=Paper= {{Paper |id=Vol-3321/paper9 |storemode=property |title=Perfis em Mídia Social para Promover Equidade de Gênero na Área STEM e STEAM Social Media Profiles to Promote Gender Equity in STEM and STEAM |pdfUrl=https://ceur-ws.org/Vol-3321/paper9.pdf |volume=Vol-3321 |authors=Leihge Roselle Rondon Pereira,Karla de Souza E Silva,Eunice Pereira dos Santos Nunes,Cristiano Maciel |dblpUrl=https://dblp.org/rec/conf/clei/PereiraSNM22 }} ==Perfis em Mídia Social para Promover Equidade de Gênero na Área STEM e STEAM Social Media Profiles to Promote Gender Equity in STEM and STEAM == https://ceur-ws.org/Vol-3321/paper9.pdf
Perfis em Mídia Social para Promover Equidade de Gênero na
Área STEM e STEAM

Leihge Roselle Rondon Pereira 1, Karla de Souza e Silva 1, Eunice Pereira dos Santos Nunes 1
e Cristiano Maciel 1
1
    Universidade Federal de Mato Grosso, Av. Fernando Correa da Costa, 2367, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil


                                  Abstract
                                  Social media can highlight content, references and opportunities when dealing with topics such
                                  as STEM/STEAM, which are seen as initiatives that promote gender equity in this area.
                                  Through this work, a mapping was carried out on Instagram of the active profiles that support
                                  women in the STEM area, to identify the resources used by the profiles to promote gender
                                  equity in this field. Searches were carried out with descriptors and use of inclusion and
                                  exclusion criteria, which resulted in 45 profiles. It was identified as a result that the profiles
                                  contribute to the sense of belonging of girls and women in STEM/STEAM, by strengthening
                                  the recognition of women scientists, by developing mentorships for career engagement and by
                                  promoting access to events and projects related to the STEM area.

                                  Keywords 1
                                  STEM, Social Media, Gender Equity

                                  Resumo
                                  As mídias sociais podem evidenciar conteúdos, referências e oportunidades, ao tratar de temas
                                  como o STEM/STEAM, tidos como iniciativas que promovem a equidade de gênero nessa
                                  área. Por meio deste trabalho foi realizado um mapeamento no Instagram dos perfis ativos que
                                  apoiam as mulheres na área STEM, com a finalidade de identificar os recursos usados pelos
                                  perfis para a promoção da equidade de gênero neste campo. Foram realizadas buscas com
                                  descritores e uso dos critérios de inclusão e exclusão, as quais resultaram em 45 perfis.
                                  Identificou-se como resultado que os perfis contribuem para o senso de pertencimento das
                                  meninas e mulheres em STEM/STEAM, ao fortalecer o reconhecimento das mulheres
                                  cientistas, ao desenvolver mentorias para engajamento de carreira e ao promover acesso a
                                  eventos e projetos relacionados à área STEM.

                                  Palavra-chave
                                  STEM, Mídias Sociais, Equidade de Gênero




1. Introdução

   Na década de 70, os cursos da área Science (Ciência) Technology (Tecnologia) Engineering
(Engenharia) Math (Matemática) - STEM possuíam um número maior de mulheres comparado ao de
homens [1]. Com o passar dos anos, este cenário mudou drasticamente e hoje temos registros de um
baixo ingresso e uma baixa permanência das mulheres nessa área [1].

Proceedings XIV Congress of Latin American Women in Computing 2022, October 17–21, 2022, Armenia, Colombia
EMAIL: leihge.pereira@ufmt.br (L. R. R. Pereira); karlasouza1224@gmail.com (K. de S. e Silva); eunice.ufmt@gmail.com (E. P. dos S.
Nunes); crismac@gmail.com (C. Maciel)
ORCID: 0000-0003-0778-0604 (L. R. R. Pereira); 0000-0002-9514-7560 (K. de S. e Silva); 0000-0002-9051-5862 (E. P. dos S. Nunes); 0000-
0002-2431-8457 (C. Maciel)
                               © 2022 Copyright for this paper by its authors.
                               Use permitted under Creative Commons License Attribution 4.0 International (CC BY 4.0).
    CEUR
    Wor
    Pr
       ks
        hop
     oceedi
          ngs
                ht
                I
                 tp:
                   //
                    ceur
                       -
                SSN1613-
                        ws
                         .or
                       0073
                           g

                               CEUR Workshop Proceedings (CEUR-WS.org)




