=Paper= {{Paper |id=Vol-2185/CtrlE_2018_paper_75 |storemode=property |title=Produção de Podcasts em Um Curso de Graduação a Distância: Aceitação, Possibilidades e Sugestões de Aprimoramentos(Production of Podcasts in a Distance Graduation Course: Acceptance, Possibilities and Suggestions for Improvements) |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-2185/CtrlE_2018_paper_75.pdf |volume=Vol-2185 |authors=Amanda R. L. dos Santos,Maria P. H. Santos,Tainan de O. Sousa,Otávio V. Sobreira Júnior,Lydia D. M. Pantoja,Germana C. Paixão }} ==Produção de Podcasts em Um Curso de Graduação a Distância: Aceitação, Possibilidades e Sugestões de Aprimoramentos(Production of Podcasts in a Distance Graduation Course: Acceptance, Possibilities and Suggestions for Improvements)== https://ceur-ws.org/Vol-2185/CtrlE_2018_paper_75.pdf
         Produção de Podcasts em Um Curso de Graduação a
          Distância: Aceitação, Possibilidades e Sugestões de
                           Aprimoramentos
    Amanda R. L. dos Santos1, Maria P. H. Santos1, Tainan de O. Sousa1, Otávio V.
           Sobreira Júnior1, Lydia D. M. Pantoja1, Germana C. Paixão1
1
    Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas a distância da Universidade Estadual do
                    Ceará/Universidade Aberta do Brasil (UECE/UAB)
         Avenida Dr. Silas Munguba, 1700 - 60.714-903 – Fortaleza – CE – Brasil
{amanda.richer@aluno.uece.br,priscila.holanda@aluno.uece.br,tainan.oli
 veira@aluno.uece.br, otavio.sobreira@uece.br, lydia.pantoja@uece.br,
                        germana.paixao@uece.br}

       Abstract. The aim of this study was to analyze the participation and
       acceptance of students of a distance-learning undergraduate course in the
       production of educational podcasts as evaluation tools. This is a quantitative
       research using a semi-structured questionnaire. Fifteen students participated
       in the research, 100% reported knowing the importance of educational use of
       the podcast, however, 50% were not aware of and learned about the use of
       this tool after insertion into the ED, 58.3% said they use it in their studies, but
       rarely as the main option, 75% say they have some difficulty in editing the
       audio produced. Although the tool is well accepted by the participants, it is
       necessary to better equip the student against the use.

       Resumo. Objetivou-se analisar a participação e a aceitação de alunos de um
       curso de graduação à distância, quanto à produção de podcasts educacionais
       como instrumentos avaliativos. Trata-se de uma pesquisa quantitativa com
       uso de questionário semiestruturado. 15 alunos participaram da pesquisa,
       100% afirmaram saber da importância do uso educacional dos podcast,
       entretanto, 50% não tinham conhecimento e aprenderam sobre o uso dessa
       ferramenta após a inserção na EaD, 58,3% disseram que o utilizam em seus
       estudos, mas raramente como principal opção, 75% afirmam ter alguma
       dificuldade frente a edição do áudio produzido. Embora a ferramenta seja
       bem aceita pelos participantes, se faz necessário instrumentalizar melhor o
       aluno frente ao uso.


1. Introdução
Uma das ferramentas assíncronas, ou seja, em que a comunicação pode ser realizada a
qualquer momento, tanto pelos alunos, quanto pelos tutores ou professores formadores,
muito utilizado na modalidade Educação a Distância – EaD é o podcast, que que
consiste em um modo de produção/disseminação livre de programas e ficheiros
multimídia, distribuídos sob demanda e focados na reprodução de oralidade, também
podendo veicular músicas/sons [Freire 2013].


