barreiras.




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     Uma das principais barreiras identificadas pelos usuários durante as interações
são os elementos inacessı́veis em aplicações web [24] [15]. Assim, pode-se clas-
sificá-las como barreiras de acessibilidade. Uma das possibilidades de eliminação
dessas barreiras é oferecer alternativas adicionais de acesso por diferentes tipos
de deficiência, pois a oferta de tecnologias para pessoas com deficiência (PcD)
possibilita a manipulação de volumes de informações, que antes não era possı́vel.
Dessa forma, os usuários podem acessar a mesma informação, em vários formatos
e por diferentes órgãos perceptivos.
     Conteúdo e navegabilidade são barreiras significativas que impactam na itera-
tividade em redes sociais. Para Pivetta e Saito [26], as pessoas surdas geralmente
encontram dificuldades ao interagir com interfaces digitais que foram projetadas
para pessoas ouvintes. Observa-se que muitas dessas barreiras não são limitado-
ras nas interações apenas por pessoas surdas, mas também por todas as demais
pessoas.
     Assim, a acessibilidade dos recursos na web é uma premissa fundamental
para a inclusão digital das pessoas com deficiências [26].
     Outras barreiras identificadas estão relacionadas a não conformidade com as
Diretrizes de Acessibilidade. Para Silva e Ferreira [28], um usuário pode não
conseguir acessar alguns dados, devido a problemas de não conformidade com as
diretrizes de acessibilidade, por consequência de problemas de incompatibilidade
das ferramentas assistivas com os navegadores web ou baixa usabilidade nas
ferramentas assistivas. Em muitos casos, usuários não conseguem ter acesso a
alguns dados por falha de conformidades, ou seja, pela falta de informações
adicionais dos conteúdos na web ou por uma baixa experiência do usuário (UX)
[28].
     Assim, por meio desta revisão, foi possı́vel responder à questão de pesquisa
(Q03), identificando, por meio da literatura, os impactos da aplicação das Dire-
trizes de Acessibilidade do Conteúdo na Web em redes sociais.
     Neste sentido, segundo Kaminski et al. [25], em muitos paı́ses da Ásia, Eu-
ropa, Oceania e da América do Norte, observou-se que uma parcela significativa
da população é excluı́da do acesso a esse novo espaço informacional. Este fato
ocorre por uma série de fatores, entre eles, a inexistência de descrições textuais
para imagens e falhas na codificação das páginas web.
     Uma das soluções para estes problemas inserem a responsabilidade governa-
mental de incluı́rem em suas metas a legislação de acessibilidade como requisito
em seus próprios materiais de divulgações, sejam eles publicados na web ou não
[25] [27].
     Dessa forma, o maior impacto das diretrizes de acessibilidade seria utilizar-
se de meios para combater a exclusão de pessoas com deficiências, tanto em
ambientes virtuais quanto em ambientes fı́sicos.
     Observou-se, no Brasil, entre 2000 a 2010 um aumento significativo, 87% dos
ı́ndices de pessoas com deficiências. Percebe-se que, mesmo com ı́ndice elevado de
pessoas com deficiência, as desigualdades permanecem, por exemplo, as pessoas
com algum tipo de déficit têm taxas de escolaridade menores do que o restante
das pessoas [24]. Dessa maneira, um dos impactos da aplicação das diretrizes de




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acessibilidade é proporcionar maneiras de mudar esses ı́ndices, proporcionando
igualdade a todos.


5    Conclusões

Este artigo apresenta uma revisão sistemática da literatura sobre as Diretrizes de
Acessibilidade no Conteúdo da Web e redes sociais. Foram identificados 718 arti-
gos cientı́ficos publicados entre janeiro de 2010 a dezembro de 2016, nos últimos
sete anos. Aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 15
artigos cientı́ficos que endereçavam as Diretrizes de Acessibilidade aplicadas nas
construções de redes sociais.
      Percebeu-se, por meio das análises, a identificação das principais barreiras
de acessibilidade na web enfrentadas por usuários em redes sociais. As barreiras
classificam-se em barreiras de acessibilidade, conteúdo, identidade e navegabili-
dade.
      Não obstante, foi possı́vel identificar, por meio das análises, barreiras que
estão ligadas a não conformidade com as Diretrizes de Acessibilidade, baixo
nı́vel de usabilidade em ferramentas assistivas ou incompatibilidade com os nave-
gadores web.
      Assim, esta revisão apresentou os principais impactos da aplicação das Di-
retrizes de Acessibilidade do Conteúdo na Web em redes sociais. Neste sentido,
observou-se que ainda há uma parcela significativa da população mundial que é
excluı́da deste processo informacional. Isto ocorre, por exemplo, devido à inex-
istência de textos alternativos para imagens, ocasionando uma falha de acessi-
bilidade em websites. Porém, ainda são escassos trabalhos que correlacionam a
aplicabilidade das Diretrizes de Acessibilidade nas construções de Redes Sociais.
      Portanto, é de grande relevância a importância da aplicabilidade dessas dire-
trizes para melhorar a acessibilidade em Redes Sociais contribuindo, assim, para
a construção de um design universal, isto é, uma aplicação que possua um bom
ı́ndice de usabilidade, acessada por todos, independentemente da impossibilidade
fı́sica ou mental dos seus usuários.


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