                                                                                                     88
   Mesmo diante do investimento em iniciativas para equidade de gênero [2] e em abordagens
educacionais como o STEAM, termo que acrescenta a palavra “A” em referência a Arts (Arte) como
conhecimento potencializador do papel das humanidades para conhecimento e desenvolvimento de
habilidades comuns à área STEM [3], a representatividade feminina ainda é baixa nos cursos de
graduação, em cargos acadêmicos e em cargos de empresas [4, 5]. Dados do Resumo Técnico do Censo
da Educação Superior - 2019 [6] indicam percentuais baixos na participação do sexo feminino em
cursos de graduação STEM, por exemplo, o curso de Engenharia Civil com cerca de 30% de matrícula
de mulheres, Sistemas da Informação com 14% e Engenharia Mecânica com aproximadamente 10%
das matrículas realizadas por mulheres. Outros dados indicam que a baixa representatividade também
ocorre em âmbito mundial, segundo a UNESCO [7], dentro da população de mulheres na educação
superior, apenas 30% escolheram formação acadêmica relacionada à área STEM.
   À medida que o avanço do conhecimento tecnológico ganhou força e os Computadores Pessoais (de
Personal Computer - PC) começaram a se popularizar, a quantidade de mulheres nos cursos de exatas
foi diminuindo. Isso ocorreu devido aos estereótipos de gênero [8], presentes no acesso aos PCs,
acompanhado da criação dos jogos lúdicos e de estratégias com uso do raciocínio lógico, tais jogos
foram associados aos meninos que eram percebidos como público-alvo para usar amplamente as
tecnologias. São fatores que influenciaram o afastamento da interação das meninas e mulheres com a
área de computação [9, 10]. Tal afastamento já era observado quando consideramos a relação das
mulheres com as ciências, estas entendidas como universais possuem uma construção histórica
androcêntrica, branca, ocidental, heterossexual e localizada nas classes com maiores recursos
financeiros da sociedade [11, 12].
   Atualmente, compreende-se que a baixa interação das meninas e mulheres com o conhecimento
tecnológico causa impactos nas suas escolhas de carreiras, incluindo na escolha dos interesses dentro
da área STEM [13, 14, 15]. A socióloga Bárbara Castro defende que as carreiras STEM são vistas pelo
gênero feminino como um território a ser desbravado; a autora realizou entrevistas com mulheres e a
principal justificativa pelo interesse na área, acontece quando existe alguma referência feminina
próxima delas que mostra o quanto pode ser interessante as profissões nessa área [16].
   A falta de representatividade para o público feminino causa a sensação de um território
“desconhecido”, pelo menos para as mulheres, porque ao procurarem referências do gênero feminino
para se espelharem e apoiarem, dificilmente encontram nomes socialmente conhecidos. Vale ressaltar
que os conhecimentos comunitários sobre as referências na área STEM passam por filtros perante aquilo
que é socialmente compartilhado. Por exemplo, na área da Computação existem célebres mulheres que
trouxeram grande contribuição ao campo de Software, como Ada Lovelace, Carol Shaw, Dona Bailey,
Kim Swift, Doris Self, entre outras [17, 18]. Porém as inovações do Hardware são mais acessíveis e
visíveis à sociedade devido a possibilidade de materializar o produto de forma palpável.
   Os estereótipos de gênero que são associados à área STEM e a baixa representatividade feminina
são aspectos que além de diminuir o envolvimento das mulheres com as temáticas comuns à área,
também afetam a inserção do público feminino em carreiras da área. Esses dois aspectos podem
contribuir com a ameaça de identidade social das mulheres na área STEM [19], devido ao sentimento
de desvalorização ou estigmatização no trabalho com base na identidade de gênero.
   As ameaças à identidade social podem provocar resultados negativos relacionados à carreira, como
menor engajamento e confiança no trabalho [20]. Para diminuir essas ameaças, as mulheres buscam
atender aos modos de ser que são validados entre os atores de um determinado campo. O modo de ser
científico, na área STEM, é aquele que representa a racionalidade, objetividade, inteligência,
afastamento emocional, formalidade, significados como do domínio masculino [11].
   Em vista disso, para colaborar com o acesso feminino à área STEM é preciso que a área seja
percebida enquanto um lugar possível para as mulheres, estas compreendidas no plural para abranger
as suas singularidades. Em questão, não consideramos as mulheres de forma universal, ao contrário,
identificamos suas diferenças nas classes sociais, etnias, orientação sexual, incluindo que podem ou não
agregar para si as possibilidades femininas como a maternidade, gestação e amamentação. Como
também possuir características de personalidade como o afago, afiliação e assistência, que muitas vezes
são atribuídas ao feminino e desvalorizadas socialmente, principalmente nas ciências. Trata-se da
desconstrução da generificação do conhecimento científico e seus estereótipos, que causam
desigualdade no campo das ciências [11].