                                                                                             279
       Utilizando-se de uma linguagem técnica, o podcast pode ser definido como um:
                        ... programa de rádio personalizado gravado nas extensões mp3, ogg ou mp4,
                       que são formatos digitais que permitem armazenar músicas e arquivos de
                       áudio em um espaço relativamente pequeno, podendo ser armazenados no
                       computador e/ou disponibilizados na Internet, vinculado a um arquivo de
                       informação (feed) que permite que se assine os programas recebendo as
                       informações sem precisar ir ao site do produtor [Barros e Menta 2007, p. 2].
       Ainda sobre esta ferramenta, Primo (2005) enfatiza que este recurso se revela
como um modelo didático-pedagógico, interacionista-dialógico, mediado por
tecnologias de informação e de comunicação digitais.
       Segundo Vanassi (2007, p. 37):
                      O som faz parte de nossas vidas, crescemos acostumados com ele e através
                      dele podemos nos comunicar, recebendo e transmitindo informação. Com sua
                      ajuda assimilamos e interpretamos o mundo, indistintamente e naturalmente,
                      desde jovens.
        Portanto, temos o podcast como uma ferramenta de áudio e um recurso
linguístico, largamente utilizado para a transmissão de conhecimento por meio de sons,
onde, em teoria, não apresenta uma restrição para o seu uso na educação, mas nota-se
que na maioria dos casos está mais presente no ensino de idiomas.
       Segundo Oikawa (2005, p. 2):
                      A maioria dos arquivos de podcasting tratam de áudio captado de eventos no
                      formato “talk show”, mas sua utilização pode ser estendida a músicas e outras
                      situações como trechos sonoros de programas na televisão, cinema e grupos de
                      conversação, notícias, informações de interesse específico, aulas e palestras.
                      Os podcasts constituem, assim, suporte material para a fixação de composições
                      musicais, conferências, alocuções e outras obras intelectuais protegidas pela
                      Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 – Lei de Direitos Autorais.
       A utilização de podcasts não é algo novo, tendo em vista que o primeiro arquivo
que se tem conhecimento foi produzido em 2004, mas não teve fins educacionais.
Entretanto, na atualidade, a produção tornou-se mais simplificada, pois não são
necessários grandes recursos para a gravação. Em muitos casos é preciso apenas um
computador ou um smartphone que realize a gravação de arquivos de áudio, havendo a
disponibilidade de inúmeros programas gratuitos que apresentam esta finalidade
[Lenharo e Cristovão 2016].
       Primo (2005, p. 2) destaca que o uso do podcast para a educação é importante:
                      [...] na veiculação de conteúdos educativos/formativos, como recurso midiático
                      para educação a distância em se tratando de módulos e temas disciplinares ou
                      interdisciplinares. Portanto, deve-se entender o podcasting como uma
                      micromídia, onde, desta forma, cabe considerar os pressupostos da
                      comunicação social em relação aos princípios didático-pedagógicos
                      estabelecidos em teorias de aprendizagem, em especial aquelas que levam em
                      consideração o uso da informática na educação.
        Deste modo, Bottom et al. (2017) reafirmam a importância de um engajamento
de diferentes recursos nas práticas educativas para que, além de estimular os diferentes
sentidos do indivíduo no processo de aprendizagem, possa inserir os estudantes aos
contextos de ensino de forma mais abrangente.


                                                                                               280
        Neste mister, o presente trabalho tem por objetivo analisar a participação e a
aceitação quanto a produção de podcasts educacionais junto a alunos do curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas à distância da Universidade Estadual do
Ceará/Universidade Aberta do Brasil – UECE/UAB, polo Maracanaú-CE.

2. Metodologia
A abordagem metodológica do trabalho consistiu em uma pesquisa de caráter
quantitativo, sendo adotada para este estudo pela tendência a enfatizar por meio do
raciocínio lógico-dedutivo, as regras da lógica e os atributos mensuráveis da experiência
humana [Polit et al. 2004].
        Foi utilizado um questionário online semiestruturado, disponibilizado a 30
alunos da turma por meio de um hiperlink utilizando a ferramenta Google Drive® como
hospedagem. O questionário coletou as impressões dos alunos sobre as vantagens,
desvantagens e dificuldades na utilização da ferramenta podcast no processo de
avaliação da aprendizagem, bem como a coleta de sugestões sobre o que poderia ser
feito para aperfeiçoar seu uso ao longo do curso. Vale ressaltar que, antes de acessarem
o questionário, os alunos foram devidamente comunicados de que todos os dados
coletados durante a pesquisa eram completamente anônimos e tinham fins estritamente
acadêmicos.
       Constituíram-se como pontos importantes do questionário: a avaliação técnica e
de aceitação dos podcasts; a avaliação de aceitação para ensino e aprendizagem em
relação ao recurso avaliado, como as dificuldades incluídas no processo.
        O referido questionário foi disponibilizado à turma por um período de cinco
dias, contendo onze perguntas, distribuídas em cinco seções, que continham opções de
respostas de múltipla escolha, escala linear e subjetiva (ou seja, que permitia uma livre
resposta). As seções contempladas foram: importância das mídias sociais; informações
gerais sobre o uso e o conhecimento da ferramenta podcast; dificuldades apresentadas
em produzir e enviar podcasts para fins educacionais; principais justificativas para não
entregar as atividades envolvendo podcast (enviar via Ambiente Virtual de
Aprendizagem – AVA); sugestões para aperfeiçoar o uso da ferramenta podcast no
curso.
       Ressalta-se que em relação às dificuldades em produzir podcasts educacionais,
foi adotado no questionário uma escala de 1 a 5 para apontar o grau de dificuldade
quanto a certas situações, sendo 1 equivalente a "Nenhuma" e equivalente a "Muita".
Em seguida, os dados foram devidamente catalogados e apresentados através de
percentagens simples, analisados e confrontados a luz da literatura atual e pertinente.