                                                    89
   Consideramos que o Brasil é considerado um dos países que faz maior uso das mídias sociais [21],
incluindo o Instagram que se refere à mídia social escolhida para este estudo. O Instagram é utilizado
para uma série de ações, como para o lazer, o entretenimento, o trabalho e, em destaque, para a
promoção de debates sobre temáticas importantes, como os que ocorreram a partir do início da
pandemia de COVID-19. Neste sentido, o Instagram é um campo comunicacional facilitador da
conexão entre pessoas que se encontram em distintas localidades geográficas. Refere-se a uma mídia
social com grande potencial para fornecer informações e constituir enquanto espaço de comunicação
entre as pessoas com interesse de conhecimento sobre a área STEM. Salienta-se que se buscou também
nesta pesquisa perfis na mídia social Instagram com o termo STEAM, a fim de registrar as contribuições
dessa abordagem com a temática de gênero.
   Então, realizar trabalhos sobre mapeamento da mídia social Instagram torna-se importante para a
construção dos panoramas sobre as temáticas de gênero, como podemos observar no trabalho de
Menezes [22] que propõe um panorama dos perfis em mídia social de iniciativas brasileiras que
incentivam a presença de mulheres na área da Computação, ou em trabalho com temas mais específicos
como o gênero negro [23].
   Contudo, não foram encontrados na literatura trabalhos sobre o mapeamento de mídias sociais
referente à área STEM e STEAM, destaca-se, dessa forma, uma lacuna. Assim, o estudo além de buscar
preencher parte da lacuna identificada, também considerou o problema do afastamento do gênero
feminino da área STEM, que implica na escolha de carreiras das meninas e mulheres nesse campo. Este
problema pode receber contribuições pelo estudo que realizamos, por apontar os canais
comunicacionais com referências, oportunidades e conteúdo que buscam ressignificar a atuação do
gênero feminino na área STEM. Face a esta problemática e considerando o uso massivo do Instagram
no Brasil é que se cunhou essa pesquisa.
   Em vista disso, este trabalho tem dois objetivos, o primeiro é apresentar um mapeamento realizado
sobre os perfis brasileiros ativos do Instagram que apoiam as mulheres nas áreas STEM e STEAM, e o
segundo refere-se a identificar os recursos utilizados por essas mídias sociais para a promoção da
equidade de gênero neste campo. O presente artigo está estruturado como segue. Após esta introdução,
há a metodologia no item 2. e no item 2.1 será tratada a análise das informações sobre os perfis STEM
e STEAM. No item 3, há as considerações finais, seguido dos agradecimentos e referências do trabalho.


2. Metodologia

   Esta pesquisa trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa [24], em virtude de
apresentar o panorama dos perfis presentes na mídia social do Instagram, bem como identificar os
recursos utilizados por esses perfis. Para isso, foi realizada uma revisão dos perfis para mapeamento,
que ocorreu de dezembro de 2021 a janeiro de 2022. Ressalta-se que durante a pesquisa não realizamos
julgamentos sobre os perfis ou análise do conteúdo, criamos grupos de similaridades frente ao
mecanismo de busca no Instagram, associações entre as áreas STEM relacionadas aos perfis e
levantamento de informações para a identificação dos principais temas abordados pelos perfis que
abordam a temática STEM ou STEAM.
   A escolha da mídia social se deu devido a sua popularidade e o alto uso que os brasileiros fazem da
plataforma, ainda segundo o relatório da We Are Social e da Hootsuite, o Instagram é a 4a. rede social
mais utilizada no Brasil e ocupa o 3º lugar com o maior número de usuários por país no mundo [21].
   Durante o processo de levantamento dos perfis foram selecionados descritores que referenciam o
tema do estudo, sendo: “STEM”, “STEAM”, “mulheres na computação”, “meninas”, “programação”,
“meninas na computação”. Esses descritores foram utilizados na ferramenta “pesquisar” do Instagram,
com o filtro “contas” ativado. Foram identificados perfis brasileiros, com conteúdo em Português, e que
possuíam no nome da conta um dos descritores indicados anteriormente. Os termos em inglês que
correspondem aos descritores indicados não foram incluídos na pesquisa. Foi realizado um
levantamento utilizando os descritores em inglês, e como resultado não foram identificados novos perfis
brasileiros que citassem a área STEM e/ou STEAM.
   Pela consulta com o uso dos descritores de forma isolada ou combinada, foram selecionados os
perfis que eram filtrados pela plataforma do Instagram, considerados como perfis ativos sobre a



                                                   90
temática e foco da pesquisa. A busca foi realizada seguindo os passos: 1) busca na ferramenta
“pesquisar” com o filtro para “contas” ativado; 2) identificação do nome, descrição e foto do perfil; 3)
análise das publicações do perfil, conforme Figura 1.




Figura 1: Passos para coleta dos perfis STEM ou STEAM

    Os passos anteriores foram necessários para levantamento das contas relacionadas à temática STEM
ou STEAM. Após esse levantamento foi verificado se os perfis satisfazem os critérios de inclusão.
Dessa forma, foi definido como passo 4 os critérios para a seleção dos perfis para esta análise, portanto
são os critérios de inclusão: a) perfis públicos; b) perfis no idioma Português; c) perfis sobre
meninas/mulheres na área STEM e/ou STEAM; d) perfis de projetos, grupos, pessoais que possuem
relação com a temática de gênero e STEM e/ou STEAM; e, e) perfis com conteúdo que citam a área
STEM e/ou STEAM, conforme Figura 2.




Figura 2: Passos para inclusão dos perfis STEM ou STEAM

    Como critérios de exclusão temos: a) perfis inativos, neste trabalho entendidos como os perfis cuja
última publicação foi realizada há mais de um ano; b) perfis privados e/ou bloqueados; c) perfis que
não possuem vínculo com a temática de gênero e STEM e/ou STEAM; d) perfis sem seguidores ou
publicações; e) perfis pessoais sem ligação com grupos ou projetos relacionados às mulheres na área
STEM e/ou STEAM; f) perfis em outro idioma que não seja o Português.
    Ao considerar o critério de exclusão, entende-se que um segundo filtro foi utilizado aos perfis que
já atendiam aos critérios de inclusão, trata-se do passo 5 como pode ser observado na Figura 3.




                                                    91
Figura 3: Passos para filtragem dos perfis STEM ou STEAM, considerando os critérios de exclusão

    Os perfis que satisfaziam os critérios de inclusão e não satisfaziam os critérios de exclusão foram
mantidos na pesquisa, e deles foram levantadas informações como: User (nome de usuário), data de
acesso e criação do perfil. Essas informações foram identificadas e organizadas em quadros para
facilitar os trabalhos.
    Ao aplicar as especificações citadas como passos do método de coleta, foram obtidos 45 perfis de
contas do Instagram que estão relacionadas com a área STEM ou STEAM. Essas contas foram
separadas em três grupos para organização das categorias compostas para a análise e identificação dos
recursos utilizados para promoção da equidade de gênero, sendo: User, Nicho e Mulheres na
Computação.
    O primeiro grupo intitulado como User (nome da conta) foi composto por perfis que possuíam os
descritores STEM ou STEAM como parte do nome da conta, e totalizou 11 perfis. O segundo grupo foi
definido como Nicho (assunto abordado na conta) e foi formado por 15 perfis, em que apesar de não
terem o nome da conta contendo STEM ou STEAM citavam o tema no conteúdo postado. E o terceiro
grupo foi formado exclusivamente para os perfis sobre Mulheres na Computação, que também abordam
o tema STEM ou STEAM no conteúdo das postagens, este grupo contém 19 perfis, formado para
evidenciar a relação do campo da Computação com a temática STEM e STEAM. Os três grupos foram
sumarizados em tabelas e, posteriormente, analisados, conforme descrito a seguir.

2.1 Análise das informações sobre os perfis STEM e STEAM

   Os perfis mapeados foram visitados e avaliados conforme os critérios de inclusão e exclusão, sendo
selecionados 45 perfis que podem ser verificados na Tabela 1. Dos perfis incluídos na pesquisa foram
extraídas informações como o nome da conta, a data de acesso e a data de criação/data da primeira
postagem. As informações estão inseridas em quadros conforme a categoria grupal indicada durante a
seleção, sendo: User STEM/STEAM observado na Tabela 3, Nicho na Tabela 4 e Mulheres na
Computação na Tabela 5.

Tabela 1
Perfis que dão apoio às mulheres nas áreas STEM ou STEAM
                Perfis selecionados que abordam mulheres nas áreas STEM ou STEAM
         @elastempoder                    @afrofuturism.as                @Astrominas
           @stem.ime                       @rocketingedu              @meninasdigitaisufsc
          @garotasstem                    @meninasdageo                 @cunhantadigital
            @stem2c                    @meninascientistasifg            @womakersgram
        @mulheresstem2d                  @meninascientistas             @meninasdofuturo
       @steamtechcampgo                  @meninasdafisica                 @exataminas
         @steams_ufpa                    @meninasdigitaisba          @mulherescientistas.unb
   @clube_stem_ia_polo_sesc              @meninasdigitaisse             @elas_na_ciencia
            @ismstem                   @grupomeninasexatas            @mulheresnacienciane
         @educa.steam                     @elasprogramam               @brasileiras.ciencia
  @meninasdigitaisnocerrado             @meninasdigitaissbc            @meninasdigitaismt
         @mulheres.na.ti                    @mnc.uepb                   @stemparaminas


                                                   92
     @garotascientistas                   @cienciapod                         @tech_manas
   @meninasnacomputacao                @meninasdigitaisdovale                @meninas.comp
   @meninasdigitaissudoeste             @meninasdigitaisrp                  @meninas. high_tech

    Ao observar esses perfis também foi possível levantar informações sobre os principais assuntos e
temas que estão sendo abordados nas postagens dessas contas do Instagram relacionadas à área
STEM/STEAM.
    Inicialmente, foi realizado o registro dos assuntos das postagens na linha do tempo (feed) do perfil,
posteriormente os assuntos que possuem afinidades foram categorizados em temas, como exemplo o
assunto de Mulheres Cientistas possui afinidade com os assuntos de Dia das Mulheres nas Ciências e
Pioneiras nas áreas STEM. Dessa forma, definimos os três temas com maior destaque nos perfis, que
são Mulheres nas Ciências, Mentoria e Eventos. Esses temas indicam formas de atuação dos perfis na
rede social Instagram.
    Notou-se que todos os perfis abordaram o tema das Mulheres nas Ciências em suas postagens. Em
relação a essa temática, a atuação abrange comunicar sobre as mulheres que tiveram contribuições
históricas na ciência, apresentar as mulheres que hoje são atuantes nos estudos comuns à área STEM e
trazer o foco para as datas comemorativas e representativas relacionadas ao tema. Trata-se do
investimento dos perfis em tornar reconhecível e fortalecer o papel feminino no campo das ciências,
bem como reconhecer a sua importância. Além disso, o enfoque em Mulheres nas Ciências colabora
com a representatividade feminina, no qual é possível se identificar com a mulher apresentada por meio
do conteúdo informado nos perfis.
    O tema da Mentoria também foi abordado pelos perfis, que abrange as orientações sobre profissões
STEM e para engajamento de carreira, as indicações de filmes e livros, os bancos de talentos,
oportunidades de trabalho e desenvolvimento, e facilitando a discussões sobre a temática de gênero na
ciência, aprofundando em conteúdos com informações sobre estereótipos de gênero percebidos no
campo científico. A mentoria é uma iniciativa que auxilia o desenvolvimento de carreira das mulheres
ao fornecer informações e estratégias, bem como na construção das redes de networking. Por meio da
Mentoria é possível que ocorra maior comprometimento de carreira, satisfação profissional e
expectativa de progresso [25].
    Observamos que o tema Eventos estava presente nos perfis selecionados. Essa temática aborda a
indicação de eventos ou projetos realizados e que são descritos como contributivos para a formação das
pessoas, principalmente mulheres, interessadas na área STEM. A oferta dos eventos e projetos era para
atividades que aconteciam de modo online, aspecto que pode estar relacionado ao período de
mapeamento dos perfis, que coincidiu com o período pandêmico de COVID-19 que demandava
distanciamento físico.
    Destacamos que independentemente das ofertas de eventos e projetos terem sido propostas e
executadas na modalidade remota, pode-se perceber que os perfis atuavam facilitando o acesso das
informações pelas pessoas que estão acompanhando as postagens do perfil. Dessa forma, as pessoas
interessadas poderiam participar das atividades realizadas para além da plataforma do Instagram,
ampliando os espaços de informação, aprendizagem e interação com a área STEM e/ou STEAM.
    Em relação aos perfis, dos 45 perfis selecionados identificamos 26 contas do Instagram, ou seja,
mais da metade dos perfis mapeados estão relacionados a grupos e projetos vinculados às universidades
e institutos estaduais ou federais, conforme a Tabela 2.