3. Resultados e discussões
Do total de 30 alunos matriculados, 50% responderam ao questionário, em relação à
importância que esses alunos atribuem ao uso das mídias sociais nos dias de hoje, os
resultados mostraram que 58,3% reconheceram ter “muita importância”, enquanto
41,7% responderam que “se faz necessária, mas somente em alguns momentos”. Dados
que corroboram a literatura, que afirma ser de fundamental importância que os alunos
sejam capazes de se apropriarem de artefatos culturais digitais, sendo importante para a

                                                                                     281
participação social em esferas de atividade emergidas a partir das Tecnologias Digitais
de Informação e Comunicação – TDIC [Lenharo e Cristovão 2016].
        Este resultado também pode ser justificado pelo constante crescimento e
popularização da internet e das mídias sociais, bem como o surgimento de comunidades
virtuais bem definidas com os mais diversificados perfis, expondo opiniões e
compartilhando momentos, estando presentes em todas as esferas da sociedade,
acompanhando os avanços da tecnologia da informação e da possibilidade de acesso por
diferentes tipos de aparelhos eletrônicos. A esses fatores, soma-se a difusão da
informação e do conhecimento por meio das mídias sociais está presente em todas as
esferas e áreas, sendo considerados essenciais do ponto de vista pessoal, acadêmico e
profissional. Portanto é evidente a importância atribuída a esse tipo de mídia, sobretudo
por um aluno da EaD [Rocha Júnior et al. 2014].
        Quando os alunos foram questionados sobre o hábito de produzirem arquivos de
áudio autorais, de qualquer natureza, para serem postados nas suas redes sociais, foi
identificado que 50% dos participantes nunca postam áudios autorais em suas redes
sociais, enquanto os demais (50%) afirmam terem o hábito de produzirem áudios
autorais, mas que raramente fazem a postagem dos mesmos. Esses dados podem refletir
que, para a população do estudo, mesmo sendo reconhecida a importância das mídias
sociais no seu dia-a-dia, não tem o hábito de serem feitas postagens de arquivos de
áudio nas mesmas, portanto, produzir e enviar arquivos desta natureza para fins
educacionais pode ser considerado como algo distante de sua realidade.
        Sobre seu conhecimento acerca dessa ferramenta antes de trabalhar na EaD, a
pesquisa revelou que 50% dos entrevistados não tinham o conhecimento e aprenderam
sobre o uso após a inserção na EaD. Em paralelo, foi observado que 41,7% dos alunos
apresentou algum conhecimento sobre a ferramenta podcast, mas afirmou que não sabia
a sua real função. Por fim, em 8,3% dos casos houve a afirmação de que o podcast era
de seu conhecimento, mas imaginavam que essa ferramenta era somente destinada a
ouvir músicas.
         Por conseguinte, foi perguntado aos estudantes se os mesmos costumavam
utilizar o podcast como uma ferramenta de estudo. Neste cenário, 58,3% disseram que o
utilizam em seus estudos, mas raramente como principal opção. Por outro lado, 41,7%
dos estudantes não utilizam o podcast para estudar, enquanto nenhum afirmou sempre
utilizar-se desta ferramenta.
        No tocante as dificuldades apresentadas em produzir e enviar os podcast foi
apontado por 50% dos estudantes que não há nenhuma dificuldade. Os demais
participantes da pesquisa, apontaram suas dificuldades na escala proporcionalmente
entre os níveis 2 e 4, ou seja, afirmam apresentar alguma dificuldade (Figura 1).