Tabela 2
Perfis de grupos e projetos vinculados às universidades e institutos estaduais ou federais
    Perfis selecionados relacionados a grupos e projetos vinculados às universidades e institutos
                                        estaduais ou federais
            @stem.ime                         @stem2c                      @mulheresstem2d
          @steams_ufpa                       @ismstem;                       @meninasdageo
      @meninascientistasifg               @meninasdafisica;                @meninasdigitaisba
        @meninasdigitaisse                  @astrominas                     @cunhantadigital
         @womakersgram                @mulherescientistas.unb              @garotascientistas



                                                    93
    @meninasnacomputação                 @tech_manas                    @meninasdigitaisdovale
      @meninas.comp                  @meninasdigitaissudoeste            @meninasdigitaisrp
     @meninas.high_tech               @meninasdigitaisufsc             @meninasdigitaisnocerrado
     @meninasdigitaismt                   @mnc.uepb

   Esse número indica que a educação pública, por meio das ações acadêmicas, vêm se alinhando aos
objetivos da agenda de 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente aos objetivos
04 e 05 dos 17 estabelecidos para o Desenvolvimento Sustentável, que são respectivamente: assegurar
a educação inclusiva, equitativa e de qualidade para a promoção das oportunidades de aprendizagem ao
longo da vida para todos; e, alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
[26]. As demais 21 contas fazem parte das iniciativas de organizações sem fins lucrativos, de criadores
de conteúdos, ou do trabalho das mulheres que de forma autônoma atuam em posições de liderança
motivando outras a se engajarem na área STEM, dessa forma, aumentando a representatividade das
mulheres.
   Considerando os três grupos de perfis definidos, no grupo User conforme Tabela 3, ocorre o registro
dos perfis que durante a pesquisa apresentam como parte do nome de conta os descritores STEM ou
STEAM, dos 45 perfis selecionados, compõem esse grupo o total de 11 contas, sendo que três delas
possuem a palavra “STEAM” no nome.

Tabela 3
Perfis STEM ou STEAM que compõem o grupo USER
                     Perfis das áreas STEM ou STEAM que compõem o grupo USER
         Nome da Conta                      Data de Acesso              Data de Criação
          stemparaminas                      20/12/2021                  17/08/2019
           elastempoder                      20/12/2021                  30/01/2020
            garotasstem                      20/12/2021                  21/05/2019
         mulheresstem2d                      20/12/2021                  19/12/2018
             stem.ime                        20/12/2021                  01/03/2019
              ismstem                        20/12/2021                  21/03/2019
    clube_stem_ia_polo_sesc                  20/12/2021                  06/04/2019
           steams_ufpa                       20/12/2021                  16/01/2020
           educa.steam                       20/12/2021                  08/03/2020
               stem2c                        20/12/2021                  08/06/2020
        steamtechcampgo                      20/12/2021                  07/12/2020

   As datas de criação das contas variam entre 2018 (uma conta), 2019 (cinco contas) e 2020 (cinco
contas), datas que também são observadas no grupo Nicho (Tabela 4) com o acréscimo do ano de 2021.
Esses dados podem estar relacionados com o aumento dos programas da área STEM, como também, o
recente uso das mídias sociais enquanto práticas educativas. Apesar do Programa Mulheres na Ciência,
uma iniciativa do Governo Federal, ter iniciado em 2005 [27], o avanço da equidade de gênero na
Ciência e Tecnologia - C&T ainda se faz necessário, principalmente, o uso de recursos para o alcance
da comunidade externa às instituições acadêmicas, sendo uma delas as mídias digitais como o
Instagram.
   Algumas estratégias relacionadas à equidade de gênero observadas nessas contas foram: indicação
de filmes e livros; post com conteúdo sobre o tema; uso de vídeos curtos de 90 segundos sobre assuntos
da área nomeados como Reels; realização de transmissões ao vivo pelo Instagram nomeadas de Live;
divulgação de cursos online e presenciais; interação com a comunidade que acessa a conta; discussão
sobre a temática nos comentários; interconexão com outros canais midiáticos e de informação, e
apresentação de mulheres referência na área STEM.
   Sobre a proposta STEAM encontramos três contas, @steams_ufpa; @educa.steam e
@steamtechcampgo; criadas em 2020 e que possuem poucos seguidores. A abordagem STEAM ainda
possui pouca divulgação, assim, faz-se necessário realizar pesquisas para a compreender como as Artes
e as Humanidades, próprias da área das Ciências Humanas e Sociais, auxiliam na aquisição de