                                                                                     282
    Figura 1. Representação gráfica em escala de dificuldades em produzir e enviar
    o podcast educacional, sendo 1 equivalente a “Nenhuma” e 5 “Muita”.


       Sobre essas dificuldades, os dados coadunam com um estudo realizado junto a
alunos do ensino secundário portugueses e belgas, inserido em um projeto e twinning,
foi constatado quanto à facilidade em usar/produzir os podcasts, a maioria dos alunos
portugueses (73%) discorda e metade dos alunos belgas (50%) apresentam a mesma
posição de discordância [Moura e Carvalho 2006].
        Com relação a expor as suas ideias sobre as temáticas exigidas no comando da
atividade, utilizando-se de arquivos de áudio e atentando-se ao tempo proposto, foi
informado por 33,3% dos participantes que há “nenhuma” dificuldade. Os demais
participantes tiveram seu apontamento distribuído entre 2 e 4, mas nenhum apontou ter
muita dificuldade neste critério (Figura 2). Essa dificuldade apontada pode não ter
relação direta com a apresentação por meio do podcast, ou seja, é possível que tais
alunos sintam o mesmo grau de complexidade em manter a sua apresentação dentro de
uma faixa de tempo expondo-se “presencialmente” em um seminário, por exemplo.




                                                                                     283
    Figura 2. Representação gráfica em escala de dificuldades em abordar sobre
    as temáticas exigidas no comando da atividade, se atentando ao tempo
    estipulado, sendo 1 equivalente a “Nenhuma” e 5 “Muita”.


        No que diz respeito ao processo de edição do áudio produzido pelo próprio
estudante, ou seja, quanto à utilização de ferramentas para a redução do tempo da
gravação, redução do tamanho do arquivo, ou para mudar a extensão/formato (Mp3, avi,
Mp4, wma etc.). Foi observado que 25% dos alunos apresentam “muita” dificuldade
para utilizar algum tipo de ferramenta (software) de edição, paralelo a isso, outra
parcela de 25% dos alunos afirma ter “nenhuma” dificuldade. Entretanto, a maior parte
dos alunos avaliou em nível 3 a sua dificuldade (Figura 3). Possivelmente, essas
dificuldades foram apontadas devido a grande maioria dos alunos não ter familiaridade
com a produção de podcasts, como revelou a primeira parte desta pesquisa.
Consequentemente, nunca se depararam com a necessidade de editarem de alguma
forma arquivos de áudio autorais, tendo que se apropriar de ferramenta desta natureza
mediante a necessidade que surgiu ao longo da realização da atividade.




                                                                                 284
    Figura 3. Representação gráfica em escala de dificuldades em editar o áudio
    produzido, utilizando ferramentas de edição, seja para reduzir o tempo da
    gravação, para reduzir o tamanho do arquivo ou para mudar a
    extensão/formato (Mp3, avi, Mp4, wma etc.), sendo 1 equivalente a “Nenhuma”
    e 5 “Muita”.


       Quanto ao procedimento de postar, ou seja, enviar as atividades de podcast no
AVA, 58,3% dos estudantes relatou apresentar “nenhuma” dificuldade, enquanto os
demais da população tiveram suas escolhas entre as opções 2 e 3 da escala (Figura 4).
Este dado revela que o envio de arquivos desta natureza ao AVA não se trata de um
empecilho aos alunos, possivelmente pela simplicidade da plataforma quanto a este
envio, que se assemelha a atividades rotineiras, como anexar um arquivo em um e-mail
ou ainda a realizar a postagem de uma imagem em uma rede social.
        A pesquisa nos revela ainda que a ferramenta surge como um recurso didático
bem aceito pelos participantes, diminuindo o descompasso entre as práticas sociais e as
práticas educacionais, apontado como uma das tensões contemporâneas do trabalho
docente, conforme apontam Lenharo e Cristovão (2016).




                                                                                   285
    Figura 4. Representação gráfica em escala de dificuldades em postar (enviar) o
    áudio educacional produzido pelo aluno no AVA, sendo 1 equivalente a
    “Nenhuma” e 5 “Muita”.