                                                   94
habilidade e conhecimentos comuns às ciências consideradas Hard, como o raciocínio lógico-
matemático [28]. Entende-se que a abordagem STEAM devido a sua característica de inter-relação entre
as áreas de conhecimento das Ciências Humanas e Ciências Exatas promove a interdisciplinaridade,
assim como a concepção transdisciplinar que ocorre nas ciências [3].
   Ademais, essa abordagem auxilia na ampliação dos horizontes com expressões práticas, como na
aprendizagem educacional. Nas três contas com nome STEAM foi observado pelo conteúdo postado
duas concepções sobre Artes, a primeira identificava a Arte como área do conhecimento, e a segunda
como recurso estético. Ambas as concepções apresentaram enfoque no trabalho relacional e de
mediação para a aquisição de conhecimento STEM e, para a reflexão sobre as realidades vivenciadas.
   Considerando o grupo Nicho registrado na Tabela 4, identificou-se perfis que no conteúdo postado
era abordado o tema STEM ou STEAM, compondo o total de 15 contas.

Tabela 4
Perfis STEM ou STEAM que compõem o grupo NICHO
                    Perfis das áreas STEM ou STEAM que compõem o grupo NICHO
          Nome da Conta                    Data de Acesso              Data de Criação
              Astrominas                      05/12/2021                   21/05/2019
           meninasdofuturo                    18/01/2022                   15/05/2020
          meninascientistas                   27/12/2021                   03/02/2019
           meninasdafisica                    27/12/2021                   28/10/2018
            meninasdageo                      27/12/2021                   01/04/2019
             afroturism.as                    20/12/2021                   26/15/2019
           elas_na_ciencia                    18/01/2022                   05/06/2020
           garotascientistas                  18/01/2022                   20/09/2019
          brasileiras.ciencia                 18/01/2022                   08/07/2020
         mulheresnacienciane                  18/01/2022                   06/04/2018
        mulherescientistas.unb                18/01/2022                   20/09/2019
              exataminas                      18/01/2022                   23/03/2020
             rocketingedu                     20/12/2021                   19/07/2019
              cienciapod                      18/01/2022                   31/05/2020
         grupomeninasexatas                   27/12/2021                   13/05/2021

    Essas contas abordam a equidade de gênero ao apresentar temáticas relacionadas ao empoderamento
feminino nas ciências, ao promover falas de representações femininas da área, explicar o conceito do
termo STEM, estimular as mulheres em carreiras da área, desenvolver projetos e ações para
potencializar as mulheres nas habilidades comuns ao ensino STEM, oferecer conhecimento sobre a
área, além do compartilhamento de dados sobre vagas de trabalho e aperfeiçoamento científico.
    Também se salienta que as contas do grupo nicho abordam as diferenças das mulheres, como os
aspectos étnicos enquanto fatores interseccionais são fundamentais para o desenvolvimento da área
STEM [23]. Isso pode ser observado no perfil @afroturism.as, que aborda o tema da afrocentralidade
no campo das Ciências, Engenharias e Tecnologias. No ano de 2019 o Relatório Anual de Informações
Sociais indicou que no campo de serviço em Tecnologia da Informação aproximadamente 33,41% dos
empregados eram mulheres. Dessa porcentagem as mulheres negras representavam apenas 1,46% [5].
Em vista disso, projetos e ações neste campo que consideram a interseccionalidade de raça têm sido
incentivados e estudados na academia [30].
    Observou-se que as contas relacionadas à área STEM permitiam enfoques em campos específicos
da ciência, como as contas @astrominas e @meninasdafisica que abordavam o campo da Física, e a
conta @meninasdageo com foco no campo da Geografia. Ressalta-se, ainda, que durante o
levantamento identificou-se que o campo da Computação possuía a maior quantidade de contas
relacionadas à área STEM. Assim, esse campo de conhecimento formou um grupo à parte, que será
apresentado a seguir como o grupo Mulheres na Computação na Tabela 5.
    Foram levantadas 19 contas no grupo Mulheres na Computação, destaca-se o perfil
@elasprogramam vinculado a uma mulher criadora de conteúdo que define como objetivo de seu perfil


                                                  95
o ato de alavancar as carreiras das mulheres, e o perfil @mulheres.na.ti que foi constituída enquanto
comunidade e abordava temas comuns ao campo das Tecnologia da Informação e da área STEM. As
demais contas (17) que compõem o grupo estão vinculadas aos projetos que são parceiros do programa
nacional Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação – SBC [31].