       As justificativas para a não entrega das atividades não puderam ser aferidas,
porque todos os participantes da pesquisa declararam não terem se abstido da entrega
dos podcasts que foram solicitados até momento da realização da pesquisa. Em vista do
exposto, este resultado positivo pode ser justificado pelas facilidades de produção,
acesso e larga disseminação desvelada pela ferramenta. Além do oferecimento de
diversas possibilidades práticas em sua produção, que são as bases dos potenciais e
implicações educativas dessa tecnologia, convergindo em um incentivo ao aluno em
explorar este recurso midiático da oralidade [Freire 2013].
      Por fim, sobre a solicitação de sugestões para a otimização do uso da ferramenta
podcast como instrumento avaliativo do curso, destacam-se as seguintes respostas:
                     “Instruções de como editar o podcast, como cortar e reduzir alguns trechos”
                     (sic). (Aluno 1)
                     “Ser mais utilizado na atividade do bioação” (sic). (Aluno 2)
                     “Uma aula de instruções sobre o uso do podcast, tipo formatação e como
                     converter o áudio em podcast, essa ainda é uma grande dificuldade” (sic).
                     (Aluno 3)
                     “Flexibilizar apps que funcionam como gravadores de áudio” (sic). (Aluno 4)
                     “Incluir mais recursos” (sic). (Aluno 5)
                     “Essa é uma das ferramentas que mais gosto de utilizar” (sic). (Aluno 6)
        Como pôde ser observado, embora haja uma boa aceitação dos alunos quanto ao
uso da ferramenta, conforme evidenciado acima, há a necessidade de uma formação
(treinamento) dos mesmos principalmente quanto ao uso das ferramentas de gravação e
edição, confirmando o que foi apontado pelos Alunos 1, 3, 4 e 5, corroborando com a
informação presente na Figura 3.
                                                                                                286
       O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – UECE/UAB dispõe de um
conjunto próprio de normas e diretrizes para elaboração e avaliação de podcast. Essas
normas são disponibilizadas a todos os envolvidos, trazendo orientações aos alunos para
a elaboração dos podcast, e trazem parâmetros para os tutores à distância avaliarem os
áudios exigidos nas atividades do AVA. No referido documento de orientações técnico-
pedagógicas estão evidenciados os elementos e características necessários que são
avaliados na produção do podcast, a saber: estrutura, oralidade e conteúdo [Paixão e
Vidal 2015].
        Mesmo diante dessas orientações técnico-pedagógicas, constata-se lacunas na
formação desse aluno, logo, uma estratégia que pode ser adotada para reduzir essas
dificuldades seria utilizar-se dos encontros presenciais, em especial no início do curso,
para apresentar algumas ferramentas de edição. Outra estratégia pode ser o
fortalecimento da atuação do tutor quanto a este suporte técnico-pedagógico, por meio
da produção e disponibilização de tutoriais, que auxiliam consideravelmente o processo
de aprendizagem ao exibirem o passo a passo do funcionamento destas ferramentas em
questão. Ou mesmo uma reflexão frente as diretrizes adotadas no curso, deixando mais
claro para o aluno como realmente ocorrerá a avaliação das atividades.

4. Considerações finais
Evidenciou-se que os alunos já se apropriam do podcast como uma importante
ferramenta digital, apesar de que alguns só passaram a conhecer a mesma após a
inserção na EaD, mesmo assim, ainda apresentam dificuldades frente a edição do áudio
produzido.
        Dentro desse contexto, apesar da ferramenta ser bem aceita pelos participantes,
se faz necessário instrumentalizar melhor o aluno frente ao uso, podendo se destacar a
importância da produção de materiais didáticos (em especial, tutoriais) para subsidiar os
alunos durante a realização destas atividades, com vistas a reduzir os conflitos
apontados pelos participantes da pesquisa, devido ao não domínio das ferramentas de
edição e gravação de podcasts.
        Por fim, como se trata de uma licenciatura, espera-se que o podcast possa ser
utilizado pelos alunos, como uma ferramenta de aprimoramento do processo de ensino e
aprendizagem, em especial, quando estiverem atuando em sala de aula.

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  Curso de Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda.
  Universidade      de     Caxias      do     Sul.    2007.     Disponível   em:
  . Acesso em: 14 de março de 2018.




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