Tabela 5
Perfis STEM ou STEAM que compõem o grupo MULHERES NA COMPUTAÇÃO
        Perfis das áreas STEM ou STEAM que compõem o grupo MULHERES NA COMPUTAÇÃO
         Nome da Conta                   Data de Acesso             Data de Criação
           elasprogramam                    06/12/2021                  15/05/2018
           womakersgram                     06/12/2021                  21/09/2018
            mulheres.na.ti                  05/12/2021                  17/07/2016
         meninasdigitaissbc                 27/12/2021                  25/06/2018
           cunhantadigital                  06/12/2021                  28/06/2016
          meninasdigitaisba                 27/12/2021                  17/05/2017
         meninascientistasifg               27/12/2021                  21/03/2019
      meninasdigitaisnocerrado              27/12/2021                  05/07/2017
        meninasdigitaisdovale               27/12/2021                  18/04/2018
            meninas.comp                    27/12/2021                  25/11/2017
        meninasnacomputacao                 27/12/2021                  18/02/2019
         meninasdigitaisufsc                27/12/2021                  19/05/2016
          meninasdigitaisrp                 27/12/2021                  08/09/2019
         meninas.high_tech                  27/12/2021                  15/07/2020
          meninasdigitaisse                 27/12/2021                  24/07/2018
               mnc.uepb                     18/01/2022                  07/03/2020
          meninasdigitaismt                 27/12/2021                  19/10/2021
       meninasdigitaissudoeste              27/12/2021                  25/11/2019
              tech_manas                    27/12/2021                  05/12/2019

    Destacamos que o programa Meninas Digitais SBC atualmente conta com centenas de projetos, que
são distribuídos entre pesquisas, projetos regionais, nacionais e internacionais, como também ações de
extensão. O programa tem como um de seus objetivos aproximar as meninas que fazem parte do ensino
fundamental e médio com a área da computação e suas tecnologias, facilitando uma rede de apoio para
o desenvolvimento de carreiras nesse campo [32], essa foi a principal estratégia identificada nesse grupo
para promover a equidade de gênero, tal estratégia foi facilitada por meio de recursos como oferta de
cursos relacionados à tecnologia, estágios na área de Computação e informação sobre ações ou projetos
na Educação Básica.
    Contudo, o número de perfis que abordam as Mulheres na Computação que levantamos durante o
mapeamento das redes sociais relacionada à área STEM é baixo e não abrange todos os perfis
vinculados ao programa, compondo apenas 17 perfis. Em virtude disso, foi realizada consulta dos outros
perfis do Instagram vinculados aos projetos do programa Meninas Digitais SBC e, que não foram
incluídos no mapeamento. Após a consulta identificamos que estas contas não abordam a área STEM,
ou, não relacionam o campo de conhecimento da Computação com a área STEM. Apesar de possuírem
objetivos afins, como demonstrado em trabalhos que buscam mapear os perfis do Instagram associados
às iniciativas brasileiras que apoiam as mulheres na área da Computação [22], o objetivo deste estudo
foi destacar os perfis que diretamente referenciam a área STEM e Mulheres, utilizando os termos como
descritores ou foco do conteúdo dos perfis.
    A escolha do termo STEM abrange as Ciências, Tecnologias, Engenharia e Matemática, a qual a
Computação faz parte como pertencente ao campo das Tecnologias. Foi possível identificar
dificuldades vivenciadas pelas mulheres no âmbito da educação para acesso aos cursos de Computação,
bem como a outros cursos da área STEM. Verifica-se que a dificuldade é amplificada para as mulheres
que buscam ingressar em cursos das ciências exatas que possuem majoritariamente a presença



                                                    96
masculina, indicando uma característica histórica como o estereótipo de gênero na ciência. Evidenciam-
se demandas sociais e políticas em razão das necessidades de inclusão e permanência das mulheres
nessas áreas científicas.
   Diante disso, consideramos que os perfis não incluídos contribuem para a área STEM, posto que
buscam desenvolver as mulheres no campo tecnológico. Contudo, tais perfis não satisfazem os critérios
de inclusão e/ou satisfazem ao de exclusão do estudo proposto.


3. Considerações finais

    Esta pesquisa analisou perfis do Instagram que apoiam meninas e mulheres interessadas pelas áreas
STEM e STEAM, tal como identificou os recursos utilizados pelas contas para a promoção da equidade
de gênero. Foram mapeados 45 perfis que se relacionam com a área STEM, e destes, registrou-se quatro
perfis que diretamente referencie a abordagem STEAM.
    Durante o processo da pesquisa foi identificado que a seleção dos descritores para o mapeamento
dos perfis do Instagram não possibilitou o levantamento de todos os perfis brasileiros que citam a
temática STEM e/ou STEAM vinculada à gênero. Na criação dos perfis ocorre a diversidade no uso dos
termos que compõem o nome da conta, tanto em inglês quanto em português, dessa forma, enfatiza-se
a necessidade de novos estudos com outros métodos de investigação para o preenchimento das lacunas
no levantamento dos perfis.
    Além da dificuldade citada acima, outra foi percebida durante a seleção dos perfis pelo uso dos
critérios de inclusão e exclusão. Os perfis que não citavam o termo STEM e/ou STEAM em seu nome
e/ou conteúdo de postagem foram retirados do quadro de mapeamento. Contudo, muitas das contas
excluídas comunicavam temáticas comuns à área STEM e/ou STEAM. Considerando isso, optou-se em
manter os critérios referente a citação dos termos no nome ou conteúdo da conta. Mas essa identificação
fomentou a reflexão sobre a necessidade de os próximos estudos ampliarem os critérios no
levantamento dos perfis, incluindo as contas com temáticas afins e que de forma indireta contribuem
para a área STEM e/ou STEAM.
    É mister perceber que uma contribuição indireta desta pesquisa é a metodologia usada para
identificar e analisar mídias sociais, as quais têm potencial para apoiar tal área. Com base nessa
metodologia e na combinação dela com outros métodos e técnicas, pode ser possível avançar em estudos
neste campo. Ainda, considerando a possibilidade de trabalhos futuros, almeja-se realizar uma pesquisa
semelhante em nível da América Latina e/ou Central, em busca de perfis no Instagram, ou em outras
em mídias sociais que, por algum motivo, não foram contemplados pelos descritores. Desta forma,
pode-se aprimorar a metodologia utilizada. Também se verifica a importância de aperfeiçoar a análise
dos perfis selecionados, compondo nova metodologia que permita identificar a frequência de uso das
contas, o engajamento gerado pelo conteúdo postado no Instagram e o impacto dos perfis na formação
em STEM.
    Como resposta à problemática em tela, observou-se que os perfis mapeados contribuem na inserção
e permanência das mulheres ao motivar o senso de pertencimento na área STEM/STEAM. Por meio
das estratégias e recursos utilizados os perfis puderam auxiliar na ressignificação dos estereótipos de
gênero associados à área STEM e representação feminina na área, dessa forma promovem condições
para a equidade de gênero.
    Isto posto, outras pesquisas também se tornam fundamentais para compreender a influência desses
perfis na escolha de carreiras na área STEM, como para identificar outras formas de promoção da
equidade de gênero que esses perfis podem oferecer para as meninas e mulheres. Dessa forma, a partir
das informações levantadas neste estudo identificou-se que os perfis selecionados, além de auxiliarem
na comunicação entre mulheres que possuem interesse na área STEM e STEAM, produzem impactos
no sentido de pertencimento do gênero feminino na área, tornando-se perfis com características
interventivas.


4. Agradecimentos


                                                   97
   Agradecemos a confiança do International Development Research Centre (IDRC), a colaboração do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT). O apoio da Universidade Federal de Mato Grosso
por meio do Instituto de Computação (IC/UFMT), Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMT (PROPeq),
Coordenação de Extensão (CODEX), Pró-Reitoria de Ensino de Pós-graduação (PROPG), e do
Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE).


5. Referências

[1] V. L. A. Santos, T. F. M. Carvalho, M. do S. V. Barreto. Mulheres na Tecnologia da Informação:
Histórico e Cenário Atual nos Cursos Superiores. In: Women In Information Technology (WIT), 15.
Anais [...]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2021.p. 111-120. doi:
10.5753/wit.2021.15847.
[2] G. Cesario, N. da Silveira, S. Bim, C. Maciel. Por Mais Mulheres na Computação: análise dos
trabalhos publicados no X Women in Information Technology. In: Anais do XI Women in Information
Technology, São Paulo, 2017, URL: https://doi.org/10.5753/wit.2017.3409.
[3] M. López-González. “For Female Leaders of Tomorrow: Cultivate an Interdisciplinary Mindset.”
Conference: 2017 IEEE Women in Engineering (WIE) Forum USA East, 2017.
Doi:10.1109/WIE.2017.8285606.
[4] M. Beck, et al. 2022. Critical feminist analysis of STEM mentoring programs: A meta-synthesis of
the     existing    literature.   Gender      Work      Organ.  v.   29,    p.    167–187.     URL:
https://doi.org/10.1111/gwao.12729.
[5] Rais. 2019. “Painel de Informações da RAIS”. Brasília: Ministério da Economia. URL:
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMmQ2ZWVkZjUtNGQyOS00YzVlLWE5YmMtMDc3Mm
M3NjIyMzdhIiwidCI6ImNmODdjOTA4LTRhNjUtNGRlZS05MmM3LTExZWE2MTVjNjMyZSIsI
mMiOjR9&pageName=ReportSectionb52b07ec3b5f3ac6c749.
[6] INEP. Censo Da Educação Superior: Notas Estatísticas 2019. Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2019. URL: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-
atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-da-educacao-superior/resultados.
[7] ONU. A ciência e a cultura (UNESCO). Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em
ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Brasília: UNESCO, 2018. URL:
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000264691/ PDF/264691por.pdf.multi.
[8] K. S. Figueiredo, C. Maciel, S. A. Bim, M. A. Amaral. Gênero e tecnologias. In: Cristiano Maciel;
José Viterbo. (Org.). COMPUTAÇÃO E SOCIEDADE: A PROFISSÃO - VOLUME 1. 1ed.Cuiabá:
EdUFMT - Editora da Universidade Federal de Mato Grosso, 2020, pp. 104-140.
[9] C. M. Santos. Por que as mulheres “desapareceram” dos cursos de computação. Journal da
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